HBU atende 600 pessoas em mutirão da catarata
Cerca de 600 pessoas participaram, no último fim de semana, de mais um mutirão realizado pelo Hospital Beneficente Unimar (HBU) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Marília.
O mutirão é resultado de nova liberação de recurso por meio do Ministério da Saúde ao município e recursos advindo de emendas parlamentares obtidas com o esforço da Prefeitura de Marília, ampliando o número de pessoas atendidas nesta especialidade.
O atendimento aos pacientes começou por volta das 7h de sexta-feira (29), quando começou a triagem com consulta e exames, para o encaminhamento das cirurgias. Pessoas de Marília e de outras cidades da região foram até o Ambulatório Médico de Especialidades (AME).
Eles passaram por avaliação e consulta, a fim de confirmar a necessidade de fazer a cirurgia, que foi marcada para o dia seguinte.
Uma equipe formada pelos médicos Fábio Vieira da Silva, Ricardo Cassago Filho e Mário Sérgio Marques Pereira Lima, além de mais de 40 funcionários da Unimar e do HBU, prestaram todas as informações e formalizaram o encaminhamento.
O trabalhador braçal João Gonçalves de Oliveira, a aposentada Adelinda Dantas Ferreira, ambos de Pompeia, e a dona Josefa Rosa Alves Pereira aguardavam ansiosos a consulta.
Oliveira destacou que já fazia algum tempo que aguardava pelo procedimento. “Eu não posso reclamar do atendimento e a consulta confirmou que preciso ser operado da catarata. Eu tenho certeza que a cirurgia vai correr tudo bem e vou enxergar melhor depois da operação”, destacou.
Adelinda explicou que há vários anos aguardava pela cirurgia e a chamada para participar do mutirão chegou em um bom momento.
“A catarata prejudica bastante o meu dia a dia, atrapalhando minha leitura. E também traz muito desconforto, por conta da secreção parecida com ‘dordolho’ (terçol). Eu tenho certeza de que a cirurgia vai ser ótima e vai resolver esse problema”, destacou.
Dona Josefa destacou o atendimento da equipe, desde o primeiro dia (sexta-feira), quando foi feita a triagem e os exames iniciais, até o retorno, já no domingo.
“Todo o atendimento foi uma benção. Todos trataram a gente com carinho e atenção já na recepção, depois nas consultas e exames, verificando a pressão, a diabetes e a situação do olho da gente”, explicou.
A dona de casa espera a dois anos e meio para fazer a cirurgia e sempre surgia um obstáculo. “Aí no HBU isso não teve problema nenhum, a diabetes estava normal e até minha pressão não teve alteração”, disse.
O médico oftalmologista especialista em cirurgia de catarata, Fabio Vieira da Silva, destacou que a triagem, consultas e exames são necessários para confirmar o diagnóstico encaminhado pelas unidades de saúde. “A partir daí fazemos tudo o que é necessário para realizar as cirurgias com bastante segurança”, relatou.
Silva ressaltou ainda a importância dos mutirões para atender a demanda de pessoas que necessitam deste tipo de cirurgia.
“No dia a dia não é possível atender de forma individual estes pacientes e os mutirões atendem a uma demanda reprimida nesta especialidade”, apontou.
Cirurgias
Todos os pacientes atendidos na sexta-feira tiveram as cirurgias marcadas para a manhã de sábado, no HBU. O atendimento começou por volta das 6h30, com a recepção das pessoas. A aposentada Adelinda Dantas Ferreira, de Pompeia, passou pela cirurgia por volta das 8h.
Questionada como foi a cirurgia, ela disse que correu tudo bem e que foi muito rápida. “O doutor falou para eu ficar olhando para a luz, que ia começar a cirurgia quando, de repente, ele falou que já tinha acabado. Nem senti nada, foi uma benção, tudo bem tranquilo. Não estou sentindo dor, nada”, comentou.
Josefa Pereira deu detalhes sobre os momentos que antecederam a cirurgia dela, já no domingo. “Novamente o atendimento dos médicos e todos os funcionários foi muito bom, todos muito carinhosos comigo e com os outros pacientes. A cirurgia foi rápida e quando eu pensei que ia começar, já estava acabando.
E quando saí já consegui ver todo mundo, as cores e até a hora (15h20). Eu chorei um monte, de tanta alegria, pois estava vendo tudo novamente”, afirmou.
Devido a catarata, dona Josefa não saía de casa e deixou até mesmo de trabalhar. “Eu precisava de ajuda para fazer muita coisa. Meu marido tinha de me ajudar a ir ao banheiro e até andar pela casa. Me sentia uma inválida e agora estou muito feliz, novamente enxergando tudo e me sentindo independente”, explicou.
O procedimento da cirurgia de catarata consiste na retirada da lente natural do olho, que está “fosca” devido ao desgaste do tempo.
“É um problema comum da idade, devido ao envelhecimento, exposição à luz e outros fatores”, explica o médico especialista em cirurgia de catarata.
Após a retirada da “lente natural” é colocada uma nova lente, conforme o grau exigido para cada caso. Em algumas situações é corrigido até mesmo o déficit visual que o paciente tinha, dispensando de óculos.
Retorno
No domingo todos os pacientes que passaram pelas cirurgias retornaram à Unimar, para avaliação do quadro geral. O médico oftalmologista, especialista em cirurgia de catarata, Fábio Vieira da Silva, passou orientações gerais ao grupo, destacando os cuidados necessários para que haja uma boa recuperação.
“Não pode usar lenços de pano, pois eles podem provocar infecção. Também não pode ficar exposto a luz forte, luz do sol, permanecendo com os óculos escuros até o próximo retorno, na semana que vem”, explicou, entre outras orientações.
E a aposentada Adelinda Dantas Ferreira estava na primeira fila do auditório, acompanhando atentamente a explanação do médico.
“Tive uma noite tranquila, não senti dor e é como se não tivesse feito nada. Estou me sentindo ótima. Quero parabenizar a equipe do HBU, os meninos e as meninas, que nos atendeu com carinho, atenção e muito humanos. É difícil encontrar humanidade nos dias de hoje e essa equipe do hospital é diferente”, apontou.