Bauru vira patrimônio cultural de São Paulo
O tradicional sanduíche Bauru – combinação de pão, rosbife, queijo e tomate, criada em 1937 em um tradicional restaurante da capital paulista – agora é considerado patrimônio cultural imaterial de São Paulo. A lei 16.914, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo, foi promulgada pelo ex-governador Márcio França (PSB) no dia 28 de dezembro e publicada no Diário Oficial no dia seguinte.
A lei é de autoria do deputado Celso Nascimento (PSC). “É uma exaltação à cidade de Bauru, pois o lanche leva seu nome e é conhecido por todo o Brasil.”, afirmou o parlamentar, ao site da Assembleia.
Além do projeto em âmbito estadual, há outras iniciativas para tornar o sanduíche patrimônio público cultural brasileiro. Uma delas é do deputado federal Coronel Augusto (PR).
O dono da receita, Casimiro Pinto Neto, era conhecido como ‘Bauru’ entre seus colegas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo de São Francisco.
Na justificativa do projeto de lei, o deputado conta a história do lanche, criado no Ponto Chic, restaurante fundado em 22 de março de 1922.
O dono da receita, Casimiro Pinto Neto, era conhecido como “Bauru” entre seus colegas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo de São Francisco.
Diz a história que foi em 1936 que, atrasado para um jogo de sinuca, ele pediu para um funcionário da casa montar o sanduíche ao seu gosto pela primeira vez.
“Era um dia que eu estava com muita fome. Cheguei para o sanduicheiro Carlos e falei para abrir um pão francês, tirar o miolo e botar um pouco de queijo derretido dentro. Depois disso o Carlos já ia fechando o pão eu falei: ‘calma, falta um pouco de albumina e proteína nisso’. Eu tinha lido em um opúsculo livreto de alimentação para crianças, da Secretaria de Educação e Saúde, escrito pelo ex-prefeito Wladimir de Toledo Pisa, também frequentador do Ponto Chic, que a carne era rica nesses dois elementos. Então, falei para botar umas fatias de rosbife junto com o queijo. E já ia fechando de novo quando eu tornei a falar: falta vitamina, bota aí umas fatias de tomate. Este é o verdadeiro Bauru”, disse Casemiro em depoimento publicado enquanto vivo.
“Bauru” morreu em dezembro de 1983, aos 69 anos.