Crianças com deficiência ficam sem aulas em escolas estaduais
O ano letivo na rede estadual começou na segunda-feira (3), mas alguns pais de alunos não sabem o que dizer aos filhos, que ainda não podem ir à escola em Marília. São crianças com algum tipo de deficiência que necessitam de transporte específico ou cuidador em sala de aula.
É o caso de Gisele dos Santos Bueno, dona de casa, mãe de Kauan, de 12 anos. Ele tem epilepsia e apresenta algumas dificuldades motoras.
Superando as dificuldades, ele está matriculado no 6º ano da escola estadual Padre João Walfredo Rothermund, no Jardim Planalto, zona Sul da cidade.
“Quando fiz a matrícula pediram para eu não mandar no primeiro dia. Era para esperar, porque precisavam providenciar o transporte e o cuidador. Na terça-feira (4), me deram a previsão que vai demorar umas duas semanas”, conta a mãe.
O filho sabe que outros colegas da mesma idade já começaram a estudar, o que deixa a mãe angustiada. “Eu acho que isso (iniciar após o ano letivo) atrapalha o Kauan. Ele precisa de tempo para se adaptar”, disse Gisele.
A mãe conta ainda que nunca teve dificuldades com a escola anterior (Nivando Mariano), pertencente à Prefeitura. Ela elogia o acolhimento e cuidado no estabelecimento onde Kauan estudava. “A equipe, os funcionários, sempre faziam de tudo para ajudar meu filho”, relata.
Passar o dia em casa, com o ano letivo já iniciado, também é um problema para a estudante Lorena e a mãe, Angélica Salido Souza. A menina tem síndrome de down e está ansiosa para começar o 6º ano em nova escola.
“Eles – Poder Público – alegam que é aluno novo, que entrou agora na escola do Estado e vão ter que contratar. Ainda não tinha cuidador”, lamenta Angélica.
A dirigente regional de ensino de Marília, Ana Luiza Bernardo Guimarães, disse ao Marília Notícia que “houve um problema com a empresa que terceiriza os cuidadores, contratada pelo Estado. Ela não quis detalhar que tipo de problema ocorre no contrato, mas afirmou que está sendo feita licitação para nova empresa.
Disse ainda que está sendo feito um remanejamento, com realocação de cuidadores, porém, a medida “leva tempo, porque precisa considerar o perfil dos alunos que necessitam do suporte, não apenas o número” de crianças.
Ana Luiza esclareceu que o transporte é feito pela Prefeitura. O município também necessita, segundo ela, da definição da logística para iniciar o atendimento aos alunos indicados pela Diretoria de Ensino.
A pedido do MN, a Prefeitura de Marília emitiu nota.
“A Prefeitura de Marília, por meio da Secretaria da Educação informa que toda demanda de transporte especial que chegou na Secretaria Municipal da Educação está sendo atendida. Os casos que não foram atendidos, provavelmente as unidades escolares ainda não informaram o setor de transporte. Informamos que a coordenação de transporte entrou em contato com as escolas e a Diretoria de Ensino para que agilizem o encaminhamento.”