PM inaugura novo espaço do ‘Projeto de Equoterapia’
O 9º Batalhão de Polícia Militar de Marília reinaugurou nesta quarta-feira (2) o espaço destinado ao ‘Projeto de Equoterapia’. Foram inauguradas as novas instalações construídas este ano pela Prefeitura Municipal.
O projeto existe há 18 anos no Batalhão. Em 2019, os atendimentos não foram realizados devido a obra, mas serão retomados já no início de 2020. Desde 2001 quando teve início foi a primeira vez que o projeto parou.
Após um convênio com a Prefeitura, houve uma lei aprovando o orçamento e foram construídas duas salas (uma de espera e outra de atendimento) e dois banheiros adaptados.
Segundo o Tenente Coronel Mário Sérgio Nonato a inauguração deste novo espaço é um sonho realizado.
“Esse sonho começa em 2001, há 18 anos atrás quando inicia o ‘Projeto Equoterapia’. As pessoas sempre foram atendidas. Nós atendemos 856 pessoas até hoje, de oito a 80 anos. Em 2011, surge a ideia e esse ano de 2019 a Prefeitura construiu para nós, sem custo, as salas adaptadas e banheiros que vão permitir melhor qualidade no atendimento”, disse o Comandante da PM em Marília.
O investimento foi de R$ 200 mil e o prefeito Daniel Alonso frisou que é um importante projeto para a população.
“Um projeto muito importante para população de Marília e que não tinha o mínimo de estrutura. Ainda assim, a Polícia Militar já conseguia obter excelentes resultados. Era uma demanda, eles precisavam desse investimento e nós nos antecipamos e construímos essas duas salas, a rampa de acessibilidade. Eu tenho certeza que esse trabalho, que já era bom, vai se tornar ainda melhor”, comentou o prefeito.
De acordo com a Capitão Vanessa Buoro Morili de Agostinho em média são atendidas 24 pessoas por ano. A terapia acontece duas vezes na semana e a PM tem parceria com o Espaço Potencial, Apae e profissionais da Prefeitura.
“O objetivo é o desenvolvimento psicomotor, dependendo da deficiência que a pessoa tem, o desenvolvimento na área da psicologia ou na parte motora. É uma terapia multidisciplinar, envolvendo um profissional de equitação com profissionais da área de saúde. O foco principal é o desenvolvimento do praticante nessas áreas”, explicou a Capitão.
A fisioterapeuta da Prefeitura que acompanha o projeto, Érica Elaine Porto, diz que a evolução do tratamento depende do caso. Alguns evoluem mais rápido que os outros, é necessário avaliar, mas a terapia sobre o cavalo é algo que potencializa o tratamento.
“A equoterapia usa toda a estrutura do quartel, especialmente os cavalos, porque a marcha do cavalo é semelhante a marcha humana. Então os estímulos naturais da marcha do cavalo são passados para o praticante. Em 30 minutos de atendimentos são mais de dois mil estímulos. Coisa que na fisioterapia tradicional nós demoraríamos um tempo maior para alcançar. Nós potencializamos isso sobre o cavalo”, disse Érica.
O trabalho é desenvolvido juntamente com uma psicóloga que acompanha não só os praticantes, mas também a família desses pacientes.
“Minha parte é mais motivacional, estar acompanhando, dar mais independência ao paciente no picadeiro. Também faço o trabalho junto com os pais, com as famílias, porque não basta só estar aqui e fazer aqui a sessão, tem o restante da semana e as outras questões que a gente acaba orientando a família, dando um norte do que pode estar acontecendo”, relatou Tânia Peregrina Rodrigues, psicóloga da Prefeitura que acompanha o projeto.
Durante a solenidade foi realizada uma demonstração com um ex-aluno do projeto, o pequeno Luis Henrique de Souza Cordeiro Machado Borges, de 7 anos. A mãe dele, a vendedora Natalia Cristina de Souza, contou que o menino tem paralisia cerebral motora e iniciou o tratamento na equoterapia há dois anos. Depois disso houve só evolução.
“O Luis vai completar oito anos agora dia 6 de outubro e há dois anos atrás a gente iniciou o tratamento aqui no quartel e tem sido só evolução. O tratamento que eles fazem é espetacular, é muito carinho, muita dedicação”, falou Natalia emocionada.
O novo espaço recebe o nome de ‘Espaço Equoterapia 2º Tenente PM Luís Antônio Garé’. Uma homenagem ao policial da reserva que trabalhou durante 28 anos na Polícia Militar, implantou o projeto em Marília e durante 14 anos esteve a frente da equoterapia.
Garé fez o curso em 1999 e o projeto foi inaugurado em 2001. Ele recebeu a homenagem com muita emoção e ficou muito surpreso, pois não esperava pelo gesto.
“Está tudo tremendo, o corpo inteiro. A homenagem, não é só para mim é para toda a equipe. Foram 14 anos nesse projeto e por trás sempre teve uma equipe muito empenhada. A emoção é muito grande”.