Pandemia impacta exportações, mas região tem crescimento
As vendas da região de Marília ao comércio exterior, nos quatro primeiros meses de 2020 – mesmo com a pandemia do coronavírus – geraram receita 4,8% maior que o total de mercadorias exportadas no mesmo período do ano passado. Nem de longe o resultado pode ser comemorado. O Marília Notícia explica.
Além de sinalizar um impacto menor da crise na indústria regional, fortemente voltada para produtos essenciais, o indicador é apenas a ponta do iceberg na recessão global. A maior parte dos contratos já estava fechado antes da pandemia.
O relatório foi divulgado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), que divide o território paulista em 39 diferentes regiões. Apenas 16 – incluindo a região de Marília – tiveram resultado percentual positivo sobre as vendas do primeiro quadrimestre de 2019.
As empresas de Marília e região exportaram de janeiro a abril deste ano US$ 129 milhões em mercadorias, ante a US$ 123,1 milhões no igual período do ano passado.
A região mandou para o exterior, principalmente, grãos e oleaginosas (sobretudo, amendoim), máquinas aparelhos e instrumentos mecânicos, açúcar e produtos de confeitaria, bebidas e líquidos alcoólicos.
O valor da soma de exportações, mensurado em dólares, foi impactado pela alta da moeda, que no primeiro quadrimestre de 2019 ficou praticamente estável no Brasil, com uma variação de cerca de 1%.
Já neste ano, o dólar sofreu uma escalada de 36% entre o primeiro dia do ano e o final de abril. No período, um dólar chegou a valer R$ 5,70.
Isso significa que as exportações não representam maior volume ou produtividade, mas uma entrada maior de capital estrangeiro para compra de produtos brasileiros.
As consequências dependem do setor, mas a médio e longo prazo, o ganho pode representar perdas, já que parte da indústria brasileira – de acordo com a atividade – terá que reinvestir em dólares para continuar funcionando com competitividade.
Exportações do Estado
Segundo o relatório do Ciesp, somados os resultados das 39 regiões, São Paulo teve retração no comércio internacional. As vendas representaram US$ 15,8 bilhões, ante a US$ 16,7 bilhões no mesmo período do ano passado (janeiro a abril).
O recuo de 5,7%, mesmo considerado a alta da moeda estrangeira, representa menor presença nos mercados internacionais.
O Estado também registrou queda nas importações e manteve o equilíbrio na balança comercial, com recuo de 4,4% nas compras de produtos estrangeiros.