Dias Toffoli é sócio oculto em resort perto de Marília, teria dito Dallagnol
Um boato antigo na região de Marília foi assunto de supostas mensagens do chefe da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, e está repercutindo na grande mídia.
O procurador teria recebido informações de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, seria sócio oculto de um primo em resort localizado no interior do Paraná. Nos bastidores se especula que o empreendimento está localizado em Ribeirão Claro e é muito frequentado por marilienses.
As informações vieram à tona nesta quinta-feira (2) em reportagens da Folha de São Paulo e do site The Intercept, que inicialmente teve acesso às mensagens. A notícia foi repercutida por veículos como O Antagonista e El País.
A “dica” teria sido dada em julho de 2016 por Dallagnol para Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que é quem teria prerrogativa para investigar um ministro do STF – e com autorização do tribunal.
Na suposta troca de mensagens Dallagnol não diz a fonte da pista. O contexto, segundo a Folha, envolvia incentivos a um cerco da Lava Jato contra o ministro que é natural de Marília.
O procurador da força-tarefa de Curitiba teria sugerido, por exemplo, investigações sobre atual presidente do STF e escritório de advocacia da mulher.
Dallagnol teria buscado informações financeiras da família e inclusive consultado a Receita Federal.
“O chefe da força-tarefa começou a manifestar interesse por Toffoli em julho de 2016, quando a empreiteira OAS negociava um acordo para colaborar com as investigações da Lava Jato em troca de benefícios penais para seus executivos”, disse a Folha com base nas mensagens.
O procurador também teria questionado Pelella sobre uma reforma na casa do ministro que teria ocorrido com participação da OAS.
A construtora teria indicado a empresa que fez o serviço, devidamente pago por Tóffoli, segundo advogados da OAS.
O dono da construtora, Léo Pinheiro, havia dito a seus defensores que não havia nada de errado naquele trâmite, mas o episódio despertou interesse na Lava Jato mesmo assim.
A Folha lembra que duas decisões de Toffoli no STF tinham contrariado interesses da força-tarefa nos meses anteriores.
“Ele votara para manter longe de Curitiba as investigações sobre corrupção na Eletronuclear e soltara o ex-ministro petista Paulo Bernardo, poucos dias após sua prisão pelo braço da Lava Jato em São Paulo”, disse o jornal.