Possível vice de Daniel, Cícero defende vereadora após polêmica
Entre ponderado e complacente, o vereador Cícero do Ceasa (PL), um dos cotados para ser o vice de Daniel Alonso (PSDB) nas eleições deste ano, foi o único que usou a tribuna da Câmara esta semana para defender a colega de partido, vereadora Daniela D’Ávila.
Pivô do caso que constrangeu a Polícia Militar (PM) e o Legislativo, Daniela foi poupada por Cícero durante a sua fala, que ficou marcada pelo “atire a primeira pedra quem não tem pecado”.
O vereador preferiu se ater a expectativa de que a PM apure e tome as providências em relação a comandante do 9º Batalhão em Marília, Márcia Cristina Cristal Gomes.
“Ela não é uma pessoa que caiu de paraquedas na PM. Não é uma pessoa que não estudou. Deve ser uma pessoa muito preparada para chegar ao ponto de assumir o comando da Polícia Militar. A Polícia tem a sua corregedoria e deve tomar as providências cabíveis. Se não é para ela ser comandante, que tire ela”, disse.
Cícero gastou quase a totalidade dos seus dez minutos no pequeno expediente “em cima do muro” e as poucas vezes que desceu, foi para comentar a expectativa de apuração, quanto à Cristal.
O político disse que não ficaria ‘jogando pedras’ e usou a bíblia para reforçar sua tese. “Tem uma passagem de São João que fala muito bem: quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Prefiro deixar que a Justiça interna do comando da Polícia Militar tome as medidas cabíveis quanto a coronel”, disse.
Já em relação à vereadora, deu ênfase ao direito de defesa. No único momento em que quase reprovou a atitude, disse que “ela (Daniela) deveria ter pensando um pouco como vereadora”, mas ao mesmo tempo lembrou o “papel de mãe” de Daniela, que “estava em casa”, e se viu em uma situação que “envolvia a filha”.
Em sua fala, Cícero disse ainda que este é um ano político e que “cada um defende o seu quadrado”, mas não se ateria a julgamentos. Na segunda-feira o governista afirmou que, em caso de pedido de comissão processante na Casa, vota sim.
“Se apresentar uma Comissão processante nessa casa, para se apurar a veracidade do que ocorreu eu serei favorável e terá a oportunidade desta vereadora se defender, explicar em plenário, para a população, representante [da população] que ela é”, declarou em sessão.
Já na tarde desta quarta-feira (26) o Marília Notícia encontrou um Cícero mais preocupado com a repercussão de seu posicionamento.
Ele não revelou como vai votar na segunda-feira, quando o pedido de Comissão Processante será lido em plenário.
“Não tomei conhecimento ainda [do texto] da denúncia. Parece que acrescenta também a questão da função como vice-diretora e simultaneamente ao cargo de vereadora. Preciso tomar conhecimento”, esquivou-se.