Funcionários dos Correios podem entrar em ‘estado de greve’ em Marília e região
Os trabalhadores dos Correios de Marília e região poderão deliberar por estado de greve nesta quarta-feira (31). A assembleia está marcada para às 17h30 na sede da Sindicato dos Trabalhadores dos Correios da Região de Bauru (Sindecteb), responsável por Marília.
A decisão de entrar em greve está sendo articulada nacionalmente, via Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), em protesto contra o baixo “reajuste salarial e contra a retirada de direitos históricos da categoria”. O reajuste salarial proposto é de 0,8%, valor considerado irrisório pela federação.
Os Correios estão em meio a uma possibilidade de privatização, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. A empresa pretende reduzir e retirar benefícios dos trabalhadores, alega o sindicado de Bauru.
O Marília Notícia entrevistou o vice-presidente do Sindecteb, Luiz Alberto Bataiola, que diz estar aguardando nova rodada de negociações para deliberar pelo estado de greve.
“Temos até amanhã [quarta-feira] para finalizar as negociações e a assembleia ocorre em seguida. No primeiro momento o Sindicato deve votar pelo estado de grave, como um alerta. Se não avançar as negociações, na semana que vem poderá ser deliberado greve na próxima assembleia”, disse.
Marília conta com dois Centros de Distribuição Domiciliária (CDDs) e uma agência, com média de 200 a 300 funcionários. Conforme Bataiola, o número de trabalhadores está reduzindo drasticamente nos últimos meses.
“Estamos em um momento delicado, com redução de trabalhadores. Nossa pauta é simples, basicamente buscamos manter o que nós temos. Os Correios desejam retirar uma série de benefícios da categoria, como adicional noturno, adicional de férias e reduzir o percentual de hora-extra e o número mensal de tickets”, alega. Também buscamos nossa reposição salarial referente a inflação”, finaliza o vice-presidente.
Em resposta a Fentecta, os Correios afirmaram que “continuam em negociação com representações dos empregados”, com mediação do Tribunal Superior do Trabalho, e que “não é oportuno tratar de greve neste momento”.