Bombeiros combatem polêmica sobre mudanças
Em meio a uma reestruturação, o Corpo de Bombeiros de Marília tem duas difíceis missões. A primeira é demostrar que Marília não foi preterida com a criação do Comando de Bombeiros do Interior (CBI) em Bauru – distante 100 quilômetros. A segunda é reduzir a preocupação com o distanciamento da população, já que todos os municípios da região passarão a ser atendidos pelo telefone 193, em uma central única, na cidade vizinha.
O comandante interino do 10º Grupamento de Bombeiros (GB), com sede em Marília, major Wilson de Góes Júnior, defendeu que a criação do comando em Bauru vai trazer mais representatividade para a instituição no interior do Estado.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (13), ele explicou as mudanças. Uma das principais novidades é a nova configuração do CBI, antes localizado unicamente na capital do Estado. Agora são três endereços: Campinas, Bauru e Santos. Cada unidade regional vai comandar os grupamentos do seu entorno.
No caso de Bauru, o novo CBI será responsável pelos grupamentos de Marília, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Araçatuba – correspondendo as regiões centro oeste, oeste e noroeste do Estado.
“O que de fato aconteceu foi que esse comando, que antes ficava na capital, respondendo pelos assuntos do interior, agora está descentralizado, no próprio interior. Esse era um desejo antigo dos Bombeiros, que vem para aproximar, dar mais autonomia e fortalecer o trabalho dos bombeiros que atuam no Interior”, defendeu Góes.
Marília comanda Bauru
O grupamento de Marília teve sua área ampliada, passando a responder também pela antiga área do 12º GB Bauru. A unidade incorporou mais onze postos, localizados em dez municípios: Bauru, Lins, Jaú, Promissão, Agudos, Pederneiras, Bariri, Lençóis Paulista, Cafelândia e Cabrália Paulista.
O fato curioso de Marília passar a comandar Bauru – operacionalmente – acontece porque o antigo grupamento bauruense cedeu espaço à estrutura administrativa do CBI. Na prática, dois postos de atendimento naquela cidade devem agora se reportar ao comandante mariliense.
Ao sul, o mapa territorial teve uma pequena mudança. O GB de Marília cedeu à Presidente Prudente as unidades instaladas em Assis, Cândido Mota e Paraguaçu Paulista.
“Com essa configuração, a área do Grupamento de Marília passa a ser a mesma do CPI-4, da Polícia Militar, o que permite melhor gerenciamento estratégico”, afirmou o comandante na região de Marília.
Cobom
Góes confirmou que está em andamento a integração dos atendimentos da Central de Operações dos Bombeiros (Cobom – 193). Atualmente as chamadas são atendidas em cada localidade onde estão situadas as unidades, de onde são despachadas as viaturas.
“Com a disponibilidade tecnológica que temos hoje, é evidente que a distância não é um fator determinante para a qualidade do serviço. A tecnologia dos sistemas supera, inclusive, obstáculos naturais, topográficos, que antes poderia haver nas comunicações por rádio”, defendeu.
O comandante disse ainda acreditar que a integração, quando o 193 passar a ser atendido no mesmo prédio onde trabalham os atendentes da Polícia Militar (190), vai favorecer a qualidade no atendimento, com melhoria dos processos.
“Uma grande experiência que o país teve foi durante os Jogos Olímpicos, quando uma central reuniu inúmeros serviços e agências, no Rio de Janeiro. Foi um salto de qualidade, um excelente exemplo”, exemplificou.
Por outro lado, as principais críticas à medida – inclusive de fontes internas – é o desconhecimento dos atendentes sobre a realidade de cada cidade, como os pontos de referência.
No ato da ligação, será exigido dos solicitantes ainda mais tranquilidade – o que é difícil em situação de emergência – para que não ocorra erro em nomes de ruas, bairros, endereços rurais e outros meios de localização.
Para Góes, o treinamento e a capacitação do pessoal, com possibilidade de auditoria, vão garantir a qualidade. “Os atendentes serão treinados para uma comunicação muito rápida e eficaz com o solicitante, pegando todos os detalhes, o telefone dessa pessoa e retornando a chamada, se for necessário”, argumenta.