Principal doador de Vinicius deu R$ 7 milhões para 63 beneficiados
O empresário Rubens Ometo Silveira Mello distribuiu aproximadamente R$ 7,5 milhões entre 63 políticos e diretórios partidários nas eleições deste ano, de acordo com prestação de conta à Justiça Eleitoral.
Entre os políticos eleitos com sua ajuda está Vinícius Camarinha (PSB) e também alguns suspeitos de envolvimento com corrupção.
Mello foi o principal doador oficial da campanha do ex-prefeito de Marília para o Legislativo estadual, depois dos recursos desembolsados pelo próprio candidato e seu partido. A contribuição do executivo foi de R$ 50 mil.
Ele é fundador e dono do grupo Cosan – um dos maiores aglomerados empresariais do país, com negócios nos segmentos agrícola, infraestrutura e energia.
Até logo após do primeiro turno, em outubro, era o maior doador individual do pleito. Apesar de não doar diretamente, o empresário declarou voto em Jair Bolsonaro (PSL).
O PSB paulista foi o principal beneficiário das doações de Mello, com R$ 450 mil recebidos. O empresário, porém, não parece se importar com coloração partidária.
O governador eleito no estado de São Paulo, João Dória (PSDB), que derrotou o candidato Márcio França (PSB), levou R$ 250 mil. Paulo Skaf (MDB) recebeu R$ 100 mil.
A direção nacional o MDB, do presidente Michel Temer, levou R$ 400 mil e do PSDB recebeu R$ 300 mil. A estadual do PTB R$ 200 mil, assim como a do PP do Piauí.
Instâncias estaduais do MDB levaram ainda R$ 100 mil no Rio de Janeiro (RJ) e em Jaraguá do Sul (SC).
Políticos das mais diversas bandeiras também receberam doações de Mello, inclusive alguns envolvidos em polêmicas e acusações de corrupção.
Fernando Capez (PSDB) acusado de se beneficiar de desvios na merenda do Estado (R$ 200 mil em doações), futuro ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM) que assumiu ter recebido caixa 2 em 2014, o ex-líder do PT e Cândido Vacareza réu na Lava Jato (Avante), entre outros.
Entre outras figuras conhecidas que receberam votos do mesmo financiador de Vinícius, estão Heráclitos Fortes (R$ 20 mil), Pedro Taques (R$ 50 mil), Marco Maia (R$ 100 mil), Arlindo Chinaglia (R$ 100 mil) e Ricardo Barros (R$ 200 mil).
Na disputa do Senado de diversos estados, Mello doou para Mara Grabili (R$ 100 mil), Luiz Henze (R$ 100 mil), Bruno de Araújo (R$ 100 mil), Marconi Perillo (R$ 100 mil).
Nas disputas para os governos também estão entre os beneficiários Carlos Massa Júnior (R$ 150 mil), Ronaldo Caiado (R$ 100 mil), João Alberto Fraga Silva (R$ 100 mil), Wellington Fagundes (R$ 50 mil).
Estadão
Mello afirmou, por meio de sua assessoria, ao Jornal O Estado de São Paulo, parceiro do Marília Notícia na Produção de conteúdo, que os repasses para postulantes de diversas colorações partidárias, têm “caráter pessoal”.
“As doações eleitorais foram feitas em caráter pessoal e seguem as regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral e demais normas aplicáveis”, informou a assessoria imprensa do empresário.
Do total doado de R$ 6,3 milhões por Mello, no primeiro turno, R$ 1,1 milhão foi destinado a dez candidatos que são alvo de investigação na Operação Lava Jato.
Esses políticos, de oito partidos e cinco Estados, receberam valores entre R$ 50 mil e R$ 250 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo até aquele período.