Marília registra movimento no Centro durante quarentena
Lentidão no trânsito – nas principais ruas do Centro – e até dificuldades para encontrar vagas de estacionamento sinalizaram nesta sexta-feira (8), principalmente no período da tarde, menor adesão ao isolamento social em Marília. A corrida pelo presente do Dia das Mães e a semana de pagamentos aumentou a circulação. Lotéricas voltaram a ficar lotadas.
Várias lojas ficaram com portas entreabertas ou colocaram balcões na porta. O interesse dos comerciantes é receber pagamentos (faturas de cartões e crediários) e também tentar vender, em sistema “passou levou”, uma espécie de drive-thru para pedestres.
Apesar do vai e vem de veículos, principalmente pelas ruas São Luiz, XV de Novembro e Quatro de Abril, comerciantes ouvidos pelo Marília Notícia relatam que não perceberam resultados nas vendas.
Há quatro anos com loja na São Luiz, Vânia Aguiar afirmou que o movimento dessa sexta-feira não estava ocorrendo nem antes da pandemia. Apesar da fila de carros em marcha lenta na São Luiz e expressivo número de pedestres, não houve procura por presentes.
“Nem com o comércio aberto havia esse movimento. Pra mim, é gente passeando, porque só tem cliente entrando em algumas lojas maiores e ainda assim, pelo que a gente sabe, é para pagar contas”, afirmou Vânia, que é favorável a imediata e gradual reabertura.
Meire Rotelli, que administra um estacionamento, não lucrou com o movimento. “Ninguém está parando. As cidades estão de quarentena por causa do vírus, mas muita gente está achando que é férias”, arrisca.
Ambas relatam terem visto pelo Centro, nos últimos dias, fiscais da Prefeitura verificando a maneira como os comerciantes vem trabalhando.
Boleto em dia
O movimento revela ainda a relevância da semana de pagamentos. Caixas lotéricas lotadas e lojas que vendem no crediário a postos, para receber os parcelamentos. Grande parte das pessoas, idosas, têm como hábito pagar de forma presencial. Antes era oportunidade para novas compras.
É o caso da costureira aposentada Iracema Brizola, que procurou loja de calçado para pagar prestação. “Não tem outro jeito, tem que vir. Mas não vou levar nada hoje”, afirma.
Na frente da mãe, a resposta da filha, Marcela Brizola, soa uma possível surpresa, mas em meio à pandemia torna-se plausível. “Não sei. Acho que nem vai ter (presente) esse ano”, anuncia a escriturária que perdeu o emprego antes da pandemia.
Estamos trabalhando
Nas principais lojas de departamentos, a entrada de pessoas é possível. Pequenas filas, algumas com espaçamento e outras mais aglomeradas, formam-se nas calçadas.
Funcionários que faziam controle disseram ao Marília Notícia que somente uma pessoa por vez tinha acesso, sem autorização para escolha de produtos e permanência no local. O objetivo era apenas pagamentos.
Em outros estabelecimentos, como loja de celulares, foi possível registrar clientes sendo atendidos à porta, em balcões colocados próximos a entrada.
A Divisão de Fiscalização de Posturas esclareceu que lojas que vendem aparelhos e fazem assistência técnica, podem funcionar apenas para reparos. A atividade é classificada como Serviço de Telecomunicações, considerada essencial.
O atendimento para pagar crediários também é possível, mas com a entrada de apenas uma pessoa por vez na loja, segundo a Prefeitura.