Cientistas trabalham em novas descobertas do Museu de Marília
Seguem até sexta-feira (24) os trabalhos no Museu de Paleontologia de Marília, em parceria com cientistas da Argentina e dos Estados Unidos, para remover sedimentos e classificar novos fósseis encontrados em sítio paleontológico na região. O material deve ficar na cidade e será preparado e incorporado ao acervo de Marília.
O paleontólogo Willian Nava, servidor da Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, organizou a expedição em parceria com o pesquisador Luis Chiappe, do Dinosaur Institute, do Natural History Museum of Los Angeles, nos EUA.
As escavações aconteceram em Presidente Prudente, próximo a uma movimentada avenida. Os achados foram registrados pela técnica e ilustradora científica Stephanie Abramowicz, que também faz parte do museu norte-americano.
A dupla já esteve em Marília em 2017, na época em que foram feitas as primeiras expedições no sitio paleontológico, considerado um dos maiores do planeta em fósseis de aves do período cretáceo – cerca de 70 milhões de anos atrás.
Também participaram da nova escavação os paleontólogos Augustin Martinelli e Jonatan Kaluza, além do técnico Guilhermo Aguirrezabala e do doutorando Sebastian Rozadilla. Eles atuam pelo Museu de Ciências Naturais “Bernardino Rivadavia”, em Buenos Aires.
Nava destaca, entre as descobertas, algumas que chamaram a atenção. “Encontramos alguns fragmentos de crânio, com dente inclusive. São fósseis muito importantes desse grupo de aves, que enriqueceram a pesquisa científica mundial sobre esses animais”, disse o pesquisador.
Os cientistas ainda não têm como responder se as aves são “parentes próximas” de alguma variedade ainda existente, mas acreditam que os animais viveram na região na mesma época em que alguns dinossauros que tiveram fósseis localizados, com acervo no museu mariliense.
DESENVOLVIMENTO
As novas descobertas e a visitação de cientistas do Brasil e do exterior motivam também o desenvolvimento econômico e turístico. O prefeito Daniel Alonso destacou a consolidação da cidade como polo para pesquisa em paleontologia.
“É um trabalho de décadas que está cada vez mais forte, com essa atuação internacional do Nava, trazendo gente que representa a maior riqueza de conhecimento científico mundial na área”, disse.
O presidente da Câmara, Marcos Rezende, lembrou o potencial do turismo pedagógico e científico. “Marília já é uma cidade forte pelo turismo de negócios e cada vez se fortalece mais nessa importante área”, disse o presidente do Legislativo.