Cardiologia da Santa Casa de Marília opera criança de sete anos
A menina, que teve a identidade preservada, é moradora em Tupã (70 quilômetros de Marília) e sofria com uma CIA (comunicação interatrial). Trata-se de um defeito do septo atrial, ou seja, um orifício anormal que comunica o átrio direito (câmara cardíaca superior direita de baixa pressão) com o átrio esquerdo (câmara cardíaca superior esquerda de alta pressão). A doença é congênita e quando não tratada pode provocar hipertensão pulmonar.
O cirurgião cardíaco José Cícero Stocco Guilhen, que atualmente integra a equipe do Hospital São Paulo, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), conta que a cardiopatia tem poucos sintomas. Por isso, em muitos casos, sequer chega a ser diagnosticada. Na contramão deste mal silencioso estão as consequências na vida adulta.
O médico destaca que o procedimento durou cerca de quatro horas. Pode até ser considerado de complexidade moderada, em se tratando de cirurgia cardíaca, entretanto só pode ser feito em unidades que contam com suporte. “A Santa Casa de Marília tem uma UTI Infantil estruturada e uma equipe preparada a fazer o acompanhamento da paciente. Isso nos deu tranquilidade para fazer a nossa parte,” disse Guilhen, que operou ao lado do também cirurgião Marcos Gradim Tiveron.
Rubens Tofano de Barros, cirurgião da equipe da Santa Casa e presidente da Scicvesp (Sociedade de Cirurgia Cardiovascular do Estado de São Paulo), acredita que novos procedimentos poderão ser feitos. “Tivemos, nos últimos anos, muitos investimentos na retaguarda para a cirurgia cardíaca. A unidade de terapia intensiva, para as crianças, é um deles”, destacou.
O serviço é credenciado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e está disponível a moradores em municípios de abrangência da DRS IX (Direção Regional de Saúde), que conta com 62 cidades. Está ainda à disposição da central de regulação do Estado, que tem autonomia para encaminhar pacientes de outras regiões.