Daniel ataca sindicato e diz que grupo é “massa de manobra da oposição”
Aposentados e membros do Sindicato dos Servidores Municipais de Marília (Sindimmar) organizaram uma manifestação em frente a Prefeitura na tarde desta sexta-feira (5) para reclamar sobre o escalonamento de salários e aposentadorias.
A Prefeitura estaria sem recursos em caixa para pagamento de toda a folha. Quem ganha até R$ 5,8 mil recebe nesta sexta, mas aqueles com direito a cifras acima deste valor ainda não possuem uma data exata para que o dinheiro caia na conta.
O presidente da entidade sindical, José Paulino, afirma que a situação é inaceitável. “O servidor e o aposentado têm compromissos, contas. Disseram que vão pagar tudo até semana que vem, mas não temos nenhuma garantia”, reclamou.
No caso do Instituto de Previdência do Município de Marília (Ipremm), há meses ocorrem atrasos nos repasses por parte da Prefeitura, mas mesmo assim as aposentadorias vinham sendo pagas em dia com reservas do órgão. A situação, porém, teria chegado ao limite.
Ao Marília Notícia o secretário da Fazenda e Planejamento Econômico, Levi Gomes, afirmou que mais de 4,7 mil servidores da ativa já recebem nesta sexta-feira. “Menos de 200 receberão semana que vem”.
Ele também criticou o Sindimmar e classificou a manifestação como um ato de ingratidão. “Quando pagamos com cinco ou seis meses de antecedência, ninguém acha ruim”, disse.
Levi afirmou ainda que membros do sindicato estão agindo politicamente e a serviço da oposição, “inflando velhinhos aposentados” com pretensões políticas.
Queda nos repasses de impostos ao município – por conta da fraca atividade econômica que afeta todo o País – seria o motivo dos atrasos.
Prefeitura ataca sindicato
Em nota divulgada à imprensa, o prefeito Daniel Alonso repudiou as “manifestações orquestradas pelo Sindicato dos Servidores em relação ao pagamento das aposentadorias e pensões do IPREMM”.
“A clara falta de maturidade e conhecimento estão levando a entidade à inconsequência com seus representados. Tais atos refletem influências políticas oposicionistas, com a velha tática do ‘quanto pior, melhor’, sem salvaguardar os verdadeiros interesses dos servidores”, diz Daniel em nota.
O prefeito diz ainda que reconhece os problemas de caixa do Ipremm, “resultado de décadas de descaso com o Instituto”, mas lembra que não deu causa a eles, e que a Previdência, como um todo, enfrenta a mesma dificuldade em todo o País.
“Não houve manifestação do sindicato quando aposentados e pensionistas receberam antecipadamente na atual gestão, nem quando destinei quase R$ 50 milhões em imóveis públicos para recompor o caixa dilapidado do Ipremm”.
“Aquela minoria que hoje protesta, serve de massa de manobra dos mesmos opositores que levaram o Instituto às dificuldades econômicas atuais. Apesar disso, com responsabilidade, postura estadista e eficiência na gestão, distribui os recursos do município de modo a garantir a manutenção dos serviços públicos, em especial da Saúde, Educação e outros setores fundamentais do governo, além também do pagamento dos beneficiários do Ipremm, mesmo que seja necessário escalonar uma pequena parte desses pagamentos, conforme o fluxo de caixa na Prefeitura”.
Por fim, Daniel Alonso se colocou à disposição para falar com os servidores. “Explicar e dialogar sobre essa situação, de maneira racional e produtiva”.
De acordo com sua assessoria, “o prefeito reafirma que a categoria foi e continuará sendo privilegiada pelo atual governo, que reconhece sua valorosa e indispensável contribuição para o bom funcionamento da máquina pública. No entanto, não aceita nenhuma mediação do sindicato, que entende não representar os anseios da imensa categoria dos servidores públicos municipais de Marília”.