Trio que decapitou mariliense é condenado em julgamento
Elzi de Ameida, Murilo Henrique da Silva e Rodrigo de Lima Oliveira foram condenados em julgamento ocorrido nesta quinta-feira (26) no Fórum de Marília. Eles são acusados de matar Francisco Fabiano Martins, em crime ocorrido em 14 de setembro de 2015.
Segundo o advogado Carlos Eduardo Thomé, que fez a defesa de Rodrigo, o julgamento começou por volta de 9h30 de ontem e terminou às 0h30 desta sexta-feira (27).
Rodrigo foi absolvido da ocultação de cadáver e condenado no homicídio duplamente qualificado em face de ser reincidente, ele vai cumprir a pena 16 anos no regime fechado.
Elzi foi condenado no homicídio duplamente qualificado e na ocultação de cadáver em face da reincidência. A pena aplicada foi de 17 anos e dois meses.
Já Murilo foi condenado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Por ser réu primário e menor de 21 anos na época, pegou 13 anos de prisão.
“Todos em regime inicial fechado. Teses negativa de autoria dos três. O único absolvido da ocultação de cadáver foi Rodrigo”, comentou doutor Thomé.
O crime
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP) o assassinato aconteceu por volta de 19h16 no bairro Jardim Nacional, na zona Sul de Marília.
Elzi teria matado a vítima impelido por motivo torpe e utilizando recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele teria tido a ajuda de Murilo e Rodrigo para cometer o crime e ocultar o corpo da vítima.
A denúncia narra que, momentos antes do crime, os acusados Elzi e Murilo discutiram com Francisco em frente a um bar, chegando a ser separados por terceiros, o que teria provocado a ira de Elzi, que deliberou matar a vítima.
Assim, Elzi, com uma arma de fogo e com a ajuda de Murilo e Rodrigo, se dirigiram à casa do irmão de Francisco, local em que a vítima se encontrava, aproximaram-se e, sem que ele pudesse prever o ataque, Elzi desferiu dois disparos de arma de fogo, que atingiram na região esquerda do tórax e na coxa direita, causando sua queda.
Na sequência, Murilo e Rodrigo desceram do automóvel e passaram a agredir Francisco com chutes e pauladas, colocando-o no interior do veículo e empreendendo fuga do local.
O trio se dirigiu para Salto do Itararé (distante 220 quilômetros de Marília), no Paraná, cidade em que, na estrada de acesso ao bairro Areia Branca, despiram a vítima, destruíram seus documentos e a decapitaram.
Logo após, foram até uma ponte sobre o rio Itararé, no município de Barão de Antonina, divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná, onde arremessaram o corpo no rio, ocultando sua cabeça, a qual não foi encontrada.
Francisco foi encontrado dois dias depois decapitado dentro do Rio Itararé. O corpo foi reconhecido por familiares, sendo isso possível pelas tatuagens e físico da vítima.
No dia 22 de setembro de 2015 policiais de Marília fizeram diligências junto com policiais civis de Barão de Antonina e policiais militares do Paraná (município de Salto do Itararé-PR).
“Conseguimos encontrar o local exato onde a vítima foi decapitada, que fica no bairro Areia Branca, na cidade de Salto de Itararé”, disse o titular da DIG na época, Aéliton Roberto de Souza.
No local foi possível apreender madeira com sangue, um pé de coturno, um pé de meia e um pedaço da carteira nacional de habilitação da vítima.
Elzi foi preso no dia 19 de outubro de 2015 na cidade de Salto Grande (99 quilômetros de Marília) com um Toyota Corolla roubado.