Sindimmar critica prefeito por ficar de fora do plano de carreira
O Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais de Marília (Sindimmar), por meio de seus representantes, têm criticado o prefeito Daniel Alonso (PSDB). Eles afirmam que a entidade foi deixada de fora das discussões sobre a proposta encaminhada ao Legislativo esta semana.
Já o prefeito Daniel, durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (17), defende que a elaboração foi técnica, sem “paixões” e baseada em números e na realidade econômica da Prefeitura. De acordo com ele, a participação do Sindimmar tumultuaria o processo.
Por sua vez, a entidade sindical diz que que o plano é “eleitoreiro”, por ter sido apresentado às vésperas do prazo em que matérias dessa natureza podem ser apreciadas. A data limite é 7 de abril, em função das eleições municipais de outubro.
A Prefeitura contesta os ataques e garante que houve valorização dos servidores, mesmo antes do plano, ao incorporar gratificação, triplicar o valor do vale-alimentação e conceder 5% de reajuste no ano passado, percentual acima da média do serviço público no país, segundo discurso oficial.
Estica e puxa
José Paulino, presidente do Sindimmar, admite que desconhece o plano apresentado e reclama de não ter havido uma mesa com a participação de sindicalistas.
“Ainda não conseguimos fazer uma análise, porque é extenso e veio em cima da hora. Estamos prestes a entrar em período eleitoral. Veio assim de propósito, para que não haja tempo hábil para fazermos uma análise precisa”, reclama.
Ele critica a proposta e afirma que algumas categorias foram “deixadas de lado”, como os professores, que só teriam benefícios incorporados ao salário a partir de 2021 e ganho imediato de apenas 2%, segundo Paulino.
“Também temos recebido reclamações de cuidadores sociais, vigias, que vão receber 10% de aumento de uma gratificação, mas que já era lei. Então, não estão ganhando nada”, reclama. “Vamos tentar fazer um balanço desses casos e discutir”, afirma.
Plano possível
As equipes de gestão e da área econômica da Prefeitura, acompanhada da presidente do Instituto de Previdência do Município de Marília, Mônica Regina da Silva, defenderam que haverá valorização do magistério. Porém, ponderam que os benefícios são gradativos.
O prefeito Daniel Alonso disse que todos os protocolos, de diferentes categorias, com reivindicações e apontamentos de defasagens e perdas foram analisados.
Ele disse ainda que o plano pode não agradar a todos, mas que não foi feito para outro gestor pagar a conta – em referência à proposta considerada inexequível, aprovada após derrota do ex-prefeito Vinícius em 2016.
Daniel afirmou que todas as medidas de economia adotadas nos anos anteriores, como cortes de horas-extras de serviços não essenciais, e também a instalação do Comitê Gestor de Despesas, criaram condições para que o plano se tornasse possível.