Braço direito de Daniel articulou manutenção da quarentena
Uma das pessoas responsáveis pela mudança de postura da administração municipal sobre a quarentena em Marília, foi o braço direito do prefeito Daniel Alonso (PSDB), assessor especial de governo Alysson Alex Souza e Silva.
Na última sexta-feira (27) o poder público local anunciou, após reunião do comitê de combate ao novo coronavírus, que o comércio local seria reaberto a partir do dia 1º de abril – mesmo com posicionamento contrário da Secretaria da Saúde de Marília.
Já nesta segunda-feira (30) foi divulgada decisão oficial em sentido contrário, pela manutenção do fechamento de lojas e serviços que não são considerados essenciais.
O Marília Notícia apurou que o assessor do prefeito teria incentivado, inclusive, uma reação interna dos servidores da Saúde sobre o assunto.
Além da pressão de entidades e profissionais da Saúde, bem como de outros setores da sociedade civil, a atuação de Alysson teria sido crucial para o recuo do governo municipal.
Advogado, ele vislumbrou os problemas jurídicos que poderiam ser causados, afinal, existe um decreto editado pelo governador João Doria (PSDB) que determina o isolamento social, com fechamento do comércio em todo o Estado até o dia 7 de abril.
Ao MN, o assessor especial de governo confirmou que estava de acordo com um parecer da Procuradoria do Município sobre o assunto – ou seja, a manutenção da quarentena.
“Entendemos que o contido no Decreto Estadual, que determinou quarentena no Estado de São Paulo, deve ser respeitado por todos os municípios, devendo ser mantido o fechamento do comércio em geral com as exceções expressas no mesmo, a fim de conter a proliferação do novo corona vírus no país”, consta no documento da procuradoria – antes chefiada pelo próprio Alysson. Leia a íntegra do documento, [clique aqui].
Ao site, Silva informou que a administração “vai editar o decreto [municipal], que seguirá à risca as determinações do Estado”.
Enfrentamento
Alysson também tomou medidas contra uma carreata realizada na última sexta-feira, em frente ao paço municipal, enquanto o prefeito se reunia com o comitê.
Em carta ao delegado Seccional de Marília, Wilson Carlos Frazão, ele pediu a tomada de providências contra a aglomeração de pessoas no ato em que era reivindicada a abertura do comércio mariliense.
Ali consta que foi “realizada uma manifestação com aglomeração de pessoas, infringindo o contido em decreto estadual”.
“No local estava um carro de som incitando os indivíduos que lá estavam a praticar a desordem pública”, escreveu Alysson ao delegado. Também foram enviados vídeos da aglomeração para embasar uma eventual investigação.
“Pedimos que fosse instaurado [inquérito] em Marília. Embora democrática a realização de manifestação, estamos em uma pandemia”, comentou Alysson ao MN.
Em sua opinião, os organizadores da manifestação não estavam preocupados com a economia e o comércio. “Estão preocupados em fazer a desordem e provocar a ira em face ao poder público municipal”.