Laudo aponta que Emanuelle morreu por ‘hemorragia aguda’
A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (27) o resultado de novos laudos sobre a morte da menina Emanuelle Pestana de Castro, de oito anos, assassinada com 13 facadas em Chavantes (distante 122 quilômetros de Marília).
O documento apontou que a causa da morte da garota foi ‘hemorragia aguda traumática, em decorrência dos ferimentos por arma branca’. Além disso, o laudo necroscópico concluiu que a vítima não apresentou sinais de conjunção carnal.
A polícia ainda aguarda o resultado do exame toxicológico, que vai investigar a presença de materiais biológicos, como sêmen, no corpo da menina, para saber se houve algum tipo de abuso sexual.
As provas serão anexadas ao inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público (MP) e provavelmente arquivado, já que o acusado Aguinaldo Guilherme Assunção, de 49 anos, foi encontrado morto após suicídio no CDP de Cerqueira César.
Incêndio
A casa de Aguinaldo foi incendiada de forma criminosa dia 19 de janeiro, segundo a polícia. Um laudo divulgado na quinta-feira (23) apontou que o fogo foi causado por intervenção humana. O documento constatou que o fogo teve início na sala da residência, mas não especifica o que foi usado para causá-lo.
Aguinaldo foi preso após confessar o crime e cometeu suicídio na cela onde estava preso no dia 15 de janeiro.
A equipe do Corpo de Bombeiros de Ourinhos foi chamada para apagar o incêndio. A casa estava vazia no momento e ninguém ficou ferido.
Uma casa vizinha chegou a ter um princípio de incêndio, mas foi controlado por moradores e com a ajuda de um caminhão-pipa da prefeitura local.
Entenda
Emanuelle estava desaparecida desde o dia 10 de janeiro quando foi vista brincando em uma praça na cidade de Chavantes.
O corpo dela foi localizado por volta das 23h do dia 13, em uma área de mata na Fazenda Santana Nova, zona rural do município da região.
A polícia foi até o local indicado por Aguinaldo e após horas de buscas encontrou Emanuelle morta ao lado de um córrego.
O bandido contou à polícia que matou por vingança, já que a mãe dela não deixava a menina brincar com o enteado dele.
Foram identificadas marcas de faca pelo corpo. A princípio a polícia havia dito que seria uma nas costas e três no peito, porém o laudo apontou que ao todo foram 13 ferimentos, sendo oito nas costas e o restante no peito.
Após levantar imagens de circuito de monitoramento ao redor da praça onde Emanuelle brincava quando desapareceu, a polícia descobriu que Aguinaldo aparecia duas vezes no vídeo. No mesmo dia, ele aparece cada vez com uma roupa diferente.
O homem foi interrogado e em um primeiro momento negou saber qualquer informação sobre o desaparecimento da menina, porém mais tarde acabou confessando o crime.
Aguinaldo morreu no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira Cesar (distante 182 quilômetros de Marília).
Em nota a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), informou que por volta das 05h do dia 15, “ao realizar a contagem de praxe para a passagem do plantão, foi constatado que o preso Aguinaldo Guilherme Assunção realizou um atentado contra sua própria vida utilizando um lençol que lhe foi entregue junto com seus pertences pela Unidade e consequentemente vindo à óbito”.
“A Secretaria ressalta que o detento estava sozinho em sua cela devido a grande repercussão do delito realizado pelo mesmo. Nesta data, a cela permanecerá isolada para a perícia para mais esclarecimentos sobre o caso. A Unidade está entrando em contato com os familiares do preso para avisá-los do óbito e para que tomem as devidas providências”, dizia o comunicado.