Pôr do sol na zona Leste dá espetáculo e ponto vira atração
Um amplo terreno ao lado do Bosque Municipal, na zona Leste da cidade, virou uma espécie de escape para os marilienses que tentam escapar das notícias ruins que a pandemia vem trazendo ao longo dos últimos meses.
A reserva urbana, na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, tem recebido vários visitantes ao entardecer, inclusive com veículos estacionados na via e também na área de gramado. A atração principal fica por conta do espetacular pôr do sol.
A professora aposentada Inês Maria Vidoto Farinazzo, de 78 anos, curtiu o poente deste sábado (25), cercada de netos e um bisneto.
“Não há quem aguente mais a quarentena. Aqui é um lugar aberto, perto da natureza, onde a gente se renova. É muito tempo para ficar dentro de casa, sem sair para nada. Não dá para suportar”, disse a professora.
Ela afirma nunca ter imaginado nada semelhante – ao longo da vida – como uma pandemia na proporção do coronavírus. “É muito triste o que estamos vivendo. O meu desejo, para todos eles (aponta para os netos) é que nunca mais vivam isso”, anseia.
O engenheiro agrônomo, adepto de fotografia, José Augusto Carvalho Leme, 61, e a esposa Paula Danofre Carvalho Leme, 50, moram na própria avenida e afirmam que o entardecer em Marília – daquele ponto de observação – precisa ser aproveitado.
“Não sabemos até quando, porque isso aqui é uma área particular. Não vai demorar para virar prédio. Enquanto podemos, vamos contemplar o sol, as garças voltando da pescaria”, afirma o engenheiro.
A esposa vê nas fugas uma forma de relaxar. “Passo de bicicleta, mas hoje resolvemos vir para ficar mais tempo. É revigorante”, classifica.
Enquanto o sol acaba de “se retirar”, já chegam algumas pessoas com a expectativa de ver o cometa neowise – que só volta daqui há 6.765 anos. A pandemia, que rouba a rotina de trabalho, por outro lado permite sentir o tempo com outra perspectiva.
É o caso do professor de física Guilherme Balieiro Gomes, 30, e da companheira, Juliana Soares, 30, psicóloga. “Se não fosse a pandemia, não estaria em Marília e possivelmente não teria esse tempo. Não sei se o dia está bom para observar, mas é uma tentativa” arrisca o professor.
Se não for propício para visualização do cometa, pelo menos até que a expansão imobiliária chegue, o amplo terreno vizinho ao Bosque Municipal continua sendo um dos pontos mais favoráveis para assistir ao espetáculo diário do pôr-do-sol em Marília.