Machismo torna necessária lei da amamentação
“Uma monitora se aproximou e me informou que eu não podia amamentar lá, tentei discutir, mas fiquei constrangida e não sabia o que dizer para me defender, mesmo conhecendo casos similares. Senti-me suja e envergonhada por ter atraído a atenção das outras pessoas que estavam lá”.
O relato acima é da modelo Priscila Bueno, mãe de Julieta, de 1 ano e 9 meses, e ocorreu quando ela visitava uma exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS), na capital paulista. Foram denúncias semelhantes a essas que resultaram na aprovação de uma lei municipal, que estabelece multa aos estabelecimentos que proíbem ou causem constrangimentos à amamentação.
Em caso de descumprimento, estabelecimentos comerciais, culturais, recreativos ou de prestação de serviço estão sujeitos à multa de R$ 500. Isso ocorre independentemente de existirem áreas destinadas à amamentação. Em caso de reincidência, a multa é duplicada.
Considerando que a amamentação é ato fundamental para a vida, é um absurdo que um espaço atue no sentido de proibir, constranger as mulheres que estão amamentando. Quando uma mulher sai de casa com um filho pequeno que ainda necessite de amamentação, ela tem o direito ao espaço público e a amamentar o seu filho onde ela estiver.
“Nas propagandas, na televisão, em qualquer horário, é possível ver mulheres nuas, então por que os seios de uma mulher amamentando incomodam? Por um lado, se explora o corpo feminino para a venda de produtos, e para algo que é natural, não se pode expor. É uma sociedade baseada na hipocrisia”, argumentou uma mãe que também filho pequeno.
Fonte: Exame