Doria prorroga quarentena em todo o Estado de SP até o dia 31 de maio
O governador João Doria (PSDB) prorrogou a quarentena em todo o Estado para conter o avanço do novo coronavírus até o dia 31 de maio. A medida teria validade até esta segunda-feira, dia 11, mas irá continuar por mais 20 dias.
Segundo Doria, todos os municípios do Estado, incluindo Marília, devem seguir o decreto. O anúncio foi feito em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira (8).
“Como governador de São Paulo eu gostaria de dar uma notícia diferente da que vou dar agora, mas o cenário é desolador, teremos que prorrogar a quarentena até 31 de maio”, disse Doria.
O decreto do Estado de São Paulo determinou o fechamento do comércio e de serviços não essenciais, o que inclui bares, restaurantes e cafés, que só podem funcionar com serviços de delivery. Já os considerados essenciais, como farmácias e supermercados, podem abrir as portas.
“O cenário é desolador. Nenhum governante tem prazer em dar más notícias, mas não se trata de ter ou não este sentimento, trata-se de proteger vidas no momento mais crítico desse País”, afirmou o chefe do Executivo estadual.
Segundo Doria, “nenhum país conseguiu relaxar as medidas de isolamento social em meio a uma curva crescente”.
“Autorizar o relaxamento agora seria colocar em risco vidas e o sistema de saúde. Retomaremos sim, no momento certo, na hora certa”, complementou.
A quarentena foi implementada em todo o Estado de São Paulo no dia 24 de março. Doria já havia prorrogado as restrições por duas vezes, o que gerou pressão de alguns setores da economia e de prefeitos, que pediam regras mais flexíveis.
Diante deste cenário, Doria anunciou no dia 22 de abril que faria uma flexibilização das regras, o chamado Plano São Paulo.
Na época do anúncio, o governo afirmou que a flexibilização levaria em conta três fatores: taxa de crescimento do número de pessoas infectadas, capacidade do sistema de saúde de oferecer leitos de internação e número de pessoas testadas para a doença.
São Paulo vem enfrentando baixas taxas de isolamento social. A meta do governo é 60% e o número ideal é 70%, a fim de evitar um colapso do sistema de saúde. Mas poucos municípios atingem a meta – Marília é uma das cidades com média abaixo dos 50%.
O governo paulista também enfrenta problemas na aquisição de insumos e de equipamentos no combate à doença. A China bloqueou a vinda de 500 dos 3 mil respiradores adquiridos pelo governo de São Paulo e que seriam destinados a UTIs.
Além disso, um estudo divulgado pelo próprio governo nesta quinta-feira mostra um avanço da doença no interior do Estado. A cada três dias, 38 novas cidades paulistas registram casos de coronavírus. Se esse ritmo se mantiver, até o fim de maio, todos os municípios paulistas (são 645) serão afetados pela doença.