Eleições 2020: Marília Notícia entrevista Adão Brito
Comerciante do setor de móveis planejados, Adão Brito (PDT) disputa pela primeira vez um cargo eletivo. A legenda caminha com chapa puro-sangue para as eleições, sem alianças. Na pré-campanha, ele produziu vídeos para as redes sociais desafiando caciques políticos tradicionais, como Abelardo Camarinha (Podemos).
Ao Marília Notícia, o candidato nega que a falta de experiência seja um problema e se declara um admirador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) , independente de ideologia, e do famoso prefeito de Colatina (ES).
Adão Brito sugere rodízio de veículos e menciona grandes projetos urbanos. Ele propõe algumas soluções nada convencionais para problemas antigos da cidade, como por exemplo, usar paralelepípedos nas ruas, para evitar os buracos.
Adão quer ainda construir um novo Terminal Urbano, em substituição ao atual. Ele sonha com a reurbanização da Vila Barros e a instalação de um bondinho turístico ligando a comunidade à zona Leste da cidade. Acompanhe a entrevista.
MN – Marília é referência em saúde para a região e tem uma ampla rede básica, mas a população ainda reclama da demora para exames, diagnósticos, pequenas cirurgias e procedimentos de média complexidade. Como resolver?
Adão Brito – Eu não vejo Marília como a principal [referência] no tratamento da Saúde. Eu acredito que Marília precisa mesmo é implantar uma boa tecnologia do SUS, porque o SUS realmente anda muito largado. Quem depende do SUS tem que ficar quatro, seis horas na fila para poder depender do médico.
Então eu não vejo assim, como um ponto de referência que Marília seria o melhor lugar para tratamento. Realmente, se o SUS fosse tão bom, nossos políticos, vereadores, prefeito, não precisariam de médicos particulares. Eles iriam levar os no SUS.
Principalmente precisa de muitos investimentos em equipamentos nos hospitais que realmente não tem. Eu perdi um irmão recentemente por falta de balão de oxigênio que não tinha dentro do hospital.
A gente precisa muito do apoio do Governo Federal, Estadual, principalmente ajuda dos deputados. Marília precisa realmente implantar um SUS de verdade.
MN – O problema dos buracos ainda persiste em Marília. Há bairros antigos com o asfalto precário. Em outros, principalmente na periferia, há ruas sem asfalto. Como espera entregar melhorias nessa área?
Adão Brito – Sobre os buracos eu acredito que o primeiro passo é saber qual o contrato que a Prefeitura tem com a Codemar. A gente não sabe realmente qual é o contrato que eles têm, qual é a parceria deles. Então a gente vê aí muitas ruas com buracos, às vezes até no Centro da cidade. E quando eles fazem o recapeamento, é de péssima qualidade.
E quanto à periferia eu acredito que é muito mais fácil para resolver. Antigamente existia aquela pedra paralelepípedo.
Se hoje voltar também lá no tempo e colocar aquelas ruas de novo nas periferias? Eu acho muito importante, porque elas tem uma resistência muito grande, não faz buraco. Ela é só encaixada, depois vem com areia grossa, joga por cima, faz as guias e realmente tá resolvido o problema de todo mundo. É muito importante voltar a fazer isso, seja nos bairros de Marília, nos distritos ou nas áreas de chácaras.
MN – A cidade tem projetos de ciclovia, interligações de bairros e novas avenidas que resolveriam gargalos. Como viabilizar obras como estas e como melhorar a mobilidade urbana?
Adão Brito – A gente vê aí que está tendo várias construtoras fazendo ciclovias e, realmente, eles não estão preocupados com o povo. Nós temos que dar apoio às pessoas com certeza. Uma importância muito grande também é colocar ônibus nas ruas, pois o trânsito é muito sufocante.
Eu acredito também que devia fazer igual outras cidades e colocar rodízio de veículos, para as pessoas também pegarem ônibus. Seria muito importante também para fazer as pessoas andarem um pouquinho de bicicleta, andar pouco a pé, que faz bem à saúde, quem mora perto, porque tem pessoas que moram a dois quarteirões do Centro da cidade e vai de carro.
Sobre as empresas de ônibus, que vem para cidade de Marília: não têm condições nenhuma de dar suporte para as pessoas. A Prefeitura deveria dar transporte para cada bairro longe, gratuitamente, porque existem pessoas que não têm condições de pagar um circular para trabalhar na cidade.
Eu acredito também que esses ônibus já passaram do tempo já, são antigos. Já deveria ter ar condicionado dentro deles para que as pessoas tenham conforto. Com ar-condicionado, é melhor você deixar o carro em casa e vir de ônibus, todo mundo iria preferir isso. Também é preciso interligar os bairros para facilitar o acesso.
MN – Há décadas Marília ainda sofre com a falta d’água. É possível acabar com esse problema? O que o candidato pensa da privatização do Daem?
Adão Brito – Privatizar o Daem eu acredito que não seria uma boa ideia. Temos que investir mais no Daem, mas um investimento que valha a pena. Marília não era para estar faltando água em lugar algum. Por exemplo, temos o rio da Garça aqui perto do Nova Marília, que daria para fazer uma barragem e ter água suficiente para o pessoal. No outro lado nós temos o Rio do Peixe, temos o Rio dos Índios, que dá para aproveitar essa água.
Temos o rio que abastece o Country de Marília, que também dá para aproveitar para trazer para o Santa Antonieta. Nós temos no Bandeirantes um rio do fundo. Aproveitar os rios, porque se a gente hoje ficar abrindo poço, vamos começar a matar as nossas nascentes. Por isso que muitas vezes a Cetesb não autoriza. Vai destruindo o meio ambiente.
Nós temos que investir nos rios que temos do nosso lado. Em Dirceu tem um monte de rios, além que dá para aproveitar e fazer grandes barragens e trazer água para cidade. E o custo não fica tão alto para isso. É muito mais em conta do que você fazer dez, 20 ou 30 poços artesianos.
MN – O contribuinte ainda paga para transportar o lixo doméstico para fora da cidade. Para muitas cidades, o resíduo é um ativo, através de reciclagem e da compostagem. Em seu governo, essa despesa vai continuar? Como resolver o problema do lixo e quais suas propostas ligadas ao meio ambiente?
Adão Brito – Eu sempre lutei por isso. Fui até na cidade de Rio Preto conhecer uma empresa de reciclagem lá realmente. A gente viu que tudo dá para reciclar e, com isso, ajudar na geração de emprego para cidade de Marília. Eu acredito que nós deveríamos ter no máximo 28% ou 30% do lixo indo para o aterro sanitário. O primeiro passo é montar uma cooperativa de catadores de reciclagem, para eles trabalharem para eles mesmos. A Prefeitura daria o espaço para eles, o barracão, daria dois ou três caminhões para recolher reciclagem na cidade e forneceria três motoristas.
Com o que sobrar do lixo a gente poderia fazer um adubo. Nós temos que acabar com o lixão, pois isso aí dá muita doença. Hoje 70% das pessoas que ficam doentes é por causa do lixo. Hoje enviando o lixo para Quatá, nós estamos jogando R$ 1 milhão no lixo.
Acaba indo muito arsênico para a água, que ainda é tratada com enxofre. Muitas pessoas que têm câncer hoje pega através do couro cabeludo, porque a pessoa toma banho e é afetada sem saber. Eu trabalho na associação do Câncer em Marília e sei que a maioria das pessoas que têm câncer em Marília, suicídio, são tudo devido o péssimo tratamento de água que temos.
MN – O trabalhador de Marília tem renda média abaixo de cidades polo do Interior, do mesmo porte. A renda do mariliense também está abaixo da média do Estado. O candidato tem proposta para que essa disparidade seja superada? O que fará com relação aos empregos e chegada de novas empresas?
Adão Brito – Montar uma cooperativa de catadores já geraria muito emprego, como eu disse. Outro passo seria apoiar os nossos agricultores, que hoje estão abandonados. Todo esse alimento que é comprado de fora, de outras regiões, acredito que deveria investir tudo em agricultura. Quantos milhões nós gastamos com alimentação dos alunos? É muito elevado. Se pegássemos todo o dinheiro que vai para produtores de fora e investíssemos nos produtores rurais de Marília, nós teríamos emprego para 500 famílias pelo menos. E tirávamos as pessoas da área urbana para levar para a zona rural.
Terceiro passo seria atrair novas indústrias para Marília, acabar com o monopólio. Tem empresas que não aceitam concorrentes virem para a cidade. Temos que trazer grandes indústrias, abrir novas áreas para empresas, como Pompeia fez, dando terreno e todo suporte, cinco anos sem imposto.
O quarto passo é que cada distrito deveria ter área reservada para as empresas. Temos que gerar emprego nos distritos. Não fazer esse povo vir para cá. Os distritos têm que se desenvolver, não somente o Centro. Temos que levar as empresas para os bairros também.
Outro ponto importante é comprar produtos das empresas de Marília e não de fora. A Prefeitura tem que comprar tudo das empresas de Marília, não de fora. Temos que dar preferência para nossa cidade, gerar empresa aqui.
MN – A Prefeitura é constantemente criticada pela demora no atendimento ao cidadão. Aprovação de projetos de construção é um exemplo. Os pedidos levam meses, gerando desestímulo ao investimento. Qual é a proposta para reduzir a burocracia e melhorar a eficiência do serviço público?
Adão Brito – Marília deveria ter investimento na tecnologia avançada, mas ficou para trás em tudo, está muito atrasada. Na construção civil hoje você dá entrada para fazer uma casa, por exemplo, demoram meses para a pessoa conseguir as documentações necessárias. Deveria ser feito tudo online já.
Não vamos citar nome de empresa, mas hoje você vê uma construtora, consegue no mesmo dia, consegue documentação do dia para a noite. E quem tem uma casinha demora seis meses para mexer no imóvel dele. Isso quando é aprovado ainda, quando não esquecem ou perdem a documentação.
MN – A violência tem feito vítimas, principalmente entre os jovens. Famílias são atingidas em todas as classes sociais, seja pelo avanço da dependência das drogas, que não distingue as classes, seja pelo ciclo “vício-tráfico” entre os mais pobres. O que um prefeito pode fazer para minimizar esse drama?
Adão Brito – Esse é um ponto muito importante. Quem é pai, tem filhos, não tem onde levar seus filhos. Não tem parque aquático, não tem área de lazer. Tem onze poliesportivos que estão abandonados. Tinha que ter uma escolinha de futebol para tirar essas crianças da rua, mas hoje eles estão no caminho das drogas porque realmente não tem um lugar para brincar.
Isso é um fator muito, mas muito ruim para cidade de Marília. Nossas crianças ficam brincando na rua e caem facilmente nos caminhos das drogas. Então realmente devemos investir nos esportes de Marília, colocar grandes professores para tomar conta dessas crianças.
Nas escolas também temos que ter psicólogo, assistente social. Além de mais policiamento nas periferias. Mas nos temos que: primeiro passo, as crianças têm que estar na escola e depois que sair da escola, tem que ter um lugar específico para ficar. Não ficar na rua, não ficar sozinha dentro da sua casa.
MN – Os servidores municipais se ressentem, nos últimos anos, de não terem um plano de carreira. Aprovado em fim de mandato e revogado, há quase quatro anos, o plano acabou sendo objeto de disputa política. Haverá um plano aprovado no seu governo?
Adão Brito – Sobre o plano de carreira, eu acredito que nós temos que valorizar o funcionário público. Eu acho que é muito importante. Quanto mais ele for valorizado, mais o trabalho dele também vai ser bem efetivo. Então acho que é muito importante isso.
Só que, tem muitos servidores que realmente pararam no tempo também. Isso a gente tem que cobrar deles, porque pararam no tempo, não fazem mais um curso, não se preocupam mais em ajudarem a si próprios. O professor, por exemplo, ele se preocupa em fazer alguns cursos, participar de grandes palestras. Assim ele pode estar ajudando também os alunos nas escolas, como também uma psicóloga que faz vários cursos para estar ajudando as pessoas. Então isso é muito importante.
Nós temos que valorizar [os servidores] realmente, mas, ao mesmo tempo também temos que ver as condições do nosso município. Se tem condições também. Realmente, tem que ser calculado. Muitos servidores públicos, realmente, ganham um salário muito pequeno, e muitos um salário acima do que é permitido. Então a gente tem que saber manusear tudo isso, para a gente estar ajudando ambas as partes.
Um ganha pouco e outro ganha demais. Eu acredito que temos que dar total apoio ao servidor público, para que eles invistam também neles, para poder também estar ajudando mais nas atividades deles. Eu acho que isso é muito importante.
10 – Como tratar o Ipremm que atualmente tem problemas gravíssimos?
Adão Brito – Já virou caso de piada. Entra prefeito sai prefeito e vice-prefeito, realmente não resolve essa situação. Eu acho um absurdo isso. Eu acredito que, para ser resolvido, tem que ter uma lei específica, que o prefeito seja obrigado a ir diminuindo o custo do Ipremm.
Eu pensei que realmente nessa gestão agora ia cair né? Cair o custo, baixando ele, mas realmente aumentou de novo. Eu acredito que o prefeito tem que pensar com muito carinho nisso. Não é vender patrimônio para pagar à frente, não é tirando das crianças, não é tirando de ninguém.
Eu acredito assim para ele [o prefeito] conseguir resolver essa situação de emprego, tem que ter geração de emprego. Tem que vir mais empresas para estar gerando empregos e para realmente arrecadar mais fundos para cidade. E isso sim pode ser que vai ajudar muito.
Tem que parar o gasto com o lixão, pegar esse valor que estão jogando dinheiro fora e paga o Ipremm, por exemplo. É assim, dessa forma, que eles têm que começar a pagar o pessoal do Ipremm. Não tem outro jeito. Ou então pedir uma ajuda do Governo Federal. Isso é muito importante também, porque aí a gente também vai conseguir, aliviando as nossas despesas.
Essas pessoas [aposentados e pensionistas] dependem desse dinheiro. Eles trabalharam o tempo todo, a vida toda. A hora que precisa, realmente não tem como você tirar o ganha-pão deles. Então nós temos que lutar e economizar, fazer uma grande economia na cidade de Marília, em todas as partes, tanto na parte dos gastos com a Codemar, gastos com Daem e gasto com tudo para poder eliminar a dívida do Ipremm.
Tem que ver, também, realmente quem ganha muito. Tem gente que ganha salário que realmente é acima do permitido. Então, para essas pessoas, tinha que se pagar o salário justo. É isso, geração de empregos, renda para a cidade e ao mesmo tempo ajudando a aliviar e o custo.
Por exemplo, o prefeito comprou um monte de máquinas esses dias. Agora estão pagando o horror da Caixa Econômica Federal. Porque não reformou, porque não consertou aquelas máquinas que já estavam lá para evitar esse custo?
MN – Qual a sua avaliação para a Educação municipal hoje? O que dá para melhorar?
Adão Brito – Acredito que o primeiro passo é abrir mais escolas. Porque o aluno tem saído de um bairro onde ele mora, para estudar no bairro bem distante da sua casa. É preocupante a distância que o pai ou a mãe, ou às vezes ele tem que pagar a perua escolar, para estar levando. Então esse vai ser o primeiro passo: abrir mais escolas para a cidade de Marília.
Creches também estão precisando. São poucas as creches. Eu acho que cada bairro tem que ter uma creche, onde a mãe pode deixar os filhos e trabalhar tranquila, sossegada, sem se preocupar. Isso é muito importante.
Eu acho também que temos que valorizar mais os professores. Um professor para sobreviver com salário que ganha, ele tem que dar aula em duas, três escolas, para poder atingir agir um salário bom e poder sobreviver. Então acredito que nós devemos valorizar mais os professores, para [o professor] se sentir importante. São eles que estão ali educando nossos filhos. Eles que estão juntos com nossos filhos mais do que nós, que somos pais.
Uma coisa que eu fico muito triste é que hoje os professores não podem se alimentar dentro das escolas, com os alunos. O que que eles tem que fazer? Tem que ir na casa deles para poder almoçar, sendo que antigamente todos os professores comiam a comida do junto com os alunos.
Com tanto alimento que sobra nas escolas, mesmo assim o professor é proibido de comer na escola. Os professores têm que ter o direito de se alimentar junto com os alunos, ali na escola. Hoje o professor que ganha o salarinho com ele vai sobreviver? Ele vai estar dando aula para aluno, mas preocupado como vão pagar suas contas no final do mês. É muito triste ver isso. Eles merecem, realmente, merecem de coração ter realmente um salário bom, porque a gente deixa na mão deles os nossos maiores tesouros.
MN – Pouco foi feito fora do usual no Esporte na atual administração. Os poliesportivos na cidade continuam abandonados, por exemplo. Qual a avaliação e o que pretende fazer?
Adão Brito – Sobre o polisport [poliesportivos], eu já falei anteriormente, nas primeiras perguntas. Os polisport realmente tem que ativar todos. Isso é muito importante para tirar as crianças da rua, como eu disse lá atrás. Então, temos que reformar.
Temos que montar escolinhas dentro dos polisport. Hoje nós temos grandes empresários que têm interesse em investir nos polisport, sem gerar custo para a Prefeitura.
Porque quando gera custo… Por exemplo, você vai reformar um polisport, você vai gastar lá R$ 500 [mil], R$ 1 milhão, então você pega esse valor que ia gastar, você dá para uma empresa tomar contra o polisport, coloca uma pessoa para morar lá dentro, para não quebrar nada, montar um parquinho né, monta realmente uma infraestrutura no campo, no campo com qualidade é, realmente, uma escolinha onde os alunos passam o dia inteiro lá né, que eles ficam o dia todo e que realmente eles tenham ali o café da manhã, almoço, o café da tarde e que realmente ele seja bem assim, bem respeitado. Isso é muito importante.
Que tenha os professores ali, para poder estar dando aulas para eles. Isso, sendo assim aliviado esse custo pago pelas grandes empresas de Marília que tem interesse em ajudar. Eu vejo assim, muitos empresários são amigos nós, eles falam: eu tinha muita vontade de pegar um polisport desse e trabalhar com ele, com um bom professor, para a gente conseguir formar grandes jogadores, mas não tem como porque a Prefeitura não dá o espaço. A Prefeitura não tem esse acordo com eles. Eu acho assim que isso daí, a gente devia deixar na mão de uma empresa e essa empresa que pegar, ela tem todo direito de tocar propaganda dela, ela tem todo direito de cuidar daquilo que realmente é o futuro das nossas crianças.
E a gente dá todo o apoio também com alimentação. Isso assim é importante eu acho assim, tendo os polisport, nós vamos tirar essas crianças do tráfico.
MN – Proteção animal. Qual sua avaliação e o que deve ser feito?
Adão Brito – Hoje o primeiro passo que eu vejo é assim: os animais hoje, eles têm que ser registrados igual como o ser humano. Por que esse registro? Porque esse registro vai mostrar realmente muitas pessoas que abandonam os cachorros nas ruas, ou muitas vezes matam o cachorro.
Então tem que ter essa avaliação, uma fiscalização em cima disso. Que realmente vai de casa em casa, um grupo de fiscais e vão ver realmente os animais. Têm muitas pessoas que matam os cachorros, jogam, enterram e realmente não dá.
Então assim, acho que o cachorro quando ele morre, dentro da sua residência, tem que ser chamado um grupo ali, fiscalização, para ver o motivo que que cachorro morreu. Se foi realmente maus-tratos. Se foi realmente a pessoa que matou aquele animal e qual foi o motivo do que aconteceu e porquê.
Também, aqui na cidade de Marília, um hospital realmente referente aos animais para cuidar deles gratuitamente. Você leva o animal lá, ele é cuidado gratuitamente, sem custo algum de medicamento sem, custo algum, ter até a ambulância para buscar ele por exemplo. Seria muito importante isso para levar o animal.
Tem pessoas que cuida do cachorrinho como se fosse um filho; do gato, como se fosse um filho dele. Isso é muito importante, então nós temos, assim, que dá realmente dar todo suporte também a essas pessoas que gostam dos animais.
O registro vai mostrar o que aconteceu. Por que cachorro morreu, se não foi maus-tratos, se a pessoa não matou o animal, se a pessoa não soltou esse animal na rua. Então tudo isso tem que ser realmente registrado. É importante isso.
E hoje eu vejo assim: Marília devia ter uma infraestrutura para que realmente as pessoas que não tenham condições de cuidar do animal, que ele fala que vai soltar na rua, não soltar não. Que ele possa levar nesse lugar, um abrigo desses animais. Isso é muito importante, porque daí eles vão ter o tratamento adequado e para realmente, estar ali à disposição para doações, para as pessoas que queira adotar um cachorro, um gato.
É muito importante pensar nisso, mas não do jeito que eu tô vendo os abrigos que tem hoje aí que realmente parece mais chiqueiro de porco, do que abrigo. Eu acho até um desrespeito de ver como os animais estão hoje. Isso é uma vergonha, falar que aquilo lá é uma área adequada.
Tem que fazer um uma área específica para isso, no Centro da cidade, mas em uma área bonita, fazer 3 ou quatro andares, tudo específico para colocar eles [animais] lá…. E que realmente tenha pessoas para cuidar, pessoas que realmente sejam qualificadas para cuidar desses animais e ali eles estão à disposição. E que, ao mesmo tempo, essa área também que seja construída para os animais se torne também uma área turística, para pessoas virem visitar, verem os animais ali brincando, realmente incentivar as famílias para levar os filhos para ir lá ver.
Seria um lugar bonito, lugar maravilhoso, que teria ali, por exemplo, um parquinho lá dentro. Teria uma área para você brincar com seu cachorrinho.
Um trabalho também muito importante… tem cidades que têm, por exemplo, Cemitério dos animais. Tem muita gente que se apega muito. Então acho que devia ter uma área, um prédio, como tem São Paulo, como tem outras cidades, um prédio da Prefeitura, que está abandonado mesmo e fazer ali uma área dos animais que morre, que as pessoas têm amor por eles, e que realmente fica ali, para as pessoas irem lá visitar.
MN – Tem em mente alguma grande obra?
Adão Brito – Uma coisa que eu sempre vejo: as dificuldades das pessoas. Acho que uma obra que realmente precisa para a cidade de Marília é o terminal. Nós temos que acabar com aquele terminal. Realmente tirar aquele terminal dali. Nós pagamos aluguel sobre aquilo. Não é nosso; é da ferrovia.
Onde hoje o prefeito está fazendo estacionamento de carro, está uma vergonha, em área nobre, tão linda como aquela. Ali sim, fazer um terminal realmente digno para as pessoas.
Porque o terminal ali, servia tanto para o ônibus da circular, quanto para os ônibus urbanos e suburbanos. Eles passam por ali, para pegar as pessoas que vão para o lado da região de Tupã, São José do Rio Preto, ou passa pela rua de cima e vai sentido Garça. Então acaba sendo um ponto muito bom para isso, utilizando a parte de baixo para fazer o terminal na praça. Em volta dela, cheios de comércios. Embaixo daquele espaço, no barranco, a gente utilizar para fazer umas lojinhas. Muito importante isso. E na parte de cima, fazer por exemplo da Nove de Julho um calçadão, escada bem aconchegante. E ali em cima, fazer uma infraestrutura para poder colocar o pessoal do camelô, que eu acho muito importante.
Porque você vê a área que eles estão ali realmente é muito apertada. Às vezes não têm como eles atenderem as pessoas, é muita gente, um tropeçando no outro, porque vai pegar o ônibus. Então, deixar uma área destinada só para eles, todos os barraqueiros. Cada um tem seu ponto, tudo certinho, adequado bem feitinho, com banheiro público. Eu acho isso muito importante. Seria bom fazer um parquinho, para as crianças estarem brincando, enquanto os pais fazem compras, um parquinho cercado.
Seria a maior obra na cidade de Marília e da nossa região: montar o terminal urbano e uma praça no Centro da cidade. Isso para mim seria um grande orgulho, se eu conseguir fazer essa obra. Vou lutar por isso. Esse seria o meu primeiro trabalho que eu penso em fazer para a cidade de Marília.
MN – Como fazer Marília crescer ordenadamente? Na última década a cidade cresceu sem muita organização, com bairros distantes do Centro, sem infraestrutura, com mobilidade ruim para os moradores, entre outros problemas.
Adão Brito – Vejo um grande erro dos políticos que passaram pela cidade de Marília. Não podemos tirar as pessoas dos lugares de onde eles moram. Tem muitas pessoas que moravam, por exemplo, na Vila Barros, Vila Jardim Nazaré e foram para o Maracá. Eu acho muito distante, um bairro totalmente fora de mão, realmente é um risco muito grande, porque não tem um pontilhão ali, uma travessia boa, adequada para as pessoas. Não tem nenhum cercado que tira a pessoa da rua, o que é muito perigoso.
Tem que ser feito antes uma infraestrutura, para não colocar em risco as pessoas. Então, o que eu penso, meu ponto de vista, nós temos por exemplo o bairro Azaleia, Vila Real. Deve-se construir ali grandes apartamentos, na primeira rua do lado de baixo, como eu disse, fazer horta comunitárias, para que sirva para eles [moradores] ter uma horta, eles mesmos trabalhar para cuidar. E ter uma pessoa para orientar, um químico ou um engenheiro químico para estar ajudando nessa parte. Eu acho muito importante.
É isso que realmente precisa para a cidade. Não tirar [as pessoas] do lugar mas sim melhorias naqueles bairros. Dá para fazer o lugar onde é a Vila Barros hoje se tornar um lugar de lazer, uma área de atração, por exemplo. Você imagina se Marília, onde é a Vila Barros você construir um prédio bem bonito ali, coisa linda.
E deixar aquelas pessoas todas ali mesmo, porque eles moram ali há muitos anos, eles merecem estar ali. Então construir uma grande obra ali dentro, de apartamentos, e dali até chegar por exemplo, você imagina se você construir um bondinho dali, até chegar no Aeroporto, imagina que coisa bonita que seria… coisa linda a pessoa vendo aquela natureza, um lugar maravilhoso.
Então é isso que eu acho que Marília tem que investir, realmente. Trazer essas empresas que realmente tenham interesse em fazer isso. Nem que eles cobrem ali uma taxinha de R$ 5 ou R$ 10 cada passeio desse, mas também vai valorizar vai gerar emprego para cidade de Marília. Então, é isso nós temos que pensar também, não é tirar eles do lugar, é realmente ajudar eles a ficar ali mesmo.
É construir novas construções ali mesmo para eles mesmo, eles ficam mesmo bairro. Não vai mudar nada. O que nós temos que levar é área de diversão nessas áreas, para que realmente tire essas crianças do crime. Eu acho que é isso que Marília precisa. Nós não podemos isolar os ricos dos pobres, e é o que acontece muito em Marília.
Os ricos vão para os bairros, fazem seus condomínios, tudo chique, separando dos pobres. Eu acho isso errado, porque são os pobres que trabalham nas empresas, não são os ricos. Então temos que valorizar eles, temos que ter o maior respeito, orgulho por eles também. Muitas pessoas que moram hoje na periferia, são pessoas honestas, íntegras.
MN – Essa é a primeira candidatura do senhor, que não concorreu a esse cargo e nenhum outro antes. O senhor teve uma vida pública antes de se lançar candidato? Como é entrar em uma disputa como um nome até então desconhecido?
Adão Brito – Realmente eu nunca participei assim. Eu já participei até certo ponto. Fui empresário de grandes artistas. Eu sempre trabalhei vendendo shows para os políticos. Já fiz várias campanhas para grandes prefeitos que realmente ganharam as eleições. Trabalhei muito nisso e realmente é muito difícil você ver hoje um prefeito honesto.
É mais o motivo de eu entrar na política foi, realmente, eu perdi um irmão há pouco tempo, com câncer, devido à falta de balão de oxigênio. Ele ficou três horas em cima de uma cama e realmente não tinha balão de oxigênio dentro do próprio hospital, então isso daí foi um incentivo e o motivo de eu entrar para a campanha política.
Eu não tinha interesse algum, não era uma coisa que eu queria para mim no momento, mas eu vi que realmente era preciso eu fazer alguma coisa por eles. Então sou hoje presidente da associação do câncer, onde a gente ajuda muitas pessoas.
O nosso objetivo é pedir ajuda do Governo Federal para as pessoas que têm câncer, pedir por exemplo medicamentos que as pessoas não têm condições de comprar, principalmente vitamina, que são caríssimas.
Uma coisa que eu gosto muito de fazer, sempre trabalhando isso, é fiscalizar muito o patrimônio público. Sempre estamos cobrando além do prefeito. Principalmente, em uma época que lá em Dirceu, quando caiu a ponte, ficou seis meses. Fomos lá várias vezes filmar, cobrar do prefeito. A natureza, cobrando dos fazendeiros, para plantar árvores nas áreas das nascentes, dos rios. Esse é um trabalho que eu sempre fiz.
Sou empresário, sou dono da empresa Brito móveis. Também é uma coisa que eu gosto muito. Há 20 anos que eu estou nesse ramo, mas hoje eu vejo que Marília realmente precisa de alguém que pensa para frente. Porque acho que o prefeito [Daniel Alonso]… são pessoas que não pensam no futuro… de hoje para 20 anos. Eles pensam no hoje.
Nós temos que pensar na Marília do futuro. O que é a Marília do futuro? A Marília do futuro nós temos que pensar como as crianças pensam hoje, desenvolver nossa cidade, crescer fazendo a nossa cidade crescer… eu acho isso muito importante.
MN – Porque a esquerda não se uniu em Marília?
Adão Brito – Hoje, se você for analisar isso, realmente o PDT não é esquerda. Ele é um [partido] centro meia esquerda. Eu acho que as pessoas, também, assim realmente não sabem distinguir um do outro. Por exemplo, nós não defendemos muitas coisas que hoje a esquerda defende, entendeu? Então eu vejo assim que o PDT realmente é um governo que vem crescendo muito.
Eu acredito que é o partido que menos têm processo, na parte dos governos. É o que mais fez desenvolvimento. Você vê aí pelo nosso deputado, Márcio Nakashima, que um excelente deputado, que bate de frente com o Dória, faz um excelente trabalho. Temos também a Tabata Amaral, que uma excelente profissional, que briga mesmo pelo povo, que luta pelo povo. Então eu não vejo assim, realmente, agora nós temos que pensar no futuro da cidade.
Não é um partido que vai mudar a cidade, não é o partido que vai desenvolver a cidade, porque o que vai devolver a cidade realmente é o candidato. É honestidade do candidato. É, realmente, o pensamento do candidato.
Tem candidato que, realmente, que eu vejo hoje não tem condição alguma de administrar uma cidade. Eu não, graças a Deus já administrei não foi uma, nem duas empresas. Já administrei muitas empresas. Então, sei como administrar.
Sou empresário, sou presidente da associação do Câncer. Entendo da Saúde, entendo de muitas coisas. O que eu não entendo, coloquei vereadores [candidatos] que realmente entendem. Foi isso que eu fiz. Coloquei um vereador no segmento de cada função porque realmente aquilo que eu não tenho conhecimento, aquele vereador meu vai ajudar.
Vamos falar da direita. A direita, se você analisar hoje, são os que mais tem processos. Por exemplo, nós temos candidatos de Marília hoje que tem 867 processos. Então, é da direita. O filho é deputado e é da esquerda. Então como você fala que realmente um partido é diferente do outro. Temos que analisar o candidato; não importa se é direita ou esquerda.
MN – Marília não tem uma tradição de esquerda e uma alta rejeição a esse espectro político. Bolsonaro, por exemplo, teve 80% dos votos aqui nas últimas eleições. Como enxerga esse cenário?
Como eu disse. O PDT não é um partido de esquerda. Ele é um partido de centro-esquerda. Acho que se você analisar, realmente, você vai ver esse lado aí. O que eu acho assim, rejeição como você fala, hoje 80% do Bolsonaro, eu admiro muito o Bolsonaro, o trabalho dele.
Realmente, ele está fazendo um grande trabalho. Não sou daquele tipo de pessoa que pensar diferente. Eu penso assim: não importa o partido que o candidato está, importa realmente o que o candidato está fazendo pelo nosso país, pela nossa cidade.
Eu vejo hoje o Bolsonaro como exemplo de presidente. Eu sou realmente do PDT, mas eu vejo ele como um bom presidente, trabalhando realmente lutando pelo povo, lutando sozinho. E é isso que eu também vou fazer, lutar sozinho.
Vou lutar junto com o povo, lutar pelo povo, com as empresas que vão me apoiar, mas é isso que eu falo: o candidato antigamente, as pessoas falam, quem e Bolsonaro? O Bolsonaro era totalmente desconhecido, ninguém sabia quem era Bolsonaro, até ele entrar na campanha, que realmente se tornou um grande presidente e eu tenho o maior orgulho dele e admiração.
Eu admiro também o prefeito de Colatina. Um prefeito que realmente, assim, mente aberta. Muitas pessoas falam para mim ‘você parece um prefeito Colatina, planta árvores, luta e trabalha na associação do Câncer, luta briga pelo povo, faz isso’.
Realmente o que eu gosto fazer, então eu admiro muito o prefeito de Colatina, pelo trabalho que ele faz, pela humildade que ele é. Uma pessoa humilde, como eu.
Penso que Marília precisa de um prefeito igual ao de Colatina; um prefeito que realmente respeite o povo, que trabalhe pelo povo e que se preocupe com você. É isso que Marília precisa. Não é partido que vai melhorar o país. Não é, por exemplo, você trazer a velha política que vai mudar Marília.
Então vamos pensar com carinho na hora de votar. Pense nas pessoas que são candidatos. Vê, estuda a vida dessa pessoa. Veja realmente o que a pessoa tem capacidade de fazer por Marília. É isso que Marília precisa, é analisar os candidatos porque se você analisar o seu candidato, você vai ver que realmente você não vai analisar o partido.
MN – Qual será o maior feito da sua possível administração?
Adão Brito – Marília precisa de hospital com urgência. Isso é urgente mesmo, um Hospital do Câncer na cidade de Marília. É muito dificultoso as pessoas que hoje tem câncer, que são atendidas nos hospitais.
Nós temos que lutar pelo SUS, com apoio de governadores, deputados, para que seja um ponto de referência também para atender toda nossa região. Nós não temos um hospital específico para câncer. Nós temos hospitais que atendem pessoas com câncer, mas nós precisamos do hospital específico.
Eu perdi um irmão com câncer. Eu sei realmente a dificuldade que eu tive com ele nos hospitais, as dificuldades que eu tive com ele para levar para viagens a São Paulo e Barretos.
Então construir um Hospital do Câncer. Marília precisa disso. É muito importante para nossa cidade, porque só quem passou na pele, quem perdeu alguém com câncer, sabe realmente como hoje é a dificuldade no tratamento. É complicado, então nós precisamos realmente montar uma estrutura adequada para a cidade de Marília.