Obesidade incide em três dos sete mortos por Covid-19 em Marília
A obesidade foi a doença que esteve presente, em maior número de casos, entre as vítimas fatais por Covid-19 em Marília. A cidade registrou sete mortes até a manhã desta quinta-feira (18) e três desses pacientes eram obesos, de acordo com informações da Vigilância Epidemiológica. Eles representam 42% do total.
Em outros dois casos, os pacientes tinham hipertensão e diabetes. O levantamento do histórico das vítimas apurou ainda um caso de doença pulmonar, outro de doença cardiovascular e doença renal preexistente.
A média de idade dos moradores de Marília mortos pela Covid-19 é de 57 anos, com o paciente mais velho de 82 anos e a mais jovem com 18.
O cirurgião vascular Mário Luiz Furlaneto explica que a obesidade é um distúrbio metabólico, no qual a função de órgãos sofrem “incômodos” variados. “Há muita facilidade para desenvolver (no obeso) a aterosclerose, causando a hipertensão arterial e levando a um esforço maior do coração, podendo comprometer sua qualidade funcional”, explica.
O distúrbio metabólico da obesidade – tecnicamente classificada como uma doença – leva lentamente a uma insuficiência cardíaca.
“O coração é muito íntimo, funcionalmente, do pulmão, responsável pela oxigenação sanguínea. Pulmão oxigena e coração distribuí. O obeso tem restrição respiratórias também pelo excesso de gordura, inclusive alterando a expansibilidade pulmonar”, contextualiza o Furlaneto.
A supervisora da Vigilância Epidemiológica no município, Alessandra Arrigoni, destacou que as pessoas com doenças crônicas devem manter seus tratamentos. Estes pacientes são, inclusive, principal público-alvo, junto com os idosos, da recomendação de distanciamento social.
“É importante que ninguém deixe de fazer o acompanhamento médico e tomar as medicações de uso contínuo. É fundamental estar vigilante em relação à saúde, principalmente no momento em que o vírus está circulando e sabemos que há risco maior de agravo quando há comorbidades”, destacou.
O secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto, disse que a rede municipal mantém unidades específicas para sintomáticos respiratórios, mas a maioria dos postos está fazendo atendimentos de rotina. Por isso não há prejuízos à assistência de diabéticos, hipertensos e pessoas que fazem controle de outras doenças.
Região
Diferente de Marília, onde a média de idade das vítimas fatais da Covid-19 está abaixo dos 60 anos, na região os idosos são as principais vítimas.
O Hospital das Clínicas de Marília confirmou três mortes de pessoas de fora da cidade e a média de idade foi de 72 anos.
Na Santa Casa de Marília morreu um idoso de Echaporã, que não teve a idade revelada. No Hospital Beneficente Unimar (HBU), foi confirmada a morte de um homem de 84 anos, em março.