Facebook anuncia centro de informações do coronavírus
Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, anunciou novas medidas de sua empresa para auxiliar no combate a desinformação relacionadas ao coronavírus. A primeira delas é um hub de informações que ficará no topo do feed de todos os usuários, e que terá como foco conteúdo sobre como evitar a contaminação pelo Covid-19. A plataforma foi criticada por permitir a disseminação de notícias falsas a respeito da doença no início da crise global.
Nas próximas 24 horas, usuários dos EUA, Reuno Unido, Espanha, Itália, França e Alemanha já terão acesso ao recurso, que deve ser lançado globalmente nos próximos dias. O hub segundo Zuckerberg terá conteúdo produzido pela Organização Mundial da Saúde, governos e instituições locais e acadêmicos, além de mensagens de celebridades. Segundo o executivo, um dos objetivos é espalhar a mensagem de que é importante ficar em casa a fim de evitar que o vírus se espalhe ainda mais.
“Em uma pandemia como essa, há pessoas encorajando outras a agirem como se isso não fosse nada. Isso é terrível”, disse ele. “Nunca fizemos um projeto dessa escala, embora a gente já tenha criado ferramentas de emergência em outras situações”.
Na segunda, 16, o Facebook fez um anúncio conjunto com Google, YouTube,, LinkedIn, Microsoft, Reddit e Twitter sobre esforços conjuntos para combater notícias falsas relacionadas ao Covid-19.
Outra medida anunciada nesta quarta por Zuckerberg é a disponibilização gratuita de sua plataforma de trabalho para governos e organizações que estão combatendo a pandemia. Segundo o executivo, o Workplace Advanced, uma espécie de ‘Slack do Facebook’, permite a coordenação de equipes grandes em diversos projetos. A ferramenta é usada internamente pelo Facebook.
Moderação de conteúdo
Um dos principais assuntos da conversa com jornalistas, da qual o Estado participou, foi a moderação de conteúdo durante o período de crise. Zuckerberg afirmou que a empresa vem removendo muitas informações falsas sobre o tema. Afirmou também que a moderação de conteúdo relacionadas ao coronavírus são mais fáceis de remover do que conteúdos de cunho político.
Ele afirmou que no momento a empresa está dependendo mais dos seus sistemas de inteligência artificial (IA), enquanto a empresa toda se adapta ao esquema de home office. O próprio executivo afirmou que está tentando equilibrar a vida pessoal com o trabalho em casa agora que as escolas da Califórnia estão fechadas – a região de São Francisco, onde ele mora, foi a primeira dos EUA a impor quarentena obrigatória em seus cidadãos. Zuckerberg disse que espera que a IA possa ter em todas as 20 categorias monitoradas pela empresa o mesmo sucesso que tem ao detectar e remover conteúdo ligado a terrorismo.
Os desafios para a empresa serão enormes. Zuckerberg afirmou que todos os moderadores da empresa, incluindo os terceirizados, estão em home office – o executivo garantiu ter feito acordos com as empresas terceirizadas para que todos possam continuar recebendo durante o período. Por conta da situação, o Facebook retirou dos terceirizados a moderação de conteúdos que podem ter impacto na saúde mental dos trabalhadores, como suicídio ou exploração infantil. Esses conteúdos agora serão monitorados apenas por funcionários diretos da empresa, que podem se submeter a rotinas para a verificação e alívio da saúde mental, como pausas na rotina de trabalho ou a consulta com profissionais da área. “Não temos data para esse plano ser encerrado”, disse.
Na terça, 17, o Facebook foi criticado quando seu sistema de IA bloqueou artigos factuais sobre o coronavírus – Zuckerberg afirmou que foi um erro técnico e que não há conexão com as pressões enfrentadas pelo seu sistema de moderação.
O uso de IA, porém, é uma alternativa que gigantes da indústria vem recorrendo em tempos de crise. O Twitter anunciou também nesta quarta, 18, o aumento do uso da tecnologia, embora tenha afirmado que não suspenderá o auxílio humano a fim de garantir que erros por falta de contexto não sejam cometidos pelas máquinas.