Avanço da Covid-19 faz hospitais de Marília ampliarem leitos
As vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) reservadas para pacientes confirmados ou ainda com suspeita de Covid-19 chegou próximo a 50% de ocupação, pela primeira vez desde o início da pandemia
O secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto, afirmou que a situação já exigiu remanejamento imediato entre ontem e hoje. A reserva, que anteriormente estava em 42 leitos, subiu para 49 nesta sexta-feira (12). Com isso, o percentual de ocupação se realinhou em 42%, mas ainda é a maior taxa desde a escalada da doença.
Destes 49 leitos, 12 estão no Hospital Beneficente Unimar (HBU), outros 15 na Santa Casa e 22 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC/Famema).
Por volta das 12h desta sexta-feira, conforme boletins divulgados pelos hospitais, pelo menos 21 estavam ocupados, ou seja, pouco menos da metade.
O HBU tem a situação mais complicada em relação a taxa de ocupação. A instituição tem 12 pacientes em terapia intensiva, com sintomas da doença. O hospital já utilizou os 10 leitos reservados inicialmente e mais dois foram acrescentados.
Já a Santa Casa de Marília, que inicialmente havia separado dez vagas específicas para pacientes da Covid-19, tinha sete leitos ocupados na terapia intensiva durante esta sexta-feira.
O hospital decidiu realocar os sintomáticos do coronavírus para um espaço maior (a UTI “B”), onde pode acomodar até 12 pacientes. As outras três vagas são para pediatria.
A situação só é menos complicada no Hospital das Clínicas de Marília, o único da cidade sob gestão estadual – os outros dois são beneficente/filantrópico e têm leitos contratados pelo município.
O Complexo HC, que reservou 22 leitos de UTI para pessoas com suspeita ou confirmação de Covid-19, está com quatro espaços ocupados. Apesar da utilização atual (na casa dos 20%), vale lembrar que a instituição é referência para Marília e mais 61 municípios.
Além da preocupação com a saturação do HBU e Santa Casa, os gestores da região estão atentos ainda para a situação nas demais cidades, onde existem leitos de UTI, como Assis, Ourinhos e Tupã.
Estes municípios, referências microrregionais, são servidos principalmente por Santas Casas, que também estão sendo pressionadas pela demanda de pessoas com Covid-19. Em caso de lotação destas unidades, vagas em Marília serão requeridas por meio da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), do governo do Estado.
Enfermarias
A Prefeitura de Marília divulgou boletim epidemiológico, nesta sexta-feira, em que aponta 33 pacientes (moradores locais) internados em leitos reservados para sintomáticos com Covid-19. Desse total, 25 ainda estão sob suspeita. Outros oito já são considerados positivos.
O município não informou, entretanto, quantos moradores locais estão utilizando, nesta sexta-feira, leitos de UTI. O número total de hospitalizados e a soma dos hospitais não equivale, já que pacientes de outros municípios também utilizam a rede de saúde de Marília.
Um dado que chama a atenção é que, em se tratando de Covid-19, a ocupação de leitos de UTI supera o uso de leitos de enfermaria.
Nesta sexta-feira, o HBU informou um total de 18 pacientes internados, sendo 12 em UTI. Dos 11 da Santa Casa, sete estão em terapia intensiva.
O Complexo Famema é o único que tem mais pacientes em enfermaria do que em terapia intensiva. São 11 internados, sendo quatro com suporte avançado e sete em leitos convencionais.