Chef mariliense se destaca nas cozinhas da Europa
O mariliense Marcelo Rodrigues, de 38 anos, é chef de cozinha e tem se destacado em diversos países na Europa, onde vive há 17 anos.
Marcelo que atualmente mora em Ibiza, na Espanha, está de férias em Marília e concedeu uma entrevista ao Marília Notícia.
O chef contou que decidiu se aventurar nesta profissão devido a família. “Iniciei por conta do aroma que sentia da comida que minha mãe fazia. Mesmo que fosse apenas um arroz ou quando torrava em casa nosso café”, disse Marcelo.
Rodrigues é 11º filho e tem outro irmão que também é chef de cozinha. Os dois estudaram no mesmo centro universitário em Águas de São Pedro.
“Em 2002 terminei minha formação em Águas de São Pedro. Meu primeiro desafio foi gerenciar a cozinha de um famoso bar em Curitiba, muito frequentado por futebolistas porque o proprietário era Carlinhos Alves, ex-preparador físico do São Paulo Futebol Clube. Depois disso passei a cozinhar para jogadores do Coritiba F.C.”, contou.
Marcelo já trabalhou como chef em cruzeiros, beach clubs, restaurantes, cabarés de luxo e atualmente trabalha para uma companhia, cujos donos são da Noruega.
“Divido o ano em dois. Trabalho em Reykjavik, capital da Islândia e em Ibiza na Espanha. Todo ano tenho dois meses de férias para visitar o Brasil. Todos meus irmãos estão aqui”, explicou Rodrigues.
O chef, que nasceu em Marília, tem nacionalidade espanhola e desde 2003 está desenvolvendo menus e formando equipes.
“São menus para praias, restaurantes de noite, menus tailandeses, para eventos, casamentos, entre outros. Este ano o desafio é a alta cozinha, tendo o cardápio a base de plantas”, destacou.
Marcelo saiu de Marília com 21 anos e desde então está pilotando fogões e levando boas energias por onde passa. O primeiro país que morou foi Portugal, mas viveu também na Inglaterra e Islândia e já visitou no total 53 países.
Nem sempre tudo correu como o mariliense esperava. Durante a entrevista, o profissional lembrou que quando saiu do Brasil com destino a Portugal foi enganado pela empresa onde comprou a passagem e que garantia um trabalho.
“Quando cheguei lá [em Portugal], não havia trabalho e não existia contrato. Me cobraram 150 euros a mais e o trabalho nunca existiu. Me colocaram em um lugar com um colchão no chão, com outras quatro pessoas no quarto. Era um prédio de cinco andares com um quarto em cada andar e tinha um banheiro só para 20 pessoas usarem. Os rapazes que estavam no quarto me aconselharam a sair de lá durante a madrugada do mesmo dia, tive que fazer várias ligações para conseguir ajuda e um lugar para morar”.
Ao ser questionado sobre qual o maior desafio da profissão, Marcelo respondeu que “o maior desafio de estar liderando uma equipe é o próprio ser humano. Trabalho no meio internacional com pessoas de várias culturas, ambientes e idiomas diferentes”, finalizou o chef.
Em 2016, Rodrigues ganhou um concurso de tortilha espanhola e o prato mais típico da Espanha. Ele concorreu com 25 cozinheiros espanhóis e era o único brasileiro na competição.