Ministério anuncia horário ampliado em postos de saúde
A medida tem como objetivo facilitar o acompanhamento de saúde, principalmente de pessoas que trabalham fora. A estratégia havia sido defendida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na cerimônia de posse.
Atualmente, alguns municípios já realizam essa forma de atendimento, por conta própria. Agora, a ideia é repassar recursos extras para que o horário de atendimento seja ampliado. Neste ano, serão destinados R$ 150 milhões extras para secretarias interessadas em prorrogar o horário de funcionamento No ano que vem, o valor será em torno de R$ 500 milhões adicionais.
Embora a oferta seja para todos os municípios, o presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, acredita que somente as cidades de médio e grande porte terão condições de se encaixar no programa. “A proposta prevê que, para ter o horário estendido, três equipes sejam vinculadas na unidade básica de saúde”, explicou.
Junqueira avalia que municípios pequenos não terão como atender a esta exigência. Unidades básicas que tenham três equipes terão de trabalhar 60 horas por semana. Isso poderá ser feito com horários até as 22h. Mas há também a possibilidade de abertura aos sábados.
O programa prevê também um outro formato, com seis equipes. Nesse caso, cada posto terá de ofertar 75 horas semanais de atendimento. Cada equipe conta com médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, dentista, auxiliar de dentista e 6 agentes de saúde.
Para o Ministério da Saúde, a medida pode ajudar a melhorar sobretudo as coberturas vacinais, consideradas em níveis perigosamente baixos por autoridades sanitárias. O posto aberto até mais tarde, avaliam, pode ajudar equipes a organizar esforços concentrados de vacinação.
“Hoje, quando uma mãe chega no posto já no fim do expediente, é comum o profissional recomendar que ele retorne outro dia”, conta Junqueira. Isso acontece porque cada frasco traz várias doses de vacina. O receio é abrir um frasco, atender uma criança e, depois, ter de jogar as demais doses fora – uma prática condenada pelos Tribunais de Contas.