População de Marília se revolta após mais um dia sem água
A falta de água por mais um dia revoltou a população de Marília, especialmente nas zonas Norte e Oeste da cidade, regiões que mais sofrem com as torneiras secas.
Reclamações de leitores que residem no Bandeirantes, Jardim América, Maracá I e II, Lavínia, Jardim Sasazaki, Campina Verde e diversos outros bairros chegaram até a redação do Marília Notícia nos últimos dias.
O problema é comum em diversos locais, com a água chegando somente parte do dia, mas a situação se agravou desde o último sábado (9).
Segundo a Prefeitura, em nota enviada na manhã de ontem (11), “até às 17h do domingo o Daem trabalhou para substituir um registro na ETA Peixe – responsável por cerca de 60% do abastecimento na cidade. Agora pela manhã (segunda) será normalizado o abastecimento”.
Não foi o que aconteceu e na manhã desta terça-feira (12) o problema continuava.
Explicações
O Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) divulgou nota para esclarecer os problemas que estão acontecendo no abastecimento de água nos últimos dias.
“Com relação ao Residencial Maracá, houve a queima da peça chamada “buster”, que controla a saída de água da caixa; além da tentativa de furtos da fiação em um dos poços artesianos do local. O conserto foi finalizado no início da tarde desta terça-feira (12) e o abastecimento será normalizado nas próximas horas”.
“O Daem comunica também que no último domingo (10) fez um reparo na adutora do sistema ETA-Peixe, que estava com um vazamento, e que nesta terça-feira (12) e quarta-feira (13) irá fazer a troca de duas bombas também no ETA-Peixe – um serviço será executado nesta terça e outro na quarta. Assim, a oferta de água para as regiões norte, sul, oeste e centro irá melhorar bastante a partir desta quarta-feira”, continua a nota.
Segundo o poder público, “mesmo com um volume maior de água, o Daem alerta que o consumo de água nestes dias de intenso calor triplica e pede que a população faça o uso racional da água, evitando lavar carros, calçadas e até ruas como tem sido verificado nos últimos dias”.
Em entrevista ao MN no início da tarde de hoje, o presidente do Daem, Marcelo de Macedo, confirmou que pelo menos duas bombas estão apresentando problemas na ETA Peixe e serão substituídas após as 19h.
“No final de semana trocamos três registros e resolvemos o problema de uma adutora, que prejudicou o abastecimento. Com a troca das bombas esperamos resolver esse problema crônico nos bairros”, disse Macedo.
Desabafo
Segundo o morador da zona Norte, Julio Barros, nesta terça a água chegou por volta das 10h e meia hora depois já havia acabado.
“Não deu nem para minha esposa encher a máquina de roupas. Nem as garrafas para colocar no filtro deu tempo de encher! Ligo no Daem e fazem pouco caso, não atendem, quando atendem passam para outra pessoa que não dá resposta de nada. Já mandei mensagem para três vereadores, nenhum se prontifica a ajudar! Então só temos vocês da imprensa para desabafar. Está complicado ver minhas filhas chorando em casa porque não tem água”, desabafou.
A leitora Paloma Carvalho foi outra que reclamou, entre as centenas de marilienses irritados.
“Nós do bairro Maracá II estamos sem água, as caixas já estão se esgotando, como vamos fazer comida, lavar roupa, tomar banho e tudo mais? Descaso total do Daem, vergonha para cidade de Marília”.
Aumento na conta
Apesar da situação crítica em boa parte da cidade, a população vai amargar o aumento na conta da água a partir deste mês. O reajuste é de cerca de 9,5% dependendo do consumo.
Para quem consumir até 5 metros cúbicos, o equivalente a cinco caixas d’água de mil litros, a tarifa vai passar de R$ 13,48 para R$ 14,44.
Se o consumo for maior que isso, será cobrado mais R$ 1,60 por metro cúbico. Para as empresas a tarifa mínima subiu para R$ 40,53.
Segundo o Daem, o reajuste é devido ao aumento do índice da CPFL, pois a água que é enviada para as casas depende do uso de energia elétrica.