Incêndio em casa de acusado de matar Emanuelle foi criminoso
A casa do acusado de ter matado Emanuelle Pestana de Castro, de oito anos, em Chavantes (distante 122 quilômetros de Marília), foi incendiada de forma criminosa no último domingo (19), segundo a polícia.
Um laudo divulgado nesta quinta-feira (23) apontou que o fogo foi causado por intervenção humana. O documento constatou que o fogo teve início na sala da residência, mas não especifica o que foi usado para causá-lo.
Aguinaldo Guilherme Assunção, de 49 anos, foi preso após confessar o crime e cometeu suicídio na cela onde estava preso no dia 15 de janeiro.
A equipe do Corpo de Bombeiros de Ourinhos foi chamada para apagar o incêndio. A casa estava vazia no momento do fogo e ninguém ficou ferido.
Uma casa vizinha chegou a ter um princípio de incêndio, mas foi controlado por moradores e com a ajuda de um caminhão-pipa da prefeitura.
A polícia também já recebeu o laudo do local onde Emanuelle foi assassinada e confirma a maneira como ela foi morta, materializando as provas que serão anexadas ao inquérito.
Os laudos de exames do Instituto Médico Legal (IML) que avaliam se a menina sofreu abuso sexual ainda não saíram.
Entenda
Emanuelle estava desaparecida desde o dia 10 de janeiro quando foi vista brincando em uma praça na cidade de Chavantes.
O corpo dela foi localizado por volta das 23h do dia 13, em uma área de mata na Fazenda Santana Nova, zona rural do município da região.
A polícia foi até o local indicado por Aguinaldo e após horas de buscas encontrou Emanuelle morta ao lado de um córrego.
Aguinaldo contou à polícia que matou por vingança, já que a mãe dela não deixava a menina brincar com o enteado dele.
Foram identificadas marcas de faca pelo corpo. A princípio a polícia havia dito que seria uma nas costas e três no peito, porém o laudo apontou que ao todo foram 13 ferimentos, sendo oito nas costas e o restante no peito.
Após levantar imagens de circuito de monitoramento ao redor da praça onde Emanuelle brincava quando desapareceu, a polícia descobriu que Aguinaldo aparecia duas vezes no vídeo. No mesmo dia, ele aparece cada vez com uma roupa diferente.
O homem foi interrogado na segunda e em um primeiro momento negou saber qualquer informação sobre o desaparecimento da menina, porém mais tarde acabou confessando o crime.
Aguinaldo morreu no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira Cesar (distante 182 quilômetros de Marília).
Em nota a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), informou que por volta das 05h do dia 15, “ao realizar a contagem de praxe para a passagem do plantão, foi constatado que o preso Aguinaldo Guilherme Assunção realizou um atentado contra sua própria vida utilizando um lençol que lhe foi entregue junto com seus pertences pela Unidade e consequentemente vindo à óbito”.
“A Secretaria ressalta que o detento estava sozinho em sua cela devido a grande repercussão do delito realizado pelo mesmo. Nesta data, a cela permanecerá isolada para a perícia para mais esclarecimentos sobre o caso. A Unidade está entrando em contato com os familiares do preso para avisá-los do óbito e para que tomem as devidas providências”, dizia o comunicado.