Polícia prende homem que matou prostituta por ciúmes
A Polícia Civil, através da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), prendeu nesta quarta-feira (27) Gustavo Rodrigo Rodrigues Lopes, de 36 anos, acusado de assassinar Ana Paula Rodrigues, 37, em um quarto de hotel no centro de Marília.
Ana Paula foi morta na última segunda-feira (25). De acordo com a polícia, um funcionário do local e outros hóspedes teriam ouvido gritos por volta de 0h30, o que indicaria o horário exato do feminicídio.
Segundo o Boletim de Ocorrência registrado, o funcionário foi até o quarto onde a vítima estava hospedada quando escutou os pedidos de socorro e perguntou se estava tudo bem, mas diante do silêncio retornou para a portaria.
O quarto foi aberto pelo proprietário do hotel somente pela manhã, porque o horário de pernoite já havia estendido. Ele encontrou o corpo da vítima, já sem vida, ao lado da cama e em seguida acionou a Polícia Militar.
Equipe da Polícia Civil de imediato iniciou as investigações, que foram dificultadas pela ausência de câmeras no local.
De acordo com o delegado Valdir Tramontini, após averiguação dos hóspedes que estavam no estabelecimento, se apurou que Gustavo passou a noite do crime por ali. Ele também se hospedou no mesmo hotel no dia 11 de janeiro e Ana Paula no dia 29 do mesmo mês.
“Já havia informações de eventual envolvimento entre eles”, informou o delegado ao Marília Notícia.
O autor se apresentou para a polícia espontaneamente em Tupã, cidade que ele residia anteriormente. Em depoimento, ele contou que após deixar o hotel, foi caminhando até o município vizinho (cerca de 75 quilômetros), dormindo no trajeto, chegando por lá na manhã desta quarta-feira.
“Interrogado, Gustavo confessou a prática do crime, informando que sabia que Ana Paula era garota de programa. Há um mês eles iniciaram relacionamento afetivo. Ela prometeu abandonar os programas e haviam combinado de morarem juntos em outra cidade”, explicou o delegado Tramontini.
Conforme depoimento prestado, Gustavo afirmou que na sexta-feira, dia 22 de março, teria surpreendido Ana Paula deixando outro hotel, também no centro, em companhia de um cliente. Ao ver a cena, achou melhor terminar o relacionamento.
“Já no dia 24 de março, no domingo, por volta das 11h, Gustavo se encontrou com Ana Paula em via pública. Eles conversaram normalmente, tendo ele ido ao terminal rodoviário, onde bebeu pinga e conhaque por horas, além de consumir maconha e “mesclado” (crack misturado com maconha), tendo retornado ao hotel onde morava já no final da noite, bêbado e drogado”, informou o delegado.
Pouco depois da meia noite, já na madrugada de segunda-feira, dia 25, o assassino foi até o quarto de Ana Paula e durante conversa ela teria dito que o amava. Irritado, ele respondeu que “ela merecia um soco na cara”, desferindo-lhe soco no rosto.
Conforme relato de Gustavo, Ana Paula ao ser agredida, tentou pegar uma faca que estava sob um travesseiro. O homem lhe tomou a arma e desferiu cerca de quatro golpes na região do pescoço da vítima.
Ao perceber que havia alguém do outro lado da porta e que outros hóspedes abriram as portas de seus quartos, o autor acabou por matar a vítima mediante asfixia, apertando-lhe o pescoço com um cinto que estava sobre a cama.
Após matar Ana Paula, Gustavo foi para seu quarto, limpou o sangue que estava sobre seu corpo, tomou banho, jogou suas roupas sujas fora e deixou o local. Ele voltou logo depois para pegar o celular que estava no quarto da vítima, com medo de que o aparelho tocasse, não fosse atendido e isso chamassem a atenção de outras pessoas.
Ainda de acordo com a polícia, o celular da vítima foi jogado em uma caçamba de entulhos, nas proximidades do hotel e localizado somente hoje após indicação do autor.
“O crime praticado pelo autor se trata de homicídio, cometido por motivo torpe (ciúmes), com emprego de asfixia, mediante recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, e contra mulher por razões da condição do sexo feminino, o que qualifica, equiparando-o a hediondo”, diz comunicado da DIG.
Tratando-se de feminicídio, o inquérito policial instaurado será encaminhado Delegacia de Defesa da Mulher de Marília, para prosseguimento das providências.
Gustavo será encaminhado à Cadeia de São Pedro do Turvo, onde fica à disposição da Justiça.