Vigilância Epidemiológica confirma morte por leishmaniose
A Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde confirmou a morte de uma pessoa por leishmaniose, em Marília, neste ano.
Em 2019, Marília já ocorreram três casos da doença, sendo um óbito. Segundo a Secretaria de Saúde do Município o óbito registrado é referente a uma munícipe de 72 anos, residente do Jardim Santa Antonieta.
A morte aconteceu em 26 de maio e a confirmação da positividade – por teste rápido – ocorreu em 10 de maio, quando foi iniciado o tratamento para leishmaniose de forma imediata.
A internação da paciente, porém, aconteceu por motivo de infecção em membro inferior e suspeita de dengue, apresentando, posteriormente, um quadro de celulite grave.
Em 2018, a cidade registrou quatro casos da doença sem mortes. A pior epidemia de leishmaniose em Marília, nos últimos anos, foi em 2017, quando 16 pessoas contraíram a doença.
A região epidemiológica de Marília, compreende 17 cidades. Tupã faz parte dessa região e na cidade foram confirmados seis casos este ano, sendo um óbito de uma pessoa de com 58 anos.
Os dois óbitos, tanto em Marília quanto em Tupã aconteceram em maio, porém o exame que comprova a causa da morte ficou pronto recentemente.
Em todo o Estado de São Paulo foram confirmados 30 casos da doença até o momento, 15 deles – ou seja, metade- estão na área epidemiológica de Marília.
Prevenção
A Prefeitura faz a chamada ação tríade: Educação em Saúde (com envolvimento das escolas e agentes de saúde nas casas); limpeza das áreas mais vulneráveis e inquérito sorológico canino, com castração dos negativos para leishmaniose.
O Programa de Controle da Leishmaniose de Marília segue sendo executado, conforme pactuado com o Comitê Estadual de Prevenção e Controle de Leishmaniose Visceral, tendo sido, inclusive, elogiado durante visita recente da Coordenação de Controle de Doenças do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo).
O contrato para 1,2 mil castrações, visando controle da doença, encerra no mês de agosto completando os 12 meses e o total de procedimentos cirúrgicos previstos.
Conforme já previsto em cláusula do mesmo, haverá prorrogação do mesmo período e mesmo volume de procedimentos, perfazendo, até agosto de 2020 total de 2,4 mil castrações.
Além disso, a Prefeitura de Marília manteve na cidade o programa de castração a baixo custo, com média de 1,2 mil cirurgias por ano.
Em relação a casos de LA em animais, a Secretaria Municipal da Saúde orienta os responsáveis conforme protocolo do Ministério da Saúde, ou seja, informa sobre a possibilidade e as responsabilidades, caso a decisão seja pelo tratamento do cão. Cabe esclarecer que o tratamento do hospedeiro não interrompe o ciclo de transmissão.
A doença
Locais com chiqueiros e galinheiros potencializam o aumento do mosquito palha, transmissor da doença. O inseto costuma picar animais domésticos para se alimentar. É dessa forma que o cão pode torna-se hospedeiro do parasita e desenvolve a doença, participando do ciclo para a contaminação de outros mosquitos e de seres humanos.
Em humanos, a Leishmaniose causa febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, aumento do fígado e do baço (hepatomegalia e esplenomegalia), anemia e palidez, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode provocar a morte em mais de 90% dos casos.
Em cães podem ocorrer perda de peso, falta de apetite, apatia, feridas de pele que não cicatrizam, feridas nas orelhas, lesões oculares, falta de pelo entorno dos olhos. Nos casos em que os rins são afetados, os animais bebem muita água e urinam em grande quantidade. Os sintomas também demoram a surgir nos cães, que podem transmitir a doença mesmo sendo assintomáticos.