Falta de remédios e insumos básicos compromete rede de saúde em Marília
“Há quase dois meses não pegamos os insumos nos postos”, disse uma mulher que se declara portadora de diabetes nas redes sociais do prefeito de Marília, Daniel Alonso (PSDB), nesta terça-feira (23).
Mensagem com o mesmo teor já teria chegado inclusive ao secretário da Saúde do município, Ricardo Mustafá, que teria prometido providências.
“A última vez que conseguimos receber os insumos, eles foram racionados pelos funcionários com a alegação de que a Secretaria da Saúde de Marília não enviou a quantidade necessária mínima para o posto”, completou a paciente em seu relato.
Ela lembrou na publicação que a diabetes é uma doença crônica, com necessidade de tratamento contínuo e disciplinado.
Isso não estaria sendo possível para quem depende do fornecimento de remédios e insumos pelo poder público municipal. Normalmente, além da Insulina, são necessárias seringas para a aplicação.
A falta de medicamentos básicos afeta não só os diabéticos, como descobriu a reportagem do Marília Notícia em visita na farmácia da zona Norte. O serviço funciona no mesmo prédio da Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Antonieta.
Duas mulheres que pegam remédios no local relataram serem frequentes os casos de estoques dos quais precisam estarem vazios. A única alternativa é apelar para a compra em farmácias particulares, o que compromete o orçamento familiar.
“Eu tomo vários remédios e há dois meses tenho que comprar porque aqui não tem. Não tem Clonazepam, não tem Sertralina , não tem Sulpirida, não tem Losartana”, afirma uma agente de pedágio de 48 anos que não quer ter o nome divulgado.
Outros remédios como Nimesulida, Paracetamol, Dipirona e até mesmo xaropes, drogas para pressão e antibióticos já teria ficado em falta recentemente. É o que contou ao site a dona de casa Zenaide dos Santos, 54 anos.
“Remédio que eu tomo, que minha tia toma, que as crianças lá de casa tomam. Costuma faltar medicamento para todos os tipos de público”, afirmou a mulher.
O problema envolve também drogas de alto custo fornecidas por meio de ações judiciais. O assunto foi abordado em matéria recente do MN, que também revelou atrasos por parte de fornecedores e abertura de sindicâncias contra eles.
Outro lado
A assessoria de imprensa do município foi procurada para comentar a situação. Em nota, a Prefeitura disse que “a falta pontual de insumos pode ocorrer por questões relacionadas a fornecedores e recursos em processos de compra”.
“Em todos os casos, a administração atua da forma mais rápida possível, cumprindo a Lei de Licitações, e buscando o bem estar do cidadão.”, finaliza o comunicado.