Após dez dias em UTI com Covid, mulher ganha carreata em Marília
Celebrar a vida e rever familiares e amigos, mesmo da calçada, sentada na frente de casa. A “festa da vitória” da servidora estadual Maria Florinda Valente Gomes, de 60 anos, teve um desfile de pessoas queridas para celebrar a alta médica após dez dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Marília. (Veja o vídeo abaixo)
Ela é funcionária do setor administrativo do Hospital das Clínicas de Marília e começou a sentir sintomas gripais no dia 20 de julho. Apenas três dias depois, já foi internada em estado grave com Covid-19. A filha, Francine Valente Gomes, conta que a mãe teve 75% do pulmão comprometido.
“Minha mãe teve que ser entubada. O médico nos contou que ela estava tranquila. Só queria fazer dois pedidos. Antes de ir para o respirador, pediu para a gente pagar a conta de luz e rezar bastante por ela”, conta a filha da Dona Florinda.
Francine completa. “Ficamos aflitos e rezamos muito, todos os dias. Hoje a gente acha graça. Só minha mãe mesmo para lembrar da conta de energia em uma hora dessa, mas é a cara dela, sempre certinha com tudo”, respira aliviada.
A filha revela que foram dias difíceis. Com o grave comprometimento pulmonar e as notícias sobre a mortalidade da doença, principalmente entre pessoas idosas, a família ficou muito preocupada e temia pelo pior.
Aos poucos, porém, Dona Florinda reagiu e na semana passada saiu do respirador. Na sexta-feira (7) deixou a UTI do Hospital da Unimar e no sábado passou parte do dia em leito de enfermaria, até ter alta médica e voltar para casa.
No domingo, dia de festa. Ela ganhou um banner com sua foto e muitas visitas “com distanciamento social”.
Francine conta que a mãe ficou emocionada com a carreata, registrada em fotos e vídeos pela família. A servidora estadual e o marido, Francisco Carlos Gomes, receberam os demais filhos, Matheus e Marcelo, além de dezenas de amigos, mobilizados por grupo de mensagens.
“Ela ficou muito feliz com a homenagem. Minha mãe é uma pessoa muito forte, cheia de vida e apesar do susto e do medo, sabíamos que ela ia sair dessa. Depois de tudo que aconteceu, fica o nosso alerta. Não dá pra brincar com essa doença. É preciso se prevenir”, disse Francine.