Marília está sem larvicida para combater o Aedes
Marília já registrou este ano 2.995 casos de dengue, Os dados são da Secretaria de Saúde do Município. Para piorar, a cidade enfrenta agora um problema que pode aumentar a proliferação do mosquito Aedes Aegypt: o município está sem larvicida.
O Marília Notícia apurou junto com fontes da Sucen que o Estado de São Paulo não tem o material para distribuir para todos os municípios e fazer o controle das larvas do Aedes.
O único lote do município venceu e ainda não foi revalidado. Marília faz o controle do Aedes aplicando larvicida ou inseticida. As tentativas de parar as transmissões são feitas apenas dessas duas maneiras e sem esse controle, pode haver uma explosão no número de casos.
Autoridades falam
O MN questionou a Prefeitura sobre a falta de larvicida que informou que “ao longo do ano de 2019 os municípios foram comunicados sobre a não-distribuição, pelo Ministério da Saúde, das quantidades consideradas necessárias de insumos relacionados ao combate ao vetor da dengue (larva e alados – mosquitos adultos)”.
“O fornecimento irregular ou não-fornecimento de tais meios de combate tem exigido dos municípios ainda mais reforço nas ações de visitas e conscientização da população sobre a transmissão das doenças relacionadas, por isso a importância de que cada morador redobre a atenção com o espaço de sua responsabilidade”, diz o comunicado.
A Prefeitura finalizou dizendo que “quanto a indisponibilidade de insumos, o município faz gestão dos recursos que são fornecidos priorizando regiões de maior vulnerabilidade para o controle. Além disso, realiza constantes tratativas com os órgãos responsáveis, a fim de reivindicar atenção especial com a cidade, uma vez que possui grande população flutuante de estudantes e viajantes”.
A Secretaria de Saúde do Estado também foi questionada e disse que “a aquisição e distribuição do larvicida em questão é de responsabilidade do Ministério da Saúde. O Estado apenas redistribui para os municípios, à medida que os lotes chegam a SP. A pasta aguarda nova entrega por parte do órgão federal e busca o remanejamento entre regiões até que haja regularização. O Estado segue em diálogo com o governo federal para que ocorra o reabastecimento tão logo possível”.
O Ministério da Saúde foi procurado pela reportagem, porém até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Entenda
O larvicida é apresentado em formulação granulada e deve ser diluído na água e, portanto, mantendo sua residualidade por no mínimo oito semanas.
Atua sobre o inseto de forma análoga ao hormônio juvenil, inibindo o desenvolvimento das características adultas do inseto (por exemplo, asas, maturação dos órgãos reprodutivos e genitália externa), mantendo-o com aspecto “imaturo” (ninfa ou larva).
Durante o estagio larvário o hormônio juvenil também está presente, sendo sua produção interrompida ao final do 4º estádio larvário quando a atuação é mais notada.
O produto tem pouco efeito sobre mortalidade de larvas, sendo seu efeito de mortalidade verificado em pupas e na inibição de emergência do adulto.
A Organização Mundial de Saúde autorizou o uso do produto em água potável a 0,01mg de ingrediente ativo/litro, dose essa também recomendada para uso nos programas de controle da dengue.
Os larvicidas, quando indicados, devem ser empregados somente nos recipientes que não possam ser removidos, destruídos, descartados, cobertos ou manipulados de forma que se tornem incapazes de permitir a reprodução do vetor. As ações de rotina, além de contribuir para a redução da infestação por Aedes aegypti, podem evitar a sua reintrodução em outras áreas.