Câncer de pele gerou 1,1 mil internações em Marília em dez anos
Dezembro Laranja é a campanha realizada durante o último mês do ano sobre a necessidade de prevenção contra o câncer de pele, o mais comum (33%) entre as neoplasias verificadas no Brasil. Marília registrou 1,1 mil internações entre 2008 e 2017 por conta da doença.
O ano retrasado, 2016, foi o que mais teve pacientes internados por conta desse tipo de tumor maligno. Foram 213 casos, ante 189 do ano passado, o segundo em número de ocorrências nos últimos dez anos.
Em 2018 só estão disponíveis dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) até setembro, 125 internações. Uma média de 13 casos por mês.
O número de óbitos provocados pelo câncer de pele na cidade é bem mais baixo. Entre 2008 e 2017 foram 63, o que significa uma média aproximada de seis casos por ano. O ano com mais mortes somou 15 ocorrência, foi 2015.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) entre os moradores de Marília a taxa de mortalidade por neoplasia de pele entre 2005 e 2015 (último ano com dados disponíveis) foi de 2,2 a cada 100 mil habitantes.
Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo.
Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas.
Prevenção
De acordo com o médico dermatologista Diogo Pazzini Bomfim a incidência do câncer de pele vem aumentando por conta de fatores ambientais e comportamentais. “As pessoas usam cada vez menos roupas. Antigamente o vestuário era outro. O buraco na camada de ozônio também aumentou”, comenta.
O tratamento adequado depende de consulta com especialista, explica o médico. A melhor atitude, no entanto, é prevenir. “Evitar o sol das 10 às 16 h, usar chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV, roupas cobrindo a maior parte do corpo”, recomenda.
Outra orientação é a utilização de protetor solar com fator de proteção de no mínimo 30, e reaplicar a a a 3 horas, afirma Diogo.
Tipos
O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele).
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão.
É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos).
O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial.
“Nos últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor e à introdução dos novos medicamentos imunoterápicos”, diz o Inca.
O câncer de pele não melanoma é o mais frequente e de menor mortalidade, porém, se não tratado adequadamente pode deixar mutilações bastante expressivas.