Criança está internada há três meses à espera de aparelho
A pequena Emanuelle Ferreira de Mello, de três anos e cinco meses, está internada desde o dia 13 de março no Hospital Materno Infantil (HMI) de Marília à espera de um aparelho para poder retornar para casa.
Segundo a mãe de Emanuelle, a dona de casa, Maria José Ferreira de Mello, de 40 anos, a menina passou mal quando estava em sua residência e precisou ser internada.
Emanuelle nasceu com encefalocele, é um defeito do tubo neural, doença na qual ocorre a herniação do cérebro e das meninges por aberturas no crânio
“Desde junho do ano passado ela passou a usar oxigênio em casa. No dia 13 de março deste ano ela passou mal, aí deu entrada no Materno. O oxigênio não é mais suficiente pra ela. Ela precisa de um aparelho chamado Bipap, que dá pressão no pulmão, para ele não fechar”, relatou a mãe em entrevista ao Marília Notícia.
Este aparelho Bipap, é um dispositivo binível, que permite a configuração de dois níveis diferentes de pressão: uma sobre a inspiração (IPAP) e outra sobre a expiração (EPAP). De acordo com a mãe ele custa entre R$ 22 mil a R$ 25 mil.
A família não tem condições e os médicos constataram que Emanuelle precisa do Bipap para sobreviver. Ela só vai receber alta com a máquina em mãos. Maria disse que o HMI pediu o aparelho para os órgãos que poderiam fornecê-lo, mas não conseguiu resposta.
A mãe então procurou a Defensoria Pública e acionou o Estado na Justiça. O juiz determinou o prazo de 30 dias úteis para compra ou aluguel do aparelho, caso contrário haveria o sequestro dos bens para a compra do equipamento.
Maria contou que ficou esperando e o prazo venceu no último dia 19 de junho. Uma assistente social do HMI é quem teria dito a ela que, em contato com a Diretoria Regional de Saúde (DRS), informaram que o prazo estava vencendo e que iam pedir mais 45 dias úteis para o cumprimento da decisão. A mãe alega que não foi informada de nada oficialmente pela Justiça.
De acordo com a dona de casa, se o prazo for estendido por mais esse período e no final o aparelho não chegar, haverá o sequestro de bens que deve demorar mais 20 ou 30 dias. O medo da mulher é de que ela tenha que permanecer no hospital com a filha até novembro.
“Tenho a casa, outro filho, minha vida parou aqui dentro. Não sei mais o que fazer. A gente criou uma vaquinha online, para ver o que pode arrecadar’, finaliza.
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O MN pediu um posicionamento da Secretaria de Saúde do Estado, que enviou nota. “O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília esclarece que o aparelho respirador (Bipap) foi adquirido e os fornecedores indicaram previsão de entrega e instalação na residência da paciente até a próxima semana. Os responsáveis serão contatados para agendamento da instalação”.