Celebrações religiosas podem voltar no meio de junho em Marília
Uma proposta, que ainda será formalmente submetida ao Comitê de Enfrentamento ao Covid-19 de Marília e anunciada na próxima sexta-feira (5), prevê que cultos, missas e demais celebrações religiosas poderão ser retomadas na cidade a partir do dia 14 deste mês. A Prefeitura ainda não confirma o retorno.
As regras e a possibilidade de flexibilização foram tema de uma reunião entre o prefeito Daniel Alonso (PSDB) e 32 representantes de entidades religiosas na manhã desta quarta-feira (3). A conversa durou cerca de duas horas.
Para o retorno seria estabelecido um rigoroso protocolo, que incluiria limitação a 30% da capacidade de público nos templos da cidade. Conforme apurou o Marília Notícia, líderes das igrejas já dão a retomada como certa.
“Teve o momento de formalidades e discursos, porque havia lideranças da política na reunião, mas também houve explanação da parte técnica. Isso é o mais importante. A Saúde não se opõe, desde que seja seguido o protocolo de distanciamento e higienização”, disse ao MN um dos religiosos que participaram da reunião.
As regras incluem limitação de tempo – máximo de uma hora para os eventos – e a obrigação de evitar idosos nos templos. As igrejas terão que se organizar ainda para que as pessoas fiquem um metro e meio distantes uma das outras, principalmente se forem de famílias diferentes, ou seja, pessoas que não vivem na mesma casa.
Distanciamento do comércio
Uma das propostas previa o retorno dos cultos e missas já neste domingo (6). Mas houve divergência. A preocupação da ala mais moderada foi, segundo um religioso, “evitar que um eventual aumento de casos, em função da reabertura no comércio, fosse colocada na conta das igrejas”.
“A igreja não pode ser responsabilizada pelos novos casos, caso ocorram. Sabemos que os sintomas começam após cinco dias e isso pode durar semanas. Então é bom que haja um espaçamento entre a nossa reabertura e o comércio”, disse outro líder religioso presente.
A Prefeitura de Marília não quis confirmar o retorno. Preferiu tratar o assunto como “discutido e encaminhado”, para divulgação após a reunião do Comitê de Enfrentamento ao Covid-19.
A Igreja Católica, por meio do sacerdote que atua na Comunicação da Diocese, informou que participou do encontro na Prefeitura, nesta quarta-feira, e ainda irá emitir um posicionamento oficial.
Pressão
Nos bastidores, a pressão para a reabertura é grande desde o mês de abril. O prefeito chegou a participar de uma reunião, em que foi questionado por pastores sobre a possibilidade de relaxamento para o segmento e até sobre a não fiscalização de templos, em caso de descumprimento do decreto que impedia aglomerações.
Na prática, a restrição foi mantida e não houve registro de desobediência.