Unimar recebe congresso em combate ao abuso sexual infantil
A Universidade de Marília (Unimar), em parceria com a Secretaria de Saúde e de Assistência Social, realizou congresso com renomados especialistas para debater a prevenção e acolhimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.
O evento foi realizado em alusão ao “Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes”.
A Coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), a assistente social Andréa Luiza Mataran Carrera, contou que é fundamental debater sobre o tema, principalmente os profissionais que estão na linha de frente do atendimento.
“É fundamental que estes profissionais estejam unidos e que montem um fluxo de atendimento às crianças e adolescentes. Desta maneira, vamos conseguir constatar a violência de forma mais eficiente. Além disso, essas discussões tornam a equipe ainda mais capacitada para acolher as vítimas de forma mais humana e interromper a violência o mais rápido possível”, esclarece.
Ainda segundo a Coordenadora, há um dia voltado à reflexão sobre o tema, mas é um assunto que precisamos estar atentos todos os dias.
“O dia 18 de maio foi escolhido em memória ao “Caso Araceli’, uma menina de 8 anos que foi violentada e assassinada na década de 70, um crime que chocou o país, mas na verdade a violência acontece todos os dias, então precisamos estar atentos a todos os sinais”, ressalta.
Uma das palestrantes convidadas foi a especialista em violência doméstica, a psicóloga Cristina Fukumori Watarai. Segundo ela, é importante a integração dos profissionais para atendimento qualificado.
“Quis, através da minha palestra, fortalecer as questões do enfrentamento da violência, principalmente na rede de saúde do município. Mostrei a importância dos diferentes setores estarem unidos para pensar em alternativas e protocolos que garantam a prevenção e proteção à criança e adolescente”, explicou.
A outra especialista convidada para o debate foi a especialista em atendimento à vítima, a Alessandra Rocha Santos Silva. Para ela, a principal questão é a prevenção.
“Precisamos esclarecer o tema principalmente para as crianças. Temos que orientá-las de acordo com a faixa etária, apresentando o tema de forma adequada, para que esta criança e adolescente possam, de alguma forma, desenvolver mecanismos de proteção”, diz.
Além disso, segundo a especialista, é importante criar vínculos com as crianças, para que elas se sintam confortáveis a falar em caso de abuso.
“Muitas crianças não identificam uma pessoa de confiança para que elas consigam expressar o que estão vivendo. É importante discutir o tema com todos os familiares, para que todos estejam prontos para acolher a criança em um momento como este, que é delicado e traumático”, finaliza.