Santa Casa de Marília completa 86 anos com prioridades
Referência em alta complexidade para uma região com 62 municípios, parceiro da rede pública para oferecer serviços ao SUS (Sistema Único de Saúde), a Santa Casa de Misericórdia de Marília completa 86 anos nesta quarta-feira (22) como um dos maiores hospitais do interior paulista.
Para fazer a diferença, em meio às dificuldades enfrentadas na área da saúde, aposta no planejamento e nas parcerias. Entre as prioridades para os próximos anos estão a conquista da certificação de qualidade e a implantação de um modelo de assistência e gestão baseado na humanização.
Em 22 de abril de 1929, poucos dias após a emancipação político-administrativa da cidade, o pioneiro Bento de Abreu Sampaio Vidal, fundador e primeiro provedor da Santa Casa de Marília, cedeu parte da área onde cultivava café para a construção do primeiro hospital dos marilienses. Foi edificada com o esforço e investimento pessoal do fundador e um grupo de fazendeiros. A Casa contava com 18 leitos e uma pequena sala de cirurgia e se baseava nas Misericórdias Portuguesas, em uma época em que as soluções para o atendimento a saúde da população dependia apenas da comunidade.
O aumento populacional e a necessidade de novos serviços médicos provocaram o crescimento da Santa Casa de Marília. Nos anos seguintes foram construídos um pavilhão central destinado às internações e outros prédios para setores como maternidade, atendimento pediátrico e escola de enfermagem.
Na década de 1970, foi edificado um novo pavilhão hospitalar e um novo centro cirúrgico. A ampliação do espaço físico e a formação de novos médicos em Marília permitiram a introdução de serviços e fizeram com que a Santa Casa fosse pioneira no Interior em diversas especialidades, como cardiologia, ortopedia e terapia renal substitutiva.
QUALIDADE
A excelência nos serviços sempre foi uma das metas da instituição. Por isso, o hospital incorpora as novas ferramentas de gestão com o envolvimento do corpo clínico, funcionários e parceiros. Nos últimos anos, o Planejamento Estratégico tem sido o grande norteador das ações e o instrumento pelo qual a Santa Casa afere as necessidades e as conquistas a cada ano.
Em meados de 2014, a instituição assinou a adesão ao Programa de Revitalização dos Hospitais Filantrópicos, financiado pela CPFL Energia com consultoria do Cealag (Centro de Estudos Luiz Ayrosa Galvão – Santa Casa de São Paulo). A meta é a obtenção, até o final de 2016, do Certificado de Qualidade do CQH (Compromisso pela Qualidade Hospitalar).
Para isso, a instituição aprimora a normatização de processos, revê fluxos, realiza pesquisa de clima com seus colaboradores e de satisfação com os usuários. O processso de certifricação é coordenado pelo diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Márcio Mielo, por meio do Escritório da Qualidade.
HUMANIZAÇÃO
O processo de adoecimento e cura, durante muitos anos, teve como protagonista a própria doença, ao invés do paciente. Por isso, o tema humanização ganhou tanta importância e está relacionado à qualidade da assistência. Na prática, é a retomada ou a descoberta da valorização do usuário, dos profissionais envolvidos no cuidado e das diferentes competências.
Na Santa Casa de Marília, uma série de ações de humanização são desenvolvidas diariamente nos mais diversos setores. As práticas vão do acolhimento nas recepções, por profissionais treinados, aos eventos promovidos nas datas comemorativas, atuação do serviço social, hotelaria e ouvidoria, classe hospitalar, envolvimento nas campanhas como o McDia Feliz, estímulo à capacitação e inovação, parcerias com organizações não-governamentais que promovem visitas nos leitos, entre outras.
Para integrar as ações, a Santa Casa de Marília prepara um programa intersetorial com a participação dos funcionários, corpo clínico e parceiros. O objetivo é fortalecer, incorporar e comunicar as práticas de humanização para todos os processos de acolhimento e assistência da organização sejam positivamente impactados.
ASSISTÊNCIA
Uma queda acidental, no mês passado, levou o motorista mariliense Bruno Cunha das Chagas, de 30 anos, ao PA (Pronto Atendimento) da zona sul. O diagnóstico indicou uma fratura no lado esquerdo da clavícula e foi necessária cirurgia. “Fui encaminhado para a Santa Casa para a operação com fixação de uma haste. Fui muito bem atendido no centro cirúrgico, na internação e agora, no ambulatório, para a troca dos curativos. Só tenho a agradecer”, disse o usuário do SUS.
De acordo com o relatório de atividades, referente ao ano de 2014, o hospital registrou 3.871 internações de pacientes do sistema único de saúde, uma média de 323 por mês.Em diárias de internação produzidas, foram 19.020 no ano, ou seja, média mensal de 1.585 pacientes/dia.
No ano passado, 62,53% de todos os atendimentos feitos na Santa Casa de Marília foram para o SUS. Sua estrutura atual conta com 186 leitos, dos quais 39 em UTIs (tratamento de queimados, terapia intensiva adulto, terapia intensiva cardiológica, terapia intensiva neonatal e terapia intensiva pediátrica. São 355 médicos e 994 funcionários.