Eleições 2020: Marília Notícia entrevista Daniel Alonso
Em uma disputa com jeitão de segundo turno – ainda que quatro anos depois – o prefeito de Marília busca superar seu adversário histórico. Nas eleições municipais de 2020, a terceira que disputa, Daniel Alonso (PSDB) demostra menos ingenuidade política e mais conhecimento sobre a cidade que pretende administrar, o que não diminui a cobrança da população.
Longe dos olhos de muita gente, fora da área urbanizada, estão as obras que ele mais menciona, para mostrar ao eleitorado que é capaz de resolver grandes problemas. A conclusão das estações de tratamento de esgoto é considerada a principal conquista do governo que reivindica o mérito de “saneador”, em todos os sentidos, inclusive da corrupção.
No olho do furacão da política mariliense, Daniel Alonso responde ao Marília Notícia sobre temas polêmicos, como promessas não cumpridas, incluindo o fim do desabastecimento de água na cidade e o Plano de Carreira dos Servidores. Confira o entrevista.
MN – Marília é referência em saúde para a região e tem uma ampla rede básica, mas a população ainda reclama da demora para exames, diagnósticos, pequenas cirurgias e procedimentos de média complexidade. Como resolver?
Daniel Alonso – Em nosso governo foi realizado o maior mutirão de cirurgias eletivas de todos os tempos, com mais de 20 mil procedimentos. A implantação dos programas “Remédio em Casa”, “Consultório na Rua” e “Melhor em Casa” foram destaques na nossa administração.
Estaremos ampliando o acesso aos Serviços Especializados, com a implantação de duas Unidades Municipais de saúde especializadas, em média complexidade, nas regiões Sul e Leste. Vamos implantar o Ambulatório de Média Complexidade (AME) cirúrgico: serviço regional, em parceria com o Estado.
MN – O problema dos buracos ainda persiste em Marília. Há bairros antigos com o asfalto precário. Em outros, principalmente na periferia, há ruas sem asfalto. Como espera entregar melhorias nessa área?
Daniel Alonso – Criamos o maior programa de pavimentação que Marília já teve. Com o “Asfalto Novo” mais de 100 ruas foram pavimentadas e recapeadas nos últimos anos. A operação tapa buracos em todas as regiões é uma realidade diária através da Codemar. Além disso, promovemos inúmeras interligações de bairros, pedidos de muitos anos de moradores de várias regiões.
Estaremos ampliando o asfaltamento e recape, levando já no primeiro ano programa aos seguintes bairros: Parque dos Ipês; Antônio Carlos Nascimento da Silva; Jardim Paraíso; Cecap Aeroporto; Theresa Bassan de Argollo Ferrão; Parque das Acácias; César de Almeida e logo após seguiremos para as demais regiões da cidade.
MN – A cidade tem projetos de ciclovia, interligações de bairros e novas avenidas que resolveriam gargalos. Como viabilizar obras como estas e como melhorar a mobilidade urbana?
Daniel Alonso – Fizemos um investimento pesado na mobilidade urbana com novos conjuntos semafóricos, estruturação e sinalização de vias e sistemas viários, novos equipamentos e veículos e o mais importante, programas e campanhas atuantes de educação no trânsito que diminuíram em mais de 70% o número de mortes e acidentes em vias públicas.
Houve ainda as reformas completas do Complexo de Trânsito, Cemitério da Saudade, do Terminal Intermunicipal e a entrega do Departamento de Educação no Trânsito e Atendimento ao Público.
Pretendemos fazer a pavimentação/interligação com várias marginais. Entre o Vila Flora III x Maracá; Jardim América IV x Vila Flora III; Bairro São Miguel x Jardim Ohara; Jardim Acapulco x Jardim Parati; Jardim Morumbi x Jardim Flamingo; Parque Serra Dourada x Jardim Araxá.
Nosso programa prevê ainda a ligação do Jardim Maria Martha x Marília Shopping; Jardim Ana Carla x Jardim Maria Martha; Jardim Paraíso x Jardim Polyana; Jardim Polyana x Jardim Firenze 1; Jardim Universitário x Parque das Vivendas; Homero Zaninotto x Jardim Santa Paula; Nova Marília III x Nova Marília IV; Aniz Badra x Figueirinha;
Vamos construir dois terminais rodoviários urbanos, um na zona Sul outro na zona Norte. Também pretendemos implantar o corredor de ônibus na zona norte e zona sul.
Em parceria com a Eixo Concessionária de rodovias pretendemos implantar marginais na SP-294 (Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros) em Lácio, com início no km 442 até o km 445 no entroncamento com a avenida Jóquei Clube, outra no km 443 + 400 metros, passando pela Kibon, Coca-Cola até o motel Prata.
Vamos abrir uma marginal no km 448 + 500m, interligando a avenida Roosevelt ao bairro Acapulco.
Está prevista também a abertura de marginal no km 459 no sentido de Maracá/Montana em Padre Nóbrega passando pelo Green Valley até o km 464 no final do Trieste Cavichioli.
Será feita a abertura de marginal no km 462 no sentido de Padre Nóbrega até o km 464 e construção de passarela no km 462 + 150 metros, junto a portaria do condomínio Green Valley.
O distrito terá ainda a construção de viaduto no km 463 + 300m próximo a passarela metálica existente, interligando o bairro Maracá ao centro de Padre Nóbrega.
Logo no primeiro ano iniciaremos um estudo para a instalação de ciclovias nas quatro regiões da cidade e no centro.
MN – Há décadas Marília ainda sofre com a falta d’água. É possível acabar com esse problema? O que o candidato pensa da privatização do Daem?
Daniel Alonso – Em nosso governo perfuramos nove novos poços, aumentando a oferta de água em mais de 253 mil litros hora em todas as regiões da cidade. Acrescentamos três grandes reservatórios de 2,7 milhões de litros por hora e uma coisa muito importante para Marília: a reintegração do Poço Águas de Marília da Prefeitura, gerando uma economia aos cofres públicos de R$ 15,5 milhões em quase quatro anos.
Pretendemos investir mais ainda no aumento de produção com a perfuração de quatro poços profundos (Guarani) com infraestrutura de redes e reservatórios; perfuração de oito poços de basalto (Serra Geral), com infraestrutura de redes e reservatórios.
Vamos investir na construção de seis reservatórios estratégicos de grande capacidade de reservação e a instalação de quatro reservatórios de passagem.
Para tentar resolver o problema de queima de bombas iremos implantar um projeto de eficiência energética de equipamentos dos sistemas de captação, tratamento e distribuição de água.
MN – O contribuinte ainda paga para transportar o lixo doméstico para fora da cidade. Para muitas cidades, o resíduo é um ativo, através de reciclagem e da compostagem. Em seu governo, essa despesa vai continuar? Como resolver o problema do lixo e quais suas propostas ligadas ao meio ambiente?
Daniel Alonso – Quando assumimos a prefeitura de Marília em 2017, a prioridade foi resolver o problema do lixo. Além de ter que limpar a cidade que estava há três meses com muito lixo espalhado pelas ruas, nos primeiros meses de governo negociamos com as empresas que faziam a coleta e transbordo do lixo para baixarem os preços dos serviços, levando a uma economia de R$ 27.224.618,40 em três anos de meio.
Outra grande conquista foi a regularização da plataforma do transbordo no antigo aterro municipal na estrada do distrito de Avencas. Depois dos governos anteriores abandonarem o local, gerando multas milionárias da Cetesb para o poder público, nosso governo resolveu o problema. Hoje o local onde o lixo é depositado temporariamente para o seu destino final é totalmente coberto e sustentável. E para a resolução final do problema pretendemos ainda este ano implantar a usina de resíduos sólidos.
Para o próximo mandato implantaremos mais três Ecopontos na cidade, implantaremos a Coleta Seletiva com apoio das Associações dos Catadores de Marília, promovendo a inclusão social e sustentabilidade através da reciclagem e reuso de materiais passíveis de reaproveitamento. Enviaremos à Câmara Municipal Projeto de Lei para regularizar a gestão dos resíduos sólidos dos “grandes geradores”.
MN – O trabalhador de Marília tem renda média abaixo de cidades polo do interior, do mesmo porte. A renda do mariliense também está abaixo da média do Estado. O candidato tem proposta para que essa disparidade seja superada? O que fará com relação aos empregos e chegada de novas empresas?
Daniel Alonso – Ao longo dos quase quatro anos, trabalhamos muito para a criação de novos empregos e para atrair novas empresas para a cidade. Foram mais de 11 mil empresas abertas e 5,6 mil empregos gerados ao longo do período. Além disso, conquistamos o reconhecimento de Município de Interesse Turístico (MIT)e o credenciamento provisório do Parque Tecnológico, que gerará milhares de empregos nos próximos anos.
Para o novo mandato seguiremos com o programa Via Rápida Empresa, que tem o objetivo de desenvolver, implementar e fortalecer através de mais funcionários e mecanismos digitais de atendimento o “Sistema Via Rápida Empresa Municipal”, agilizando processos de licenciamentos, que somam mais de mil processos mensais, trazendo mais emprego e renda ao município.
Retomaremos junto aos donatários de áreas do Distrito Industrial III “Santo Barion” as tratativas para instalação da infraestrutura básica do Distrito:
Vamos dar continuidade aos estudos técnicos e científicos, bem como a elaboração do Projeto de Credenciamento definitivo do Parque Tecnológico no município. Pontuar e executar, em conjunto com o Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (COMCIT), junto à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico todas as etapas e critérios necessários à implantação.
Seguiremos com a doação de áreas públicas para a instalação de novas empresas em distritos industriais, exigindo o cumprimento dos prazos legais. Manteremos a assessoria especializada ao empresário, através do atendimento técnico na Sala do Empreendedor do Ganha Tempo municipal.
Sobre o Banco do Povo; vamos ampliar a divulgação e atração de recursos para os microempreendedores através do microcrédito.
MN – A Prefeitura é constantemente criticada pela demora no atendimento ao cidadão. Aprovação de projetos de construção é um exemplo. Os pedidos levam meses, gerando desestímulo ao investimento. Qual é a proposta para reduzir a burocracia e melhorar a eficiência do serviço público?
Daniel Alonso – Quebramos um tabu na secretaria de Planejamento Urbano implantando o programa “Aprova Fácil”, que trouxe agilidade para a aprovação de projetos. A entrega de certidões através do Programa “Cidade Legal” a famílias da Zona Rural também foi destaque. E a tão esperada Lei do Entorno também se tornou realidade. A criação dos projetos do Parque Linear na linha férrea e do Parque Cascata também já aconteceram em nossa gestão.
Para o futuro há vários projetos para esta área. Sobre a questão da aprovação de projetos de construção pretendemos ampliar o número de servidores capacitados para fazer a análise de cada processo recebido pela pasta do Planejamento Urbano para aprovação de construção. Também implantaremos de uma política municipal de habitação e planejamento urbano moderna e em sintonia com a nova agenda urbana da Habitat III – Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável, aliada aos conceitos de desenvolvimento sustentável contidos na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)
MN – A violência tem feito vítimas, principalmente entre os jovens. Famílias são atingidas em todas as classes sociais, seja pelo avanço da dependência das drogas, que não distingue as classes, seja pelo ciclo “vício-tráfico” entre os mais pobres. O que um prefeito pode fazer para minimizar esse drama?
Daniel Alonso – Nessa área já trabalhamos muito para minimizar estes problemas, além da manutenção das seis unidades das casas do Pequeno Cidadão, criamos a Sala ComVida. Além disso, o Ceprom passou por uma reformulação e mais de 3,3 mil marilienses se formaram em diversos cursos profissionalizantes. Lançamos em parceria com o Senai e o Sest/Senat dezenas de cursos online para a capacitação de jovens e adultos para o mercado de trabalho.
Para o próximo mandato vamos manter, incrementar e expandir o projeto da Sala ComVida, de atendimento e apoio à mulher e a população LGBTi+, vítimas de violência familiar e doméstica, inclusive com realização do programa de atendimento ao agressor, através de trabalho em rede.
Vamos ampliar atendimento às crianças e adolescentes de seis a 15 anos nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculo nas Entidades Socioassistenciais (Casas do Pequeno Cidadão), através de chamamento público para as regiões Norte, Sul e Oeste.
Vamos ampliar o quadro técnico de profissionais de serviço social, psicologia e terapeuta ocupacional, através de concurso público. Buscarem também fortalecer ainda mais as parcerias com clínicas de recuperação de usuário de drogas.
MN – Os servidores municipais se ressentem, nos últimos anos, de não terem um plano de carreira. Aprovado em fim de mandato e revogado, há quase quatro anos, o plano acabou sendo objeto de disputa política. Haverá um plano aprovado no seu governo?
Daniel Alonso – Nosso governo ao longo dos três anos e meio sempre procurou valorizar o servidor público municipal. Além da incorporação de R$ 200 ao salário nos primeiros meses do seu mandato, aumentamos 188% o vale alimentação dos servidores ativos, que era R$ 125 e passou para R$ 360 mensais.
Outro benefício foi a revogação de decretos que penalizavam os servidores: um referente ao pagamento de 1/3 das férias em dinheiro e o outro ao pagamento de licenças prêmios, além do cumprimento da lei de progressão por mérito, cujo benefício não era concedido desde 2013.
Implantamos a cesta natalina para servidores municipais ativos e aposentados, fizemos um concurso onde contratamos mais de 1,5 mil servidores, reduzimos de 161 para 123 o número de comissionados, sendo que muitos destes são servidores de carreira ocupando os cargos.
No próximo mandado vamos implantar o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos que já foi encaminhado à Câmara Municipal. Vamos elaborar o novo Estatuto dos Servidores Públicos Municipais, substituindo a atual Lei Complementar nº 11/1991, vigente há quase 30 anos e que sofreu centenas de modificações que dificultam a interpretação e aplicação. Vamos realizar novo concurso público para as áreas essenciais e dar continuidade do pagamento de licenças-prêmio e progressões por mérito atrasadas. Por fim, aumentaremos o valor do vale alimentação dos servidores públicos municipais.
MN – Como tratar o Ipremm que atualmente tem problemas gravíssimos?
Daniel Alonso – Neste mandato já iniciamos a recuperação do Ipremm que foi saqueado nos últimos anos por governo anteriores. O instituto deveria ter nos cofres mais de R$ 1 bilhão, mas quando assumimos, encontramos vazios. Conquistamos a Certidão de Regularidade Previdenciária (CRP), a liberação de Compensação Previdenciária (Comprev) e a venda de 21 lotes e prédios foram feitas na tentativa de salvar o instituto.
Além disso, nesses quase quatro anos, cumprimos o pagamento de todos os aposentados em dia, mesmo com as crises que assolaram o país e o significativo aumento do número de aposentados e praticamente o dobro da folha de pagamento. De 2016 para 2020 o número de aposentados aumentou 29,35%. Já a folha aumentou em 67,76% no período. Com o concurso realizado, no qual já contratamos mais de 1,5 mil servidores, aumentamos a arrecadação do Ipremm.
MN – Qual a sua avaliação para a Educação municipal hoje? O que dá para melhorar?
Daniel Alonso – É a melhor possível. Demos um salto enorme e fortalecemos essa pasta, junto obviamente com os nossos servidores. Vamos pontuar algumas conquistas:
São 11 escolas reformadas e 5 novas entregues. A distribuição de novos uniformes, kits escolares, mochilas e tênis foi uma inovação histórica em Marília.
Implantamos também os projetos “Palavra Cantada” e “Jovens Empreendedores” que levou empreendedorismo, música e muito conhecimento para todos os alunos.
Nas gigantescas formaturas, crianças e professores eram usados politicamente para fazerem um espetáculo que muitos não curtiam. Nós conversamos com professores e servidores e instituímos as formaturas em cada unidade escolar, com direito a entrega de diploma e uso de beca.
Marília não tinha como continuar administrando alimento escolar embaixo de uma arquibancada de estádio. No início de 2018 mudamos a forma de manipulação e distribuição da merenda escolar para as nossas quase 20 mil crianças, no total são mais de 60 mil refeições diárias. Com a entrega ponto a ponto e as diretoras controlando o uso do alimento, economizamos R$ 1,6 milhão anuais, cerca de R$ 133 mil por mês desde a mudança. Em três anos e meio, foram economizados R$ 4 milhões. Tudo isso sem perder a qualidade e aumentando a diversidade e qualidade dos alimentos.
Para o futuro, trabalharemos para zerar o déficit de vagas para crianças na faixa etária de quatro meses a três anos de idade no município, através de estudo da demanda por região, reestruturando espaços das escolas existentes e construindo e novas unidades, conforme o mapeamento das necessidades da população.
Vamos expandir as vagas de Ensino Fundamental (Emefs) na modalidade integral, atendendo ao preceito de garantir essa modalidade de ensino àqueles alunos que necessitam frequentar a escola pelo período de nove horas, em virtude do trabalho dos pais, oferecendo as refeições essenciais às crianças e, principalmente, um ensino de qualidade, que é privilegiado com o oferecimento de Oficinas de Enriquecimento Curricular, desenvolvidas no espaço próprio da instituição escolar.
Para os pais que optarem pelo ensino regular (cinco horas diárias de estudo), vamos garantir a matrícula na unidade escolar de acordo com sua geolocalização, evitando deslocamentos para escolas distantes de suas residências.
Na Educação Especial vamos fortalecer o Centro Educacional de Atendimento Especializado (Cemaee) por meio da implementação de um programa modelo de ações direcionadas ao público alvo da Educação Especial no princípio da Equidade.
A ação será operacionalizada através da elaboração de estratégias metodológicas e o desenvolvimento de recursos de tecnologias assistivas que possibilitem a participação de todos os alunos.
Vamos construir uma escola de formação que, em parceria com as universidades, vai contribuir para formação inicial e continuada dos docentes.
Em virtude da pandemia da Covid-19, vamos adotar o monitoramento do Aprendizado Pós-Pandemia, por meio do mapeamento do aprendizado de cada aluno no início do ano letivo de 2021. A partir dos resultados serão elaborados planos individuais para sanar eventuais dificuldades nos conteúdos que compõem a matriz curricular, garantindo que os alunos possam dar prosseguimento em sua vida escolar com qualidade.
Vamos implantar o Programa de Educação Alimentar e Nutricional para promover a interação entre alunos, equipe escolar, nutricionistas, pais, empreendedores rurais e demais atores do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), proporcionando o contato de todos os envolvidos com os alimentos in natura desde sua origem (plantação, colheita, sazonalidade, espécies) até o consumo, estimulando a alimentação saudável e adequada;
Vamos seguir com a Formação de Profissionais da Educação, por meio da criação de convênios e parcerias, fomentando o acesso a cursos de Graduação e Pós-Graduação, valorizando os servidores municipais.
Nosso governo vai continuar desenvolvendo ações que visem dar suporte para a implementação de um sistema de gestão informatizado, onde pais, alunos, servidores e população em geral possam ter acesso às informações referentes aos aspectos pedagógicos e administrativos da Gestão da Educação Municipal.
Vamos implantar a Gestão compartilhada, fortalecendo os colegiados escolares na participação da gestão das Unidades Escolares, através da formação de comissões regionais para planejar a atuação administrativa, financeira e pedagógica de acordo com as reais necessidades da população mariliense
MN – Pouco foi feito fora do usual no Esporte na atual administração. Os poliesportivos na cidade continuam abandonados, por exemplo. Qual a avaliação e o que pretende fazer?
Daniel Alonso – Em nossa gestão, Marília voltou ao cenário esportivo nacional com a realização do Jori (2017), dos Jogos Regionais (2018) e dos Jogos Abertos do Interior (2019). Foram milhares de visitantes que conheceram e elevaram a economia de Marília. Novas praças esportivas e academias ao ar livre, pista de cooper também foram entregues. Além disso, com a nova estrutura esportiva na cidade, mais de 3 mil atletas podem treinar mensalmente em 25 modalidades esportivas.
Neste próximo mandato, entre outras coisas, pretendemos fazer a expansão do Projeto Social Esportivo para as regiões de vulnerabilidade da cidade e a Implantação do Projeto no ginásio Neusa Galetti.
Nosso governo vai implantar o projeto “Juventude Ativa”, com foco na juventude por meio do esporte, lazer e discussão de temas transversais para formação cidadã. A base para sua implantação será a parceria com as escolas estaduais do município.
Vamos promover a reforma e revitalização dos Poliesportivos na cidade de Marília e retomar o projeto para implantação de piso sintético para prática de atletismo no Poliesportivo Pedro Sola.
Pretendemos ampliar o Programa Auxílio Atleta para incentivar o esporte de alto rendimento. Manter parcerias com as universidades particulares e públicas para atendimento multidisciplinar.
13 – Cultura? Qual a avaliação e o que pretende fazer?
Daniel Alonso – A Cultura teve importantes avanços nesses quase quatro anos de governo. As novas e modernas instalações da Biblioteca Municipal, o novo Centro Cultural está em fase de acabamento. O espaço vai abrigar a Secretaria de Cultura, o Museu de Paleontologia, Museu Histórico e Pedagógico e a Galeria de Artes.
Inauguramos a Casa de Cultura, promovemos a vinda de eventos grandiosos como o Festival Internacional “Dançar a Vida” e a Mostra Internacional de Teatro, além disso, foram realizados eventos, mantivemos a Virada Cultural, espalhados por todas as regiões da cidade durante todo o ano.
Quero destacar uma coisa muito importante para a Cultura. Em nosso governo aprovamos o Plano Municipal de Cultura, que estabelece diretrizes e propostas de políticas públicas até 2026 e encerra três anos de trabalho do Conselho Municipal do setor, que realizou audiências públicas e diferentes níveis de debate até a aprovação.
Para o próximo mandato pretendemos estabelecer parcerias com empresas, instituições públicas e privadas para revitalização e adequação de equipamentos e espaços culturais públicos, obedecendo à legislação, com dispositivos de acessibilidade e que atenda às demandas das produções artísticas.
Vamos adquirir equipamentos culturais itinerantes para possibilitar a circulação e difusão artística, atendendo às comunidades das quatro regiões do município com a promoção de cinema, teatro, dança, arte circense, literatura e música, entre outras atividades artísticas e culturais, em locais de pouco acesso às artes.
Vamos trabalhar para criar a Lei própria o Arquivo Histórico Cultural de Marília para proteção de documentos, as obras de arte e outros bens móveis de valor histórico, artístico e cultural.
Pretendemos digitalizar e disponibilizar o acervo de obras de artes pertencentes ao município de Marília, mapear e inventariar prédios e praças públicas para que se tornem equipamentos culturais.
Nosso governo vai criar a Casa do Artesão, referência para produção artesanal do município e retomar Feira de Artes e Artesanato na Praça do Teatro Municipal.
Vamos consolidar o Festival Internacional de Dança de Marília, que já é o segundo maior do Brasil.
Também está em nosso plano criar o Sistema Municipal de Cultura, por força de Lei Municipal, e Consolidar Sistema de Financiamento de atividades culturais, por meio de editais periódicos, de modo a garantir menos impessoalidade na distribuição dos recursos.
MN – Proteção animal. Qual sua avaliação e o que deve ser feito?
Daniel Alonso – Em nosso governo criamos nesses quase quatro anos uma rede de proteção e saúde animal em Marília. Dentro do programa desenvolvido pelas Secretarias da Saúde e Meio Ambiente foi reformulado e estruturado o Centro de Vigilância Ambiental (CVA), ampliado do número de castrações gratuitas. Contratamos uma empresa que faz o resgate de animais doentes e que estão em perigo. Foram mais de 1.600 atendimentos.
Está em fase de implantação o tão sonhado castramóvel, que irá percorrer os bairros em todas as regiões de Marília realizando o controle populacional dos animais. Junto com entidades, autoridades do assunto e a Câmara Municipal, somos pioneiros em todo o Estado na criação do Código Zoosanitário. O código que possui uma lei, foca na saúde pública e trabalha o conceito de saúde única, preservando a saúde animal, humana e ambiental.
Para o próximo mandato pretendemos ampliar as ações de zoonoses, implantando abrigo para animais retirados de acumuladores. Vamos dar continuidade a programa de castração gratuita, resgate dos animais doentes e que estão em perigo. Trabalharemos para promover a integração entre as Ongs protetoras dos animais para criarmos uma rede maior de proteção a estes animais além daqueles já oferecidos pela Prefeitura.
MN – Tem em mente alguma grande obra?
Daniel Alonso – Sem dúvidas alguma não podemos esquecer da obra do esgoto. Há mais de 40 anos os moradores de Marília esperavam pelas obras das estações de tratamento do esgoto das bacias do Pombo, Barbosa e Palmital. Em 2019, na nossa gestão a obra que resolve o maior problema ambiental de Marília se tornou realidade e já beneficia além dos 240 mil moradores da cidade, outras milhares de pessoas por toda a região, pelo menos 90 municípios, já que 100% do esgoto eram despejados in natura no Rio do Peixe e seus afluentes.
A construção da famosa “obra do século” passou por diversas paralisações e denúncias de superfaturamentos nos governos anteriores e se arrasta desde 1994, ou seja, há 26 anos. Um dos orçamentos realizados por governos anteriores, em 2011, a obra ficou em mais R$ 120 milhões, corrigidos para o atual momento da economia, o valor passa dos R$ 200 milhões.
Hoje através de muita economia e negociações, ela será concluída até o final de 2020 com menos de R$ 88 milhões, ou seja, 56% a menos do que o primeiro orçamento. As bacias do Pombo e Barbosa já estão concluídas, em funcionamento, tratando o esgoto e entregues à população com um investimento de R$ 46 milhões.
Já a Bacia do Palmital está em processo de construção, com investimento de R$ 42 milhões, devendo ser concluída até o final de 2020. As três bacias (Pombo, Barbosa e Palmital), vão tratar 1.112 litros de esgoto por segundo e somam 430 mil metros quadrados de construções.
Além disso, nestes quase quatro anos de governo fizemos o maior programa de recuperação de pontes rurais que ligam Marília aos distritos e propriedades rurais e a conquista da Ponte do Ricardão, que liga Marília ao distrito de Amadeu Amaral.
Realizamos o maior programa de construção de calçadas da história de Marília, foram mais de 20 mil². Além disso, foram construídas mais de 236 rampas de acessibilidade e 8.900 metros de piso podotátil na área central da cidade. Destacamos também para a construção de “sarjetões” em todas as regiões de Marília.
Investimos na implantação de galerias pluviais em todas as regiões de Marília. Na avenida Maria Fernandes Cavalari e Rua Mário Araújo Coriolano, foram investidos R$ 800 mil. Na rua Rui Barbosa e Cincinato Braga, mais R$ 750 mil. Na avenida das Esmeraldas, o investimento foi de cerca de R$ 1,2 milhão. São alguns exemplos.
Criamos o novo espaço de equoterapia “Tenente PM Luís Antônio Garé”, dentro do 9º Batalhão da Polícia Militar de Marília e entregamos os tão esperados sanitários na Feira Livre da avenida das Indústrias.
Mas nossa maior conquista foi o término das obras para o tratamento do esgoto em Marília, que coloca a cidade entre as poucas cidades do Brasil que conta com o seu esgoto totalmente tratado.
Para o próximo mandato pretendemos construir o Parque Linear, o Parque Cascata, o Parque Aquarius, além de reformar e ampliar diversas praças em todas as regiões.
Faremos a revitalização do lago do Bosque Municipal Rangel Pietrarróia.
Realizaremos o programa de drenagem de águas pluviais nas bacias da Rua Bahia/Feijó/Maranhão; bacia do Jardim Califórnia; Residencial Marrocos; bacia do Jardim Progresso; Residencial Moradas do Bosque; bacia da Rua Maríapolis; bacia do Jardim Novo Mundo, bacia da avenida Durval de Menezes e da BR-153, das ruas Azarias de Carvalho Leme e Alexandre Chaia.
Criaremos um programa de construção de diversas redes de galerias, continuaremos com o programa de recuperação das estradas rurais e pontes.
Vamos seguir com o aparelhamento de frota com equipamentos pesados e específicos para serviços não atendidos pela terceirizada na manutenção predial. Precisamos ainda fazer aquisição de veículos leves, como carros e motos, para deslocamento de equipes técnicas.
Na área administrativa da Secretaria de Obras, faremos a aquisição de novos equipamentos de alta tecnologia como drones, GPSs, tablets, entre outros para fiscalização, topografia, vistorias, além de aplicativos específicos para uso em campo.
Também pretendemos fazer a preparação para eventual retomada do tráfego de carga na linha férrea que corta Marília, avaliando alternativas à rede que cruza a cidade, como como rebaixamento das linhas ou desvio da rota, buscando recursos federais.
MN – Qual será o maior feito da sua possível administração?
Daniel Alonso – Bem, para falar da possível gestão futura quero falar da atual, que foi a recuperação financeira da cidade. No último ano da gestão passada, 2016, o déficit financeiro ficou R$ 109 milhões. Já em 2017, primeiro ano do nosso governo, houve uma redução significativa, mas ainda em déficit de R$ 41 milhões. No segundo ano, 2018, houve novamente uma redução, mas permanecendo um déficit de R$ 27,3 milhões, já em 2019 o número ficou em R$ 55,7 milhões, ou seja, desde o início da gestão, o déficit financeiro diminuiu cerca de 50%.
Em relação a obras, pretendemos entregar todos os parques já citados acima, as obras de infraestrutura de marginais e também buscar ampliar o número de reservatórios e poços de água.
MN – Como fazer Marília crescer ordenadamente? Na última década a cidade cresceu sem muita organização, com bairros distantes do Centro, sem infraestrutura, com mobilidade ruim para os moradores, entre outros problemas.
Daniel Alonso – Já estamos trabalhando nisso, temos projeto para a construção de marginais em parceria com a concessionária, como já citamos.
MN – O senhor foi muito cobrado por algumas promessas não cumpridas, como por exemplo não contratar comissionados e acabar com a falta d’água na cidade. O que não deu certo e o que aprendeu com isso?
Daniel Alonso – Quanto aos comissionados nós não conhecíamos alguns detalhes da máquina pública quando demos esta declaração. Quando assumimos, percebemos que não se consegue governar sem pessoas de confiança, pessoas que se preocupam junto com os servidores com a realização de um bom governo de um prefeito. Porém, a nosso favor eu posso dizer que somos a gestão com menos cargos comissionados. Hoje são 123 na administração pública e nem todos estão ocupados. Lembrando que na Administração de Abelardo Camarinha eram mais de 700 cargos comissionados.
Quanto a água, nós perfuramos nove poços, ampliamos a profundidade e vazão do poço próximo à represa Água do Norte. Além dos poços, entregamos dois grandes reservatórios, sendo um no Jardim Riviera e outro no distrito de Padre Nóbrega (zona Norte). E vem muito mais investimentos conforme já citei, mas posso garantir, resolvemos e muito a falta de água em Marília, os locais que faltam, são pontuais ou por queima de bomba.
Em relação ao que aprendemos com isso, é que a máquina pública é muito complexa, nem tudo o que queremos fazer pela cidade, podemos fazer na hora que queremos.
Outra coisa, foram tantos os problemas que encontramos desde a nossa posse, cito o abandono da gestão passada. Pegamos a cidade sem coleta de lixo fazia três meses, impeachment de presidente, greve dos caminhoneiros, crise financeira, pandemia do coronavírus e agora mais recentemente a maior seca de todos os tempos, enfim, administrar Marília foi um grande desafio e creio que estamos com ela arrumada muito mais que a administração anterior deixou.
MN – Muitos aliados abandonaram o senhor ao longo desses quatros anos. Qual o motivo?
Daniel Alonso – Não creio que perdemos. Quem saiu é porque não estava comprometido com o futuro da nossa cidade, compromisso esse que assumi quando tomei posse, quem perdeu foram eles, não eu.
MN – Qual foi o maior erro e o maior acerto da sua administração?
Daniel Alonso – Não tivemos erros, tivemos aprendizados com pessoas do bem querendo ajudar e tirar uma cidade do caos que estávamos, praticamente uma Venezuela. Consideramos como um grande acerto a conclusão da obra que chegou a ser orçada em R$ 200 milhões e fizemos ela por R$ 88 milhões, gerando uma grande economia para os munícipes e resolvendo o maior problema ambiental de Marília.
Outra grande conquista é a redução do déficit financeiro da prefeitura em 51% até o ano de 2019. Pretendemos chegar ao final de 2020 com o aumento neste percentual de redução do déficit.