Casamentos são adiados em Marília por causa de pandemia
O dia tão esperado para centenas de casais em Marília está um pouco mais distante. Os casamentos, com tradicionais recepções de amigos e familiares, foram duramente atingidos pelo isolamento social. Maio, considerado o mês das noivas, está com agenda praticamente vazia no cartório de registro civil da cidade.
Desde janeiro do ano passado, quando foi surpreendida por um pedido de casamento em plena formatura, a auxiliar de contas médicas Débora Cristina Tristante Castilho, 21 anos, esperava a hora de subir ao altar.
Ela e o companheiro, o auxiliar administrativo Guilherme Augusto de Oliveira Castilho, 26, são casados no civil desde junho do ano passado, e esperavam ansiosamente pela festa e cerimônia religiosa, que seria em abril. A intenção era receber 230 pessoas em uma chácara.
“Desmarcamos no final de março. Depois de alguns dias de isolamento social, percebemos que essa situação poderia se estender. Pensamos nos convidados, na segurança das pessoas”, conta Débora.
Guilherme afirma que o casal não teve dificuldades de renegociar com os fornecedores, para evitar prejuízos financeiros. Exceção apenas da agenda apertada do DJ no pós-pandemia e o risco de indisponibilidade e encarecimento das flores.
“Pensamos no melhor para todos. Para que esse momento seja marcado de alegria e sem preocupações”, afirma o noivo, que acabou sendo demitido da empresa em que trabalhava na mesma época do adiamento do casório.
A pandemia também mudou o momento do “sim” para o produtor de eventos Cláudio Cezar Gonçalves Cirino, de 33 anos, e a médica Maria Gabriela Tiveron Frizão, 32. Eles pretendiam se casar em abril, após cerca de dois anos de preparação.
“No ano passado já estávamos nos organizando, acertando os últimos detalhes e agora em janeiro estava tudo praticamente definido. Tínhamos convidados de outros estados, pessoas do Nordeste, que teriam que depender de avião. Quando saíram os decretos em meados de março, percebemos que não seria possível manter a data”, conta Cláudio.
Ele relata que não teve dificuldades para negociar com fornecedores e não vê prejuízos financeiros imediatos, além da frustração pelo adiamento.
“Não há o que o ser feito, todos acabam compreendendo. Estamos guardando a oportunidade. Se isso não demorar muito, vamos usar tudo que tínhamos contratado, mas são questões para se acertar posteriormente”, relata.
O casal ganhou presentes em dinheiro de amigos e familiares. A prática, muito comum na cultura oriental, tem sido presente também no Brasil. Cláudio relata que nem todos aceitaram a devolução. De qualquer forma, tudo segue investido para o momento do casório.
“Nossa expectativa é que tudo isso passe logo, que possamos retomar nossos planos. Que possamos sair dessa como pessoas muito melhores”, afirmou o produtor.