Maurício Roberto retira candidatura e PP fica enfraquecido
O vereador e policial militar da reserva Maurício Roberto (Progressistas) está fora das eleições 2020. O pedido de renúncia da candidatura já foi apresentado à Justiça Eleitoral. A decisão, segundo ele, é por motivos pessoais e não muda o alinhamento político com o grupo do ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos).
Com a decisão, pelo menos três cadeiras na Câmara serão renovadas. O vereador Cícero do Ceasa (PL) concorre a vice-prefeito na chapa com Daniel Alonso (PSDB). Já Mario Coraíni Junior (PTB) também não volta à Câmara em 2021, após se tornar candidato a vice de Juliano (PRTB), em conturbada relação já rompida.
Nos bastidores, a decisão de Maurício de retirar a candidatura surpreendeu. O militar disse ao Marília Notícia que resolveu se afastar da vida pública – ao menos por enquanto.
Na quarta-feira (7) ele formalizou para o presidente do partido, Rogério Alexandre da Graça, e à Justiça Eleitoral. “Eu preciso cuidar melhor de mim, da família, dar um tempo realmente. Algumas coisas que aconteceram (perdas na família) mexeram com meu foco de prioridade”, disse.
Maurício foi eleito em 2016 com 1.978 votos pela mesma legenda, em coligação com então candidato à reeleição Vinicius Camarinha (PSB). Com a derrota, o partido – que nacionalmente faz parte do “centrão” – se abrigou no governo de Daniel Alonso.
Ao longo do mandato o militar conseguiu ficar longe de polêmicas e tentou aproveitar as oportunidades de mostrar serviço. Quando o partido dele assumiu o Ministério da Saúde, no governo Temer, encostou ainda mais em deputados Progressistas.
“Trouxemos emendas para os hospitais, reivindicamos e conseguimos ambulâncias. Foi um trabalho forte com os deputados federais, que teve bons resultados para Marília”, defendeu.
O racha com o governo Daniel, já previsível, foi recente. A definição veio com as novas jogadas no xadrez político, entre o final do ano passado e início desse ano. O Progressistas se realinhou com o grupo de Camarinha e Maurício se afastou definitivamente de Alonso.
O militar alega que se afastou “por não ver atendidas as demandas da população que levava para o governo”. Sobre a aliança com o grupo Camarinha, afirmou que em Marília a polarização ainda predomina e não existem opções, pelo menos com viabilidade eleitoral.
Bastidores
O presidente do Progressistas disse ao MN que Maurício se comprometeu a apoiar a legenda. Segundo Rogério, o partido teria outros nomes “fortes”.
Fontes ouvidas pelo site, porém, apostam que a retirada de Maurício também estaria relacionada à percepção de enfraquecimento do Progressistas.
Nomes como o dentista Elio Ajeka e o próprio presidente do partido, Rogério da Graça – que presidiu a Codemar – estão ameaçados de ficar de fora do pleito, após pedidos de impugnação das candidaturas.
João do Bar, atual vereador, terá um páreo duro na zona Norte, seu reduto, com a volta de antigos nomes da região à política.
Maurício nega. “Isso não tem nada a ver. O partido está forte, muito provavelmente vai fazer uma cadeira e quem sabe até uma segunda”, arrisca.