Marília pode ter até oito candidatos a prefeito nas eleições 2020
Em um mês – prazo final para as convenções partidárias – a população de Marília conhecerá os candidatos a prefeito, vice e vereadores nas eleições municiais que acontecem no dia 15 de novembro. Os partidos se articulam e pelo menos oito pré-candidaturas foram sinalizadas.
Nos bastidores, a maioria ainda aposta na polarização entre o prefeito Daniel Alonso (PSDB) e o ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos). Pelo lastro político, os dois pré-candidatos tem o potencial de apresentar as campanhas mais robustas.
Camarinha ainda enfrenta a Justiça, que pode barrar sua campanha com base na lei da ficha limpa.
Seis partidos sinalizam – com veemência – que farão de tudo para evitar a polarização. Três já anunciaram pré-candidatos.
À direita
Uma das principais novidades deve ser o resultado da aproximação do Capitão da Polícia Militar Éliton Sanches com o Partido Social Liberal (PSL).
Neste sábado (15), o capitão se afasta formalmente das atividades, em cumprimento ao calendário eleitoral. As probabilidades de aliança são grandes e podem transferir a Éliton boa parte do capital político do policial militar da reserva Marcos Farto, presidente do partido.
Por esse motivo, nos últimos dias o militar passou a ser observado com mais atenção. Entre aliados do ex-prefeito Abelardo Camarinha, há quem diga que “se pode dar zebra, atende pelo nome de Éliton”.
Porém, nunca é possível saber se as “impressões” refletem a realidade com base nas sondagens do experiente político ou no típico esforço de Abelardo de alavancar um virtual terceiro colocado, visando dividir o eleitorado para enfraquecer Daniel.
À esquerda
Se Abelardo e Daniel podem ser considerados o poderoso “centrão mariliense”, a esquerda local também se define em nomes ligados a movimentos sindicais ou sociais.
O Partido dos Trabalhadores (PT) sinaliza com candidatura própria – após se abster de lançar candidato a prefeito em 2016. O último membro do partido a chegar ao poder foi Ticiano Toffoli, eleito vice de Mário Bulgareli em 2010 e herdeiro do cargo após Bulgareli renunciar, em meio a uma enxurrada de denúncias de corrupção.
O partido pode lançar este ano o professor Juvenal Aguiar, conhecido dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) deve confirmar o nome da enfermeira e ativista social Nayara de Fátima Mazini, com o advogado Luís André Lisque como vice.
Mudança de bandeira
Nascido político na estrutura sindical, o radialista Marcos Juliano – que disputou duas eleições pelo Solidariedade (legenda controlada por Paulinho da Força) – mudou de partido e de companhia, mas a guinada ainda não surtiu efeito no ganho de “musculatura política”.
O empresário tropeçou justamente na área em que atua – a comunicação – e acabou anunciando com fogos de artifício duas alianças que poderiam ter relevância, mas não se consolidaram.
A primeira foi com o cacique do PSL, Marcos Farto, a quem chegou a chamar de vice. Depois, com o procurador de Justiça Nadir de Campos Júnior, que acabou não confirmando a dobradinha e deixou Juliano em saia justa.
O radialista já havia trocado o Solidariedade, de centro-esquerda, pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), do vice-presidente Hamilton Mourão.
Informações apuradas pelo Marília Notícia dão conta de que grandes empresários da cidade andam articulando a possibilidade de Juliano entrar como vice de Daniel na última hora.
Desgarrados
Nas articulações do “centrão versão mariliense”, três legendas ainda fogem do raio de influência de Abelardo e de Daniel. O Partido Verde (PV) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) sinalizam voo solo. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do atual vice Tato, segue indefinido.
O PDT anunciou que terá candidatura própria a prefeito e vice. O presidente da legenda, Adão Brito, garantiu que não vai aderir à polarização, mesmo após frustrado o “plano A”, que seria o lançamento da candidatura do Capitão Éliton. Segundo ele, “bons nomes” serão anunciados.
Já o Partido Verde, sob forte intervenção do Diretório Estadual, está sob o comando do empresário Laerte Bedendo, pré-candidato a prefeito. Já o MDB aguarda definição do empresário Tato Ambrósio, vice-prefeito de Marília.
Legislativo
Na Câmara Municipal, após a “dança das cadeiras” entre os vereadores, o PSDB de Daniel se fortaleceu e tem quatro das 13 vagas (Wilson Damasceno, José Luiz Queiroz, José Carlos Albuquerque e Evandro Galete).
O desafio da reeleição para os tucanos será grande, já que o quociente eleitoral – para a primeira rodada das vagas entre os partidos – deve ficar em 7 mil votos, o que exige grande votação para eventual segunda e terceira cadeira.
Com o fim das coligações, também não terão vida fácil (para reeleição) os vereadores que tradicionalmente têm expressiva votação, mas não reúnem em suas chapas outros candidatos de alto desempenho.