Boldrin tenta filiação fora do prazo, mas Justiça indefere pedido
A Justiça Eleitoral de Marília indeferiu pedido de filiação do coronel da reserva Marcos Boldrin ao Partido Liberal (PL). A legenda, atualmente, está sob influência do prefeito Daniel Alonso (PSDB) e fará parte do bloco governista nas eleições municipais.
Boldrin precisou recorrer à Justiça para eventualmente participar das eleições como candidato, porque não estava filiado em nenhum partido político até o dia 4 de abril, prazo final inicialmente previsto no calendário eleitoral.
O policial da reserva também não estava na lista de filiados apresentada pela legenda até o dia 16 de junho – última data para inserção dos filiados prejudicados, através de lista especial.
Baseada nestas duas oportunidades não aproveitadas, a juíza eleitoral Ângela Martinez Heinrich indeferiu o pedido.
“O requerente teve um tempo considerável para verificar a situação de sua filiação. Mais cuidado ainda deveria ter quando afirma sua pretensão de ser candidato nas eleições municipais de 2020”, advertiu a magistrada.
Além de alegar que o coronel foi prejudicado em função da pandemia, o advogado que o representou na ação também argumentou que, por algum equívoco, houve uma filiação indevida ao PSDB.
Entenda o contexto
Cotado para disputar eleições municipais deste ano, em sua primeira filiação partidária Marcos Boldrin teve curta permanência no Progressistas, partido do articulador político Rogério Alexandre da Graça.
Ele ficou apenas dez dias na legenda e teria pedido desfiliação após uma declaração do presidente. Graça sinalizou que não tinha nenhuma intenção de “disputar as eleições por fora” e já estaria no raio de influência do ex-prefeito Abelardo Camarinha (Podemos).
Com um “carimbo de possível vice” de Camarinha, o coronel preferiu se retirar. Na época, de forma diplomática, ele alegou desconforto com um cenário nitidamente polarizado, sem espaço para “novas ideias”. Boldrin não confirmou, nem negou o desejo de manter distância do cacique político mais tradicional da cidade.
O Marília Notícia procurou coronel nesta quinta-feira, após publicação da decisão da Justiça Eleitoral. Ao site, ele minimizou o imbróglio da filiação e acenou que não será candidato.
“Dia 31 agora ou 1º de agosto haverá uma reunião e potencial efetivação, em nova função. Já fui convidado e aceitei com imenso prazer. Para isso, não poderia ser candidato a nada”, revelou, sem detalhes.