Famílias convivem com risco morando em beira de precipício
Dezenas de pessoas vivem há anos, literalmente, na beira do precipício em imóveis localizados na rua Bugrinhos, Jardim Virgínia, na zona Oeste de Marília. Segundo a Prefeitura, se trata de uma ocupação irregular.
Neste domingo (30) a área foi cenário de uma verdadeira ‘tragédia anunciada’. Um homem de 31 anos, identificado como Márcio Oliveira, morreu ao cair em um desfiladeiro de aproximadamente 40 metros. Ele teria caído do fundo de sua residência.
A situação é a mesma com diversas moradias vizinhas, com os quintais terminando no ‘buracão’, como é popularmente chamado o local . Outros acidentes já teriam acontecido no mesmo precipício, segundo moradores ouvidos pelo Marília Notícia.
A Prefeitura está ciente do risco, de acordo com vizinhos, que dizem já ter pedido soluções. A reportagem apurou que a Defesa Civil do município possui inclusive levantamentos sobre os imóveis em situação de risco existentes em Marília.
A equipe do site esteve no local do acidente do último final de semana e presenciou quando bombeiros alertaram os moradores sobre o risco que correm vivendo por ali.
As famílias são visivelmente pobres e não teriam condições de buscarem outras áreas para viver. Em conversa com os habitantes das proximidades aparece a preocupação principalmente com as muitas crianças que moram por ali.
Um integrante do Ministério Público ouvido informalmente pela reportagem considerou o relato sobre as condições de moradia como “um absurdo”. “Defesa Civil tem o dever de verificar e erradicar a situação de risco dessas pessoas”, disse o promotor em análise de bastidor.
Além da pobreza, os moradores também convivem com o tráfico de drogas na região. O MN já publicou ao menos seis casos, nos últimos anos, de prisões ou apreensões envolvendo a comercialização de entorpecentes ou crimes como porte ilegal de arma.
Outro lado
O site questionou o poder público municipal sobre a situação e se a Prefeitura tem ciência das condições de moradia. Também foi questionado por qual motivo tal quadro ainda persiste e o que pode ser feito pelas famílias em situação de risco.
Por meio de nota o Executivo informou que “se trata de uma área irregular e que já foram realizados diversos desfavelamentos ao longo dos últimos anos”. “Esse local”, afirma a administração, “está nos projetos para desocupação da área de risco”.
“A atual administração trabalha junto ao Governo Federal para obter recursos para que esse projeto se concretize”, finaliza a nota sem dar prazo para a resolução do problema.