Médicos desviam quase R$ 30 milhões da Unimed Marília
Um suposto desvio de R$ 30 milhões ao longo de 9 anos na Unimed de Marília, está sendo investigado pela Polícia Civil e Ministério Público (MP) na cidade. O rombo teria sido provocado por ex-diretores e o dono de uma empresa que fornecia nota fiscais de serviços que não foram prestados, mas foram pagos pela cooperativa.
O processo corre em segredo de justiça, mas o jornalista Carlos Rodrigues recentemente revelou o esquema. Segundo a denúncia, estão envolvidos nos desvios, o cirurgião geral Gustavo Rojas (ex-superintendente e ex vice-presidente da Unimed), o radiologista Francisco Quirici Neto (que já foi vice-presidente e presidente da cooperativa), o empresário Fernando Aparecido Romeu, que serviu como ‘laranja’ no esquema, o contador Paulo Roberto Rosa (ocupou o cargo de gerente administrativo da Unimed) e sua ex-esposa Vânia Marília Seren, além de mais dois réus que ainda não tiveram as identidades reveladas.
Como funcionava
As autoridades apuraram que uma empresa (que teve nomes diferentes) foi contratada pela Unimed entre os anos de 1997 e 2006. Essa empresa emitia notas fiscais de serviços médicos que nunca foram realizados e assim o dinheiro era desviado.
Segundo o jornalista Carlos Rodrigues, as suspeitas surgiram em 2005, quando a Unimed teria comprado cerca de 400 computadores. A situação incompatível com a necessidade e a falta de respostas aos cooperados resultou em uma medida judicial que iniciou o processo de apuração pela Polícia Civil e MP.
Entre os ‘falsos’ serviços, estão viagens de avião para o transporte de pacientes graves, que necessitavam de UTI móvel aérea. Dois dos investigados ainda continuam na Unimed, mas apenas como cooperados e não mais na diretoria. Todos devem responder por estelionato e formação de quadrilha.