Em nova aliança com Camarinha, Protetor vai recorrer ao TSE
O ativista da causa animal Fábio Alves Cabral, o “Fábio Protetor”, está ameaçado de ficar de fora das eleições municipais deste ano, após decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em ação que aponta dupla filiação partidária. Em 2016, ele teve 1.648 votos – mais votado que o 13º vereador eleito.
Filiado ao PC do B, partido da base aliada do prefeito Daniel Alonso (PSDB), durante os primeiros anos do mandato Fábio manteve-se próximo do governo, apesar da relação tensa com servidores da Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde.
Em meio a muitas cobranças e discordâncias, o “morde e assopra” acabou em rompimento no final do ano passado, quando Fábio sinalizou a intenção de desembarcar do governo e disputar as eleições com o grupo do ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos).
Mas antes, o ativista já havia assinado uma ficha de filiação do Partido Liberal (PL), reorganizado por aliados de Daniel. A legenda que é abrigo de governistas é um bônus pelo forte apoio ao deputado federal Capitão Augusto, cacique nacional da sigla.
Ao Marília Notícia Protetor afirmou ter comunicado dirigentes do PL antes de assinar a ficha do Partido Socialista Brasileiro (PSB), de Vinicius Camarinha. Ele teria feito a comunicação de forma verbal, esperando o que partido fizesse a atualização.
“O convite era para o Podemos (de Abelardo), mas eu preferi o PSB porque no partido do Camarinha já tem muita gente forte, então minha escolha foi por ter mais chances. Não esperava que ia dar essa dupla filiação”, conta Protetor.
Última instância
Na Justiça Eleitoral de Marília o ativista conseguiu ter reconhecida sua filiação no partido pretendido, em maio deste ano. Mas houve recurso do PL ao Tribunal Regional Eleitoral.
Em julgamento nesta segunda-feira (10), a segunda instância reconheceu a apelação dos governistas e decidiu barrar Fábio Protetor, cancelando ambas as filiações. Sem partido, ele não pode se candidatar.
“Vou para a última instância, o TSE. O recurso está sendo feito pelo partido (PSB), porque eu não tenho condições”, afirma o ativista.
Contratos e distratos
À reportagem do MN, Fábio Protetor disse que decidiu deixar o barco governista por ter se decepcionado com a política de Daniel Alonso para a causa animal. Ele afirma que “dava para ter feito mais”.
Do lado oposto da trincheira política, aliados do prefeito apontam ingratidão. Durante o governo, o ativista teria recebido mais apoio – em relação ao governo Vinicius – para resgatar e manter animais vítimas de maus tratos.
Durante a gestão de Daniel Alonso, o protetor teria conseguido apoio para ampliar o atendimento no abrigo, além de mais diálogo com a secretaria municipal da Saúde e o núcleo de poder governista, até a ruptura.