Secretaria de Direitos Humanos traz programa de acessibilidade para Saúde
Seis unidades de saúde de Marília, por meio da parceira entre as secretarias municipais de Saúde e de Direitos Humanos, passaram a contar com kit multimídia para conexão com intérprete e tradução pelo Núcleo de Libras (Língua Brasileira de Sinais). O programa será ampliado a cada mês, com previsão de atingir a totalidade da rede já no próximo ano.
Os detalhes do programa foram apresentados nesta quarta-feira (24), durante reunião dos secretários Renato Augusto Micheletti (Direitos Humanos) e Kátia Santana (Saúde), com as respectivas equipes técnicas.
O professor especializado João Henrique Bonini do Nascimento é o responsável pelo Núcleo. Ele explica que a tecnologia é relativamente simples, com uso da internet, do aplicativo Skype e de câmeras com bom desempenho, garantindo a captação das imagens com nitidez.
O Núcleo, na sede da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, atende pelo e-mail [email protected] e o telefone com aplicativo WhatsApp é o (14) 99644-2962. O endereço é avenida Santo Antonio, 2.377.
CONECTADOS
Os kits multimídia já estão funcionando no PA Sul (Pronto Atendimento); UPA Norte (Unidade de Pronto Atendimento) sob gestão da Unimar; USFs (Unidade Saúde da Família) Argolo Ferrão e Aeroporto; UBSs (Unidade Básica de Saúde) Nova Marília e Cascata.
Outros dois computadores com câmeras de alta performance também já estão instalados no Ganha Tempo e na própria secretaria de Direitos Humanos, onde o intérprete recebe a chamada.
COMO FUNCIONA
Ao chegar numa unidade de saúde equipada com o kit, a pessoa com surdez que necessita do intérprete poderá utilizar o computador e realizar uma chamada de vídeo. Quem atende é o profissional de Libras que está na Secretaria de Direitos Humanos.
Caso o intérprete não esteja fisicamente na repartição pública, poderá atender a chamada pelo celular. Para preservar o direito à privacidade do usuário, os computadores estão instalados em local reservado e a conferência acontece, apenas, na presença do profissional de saúde habilitado para o atendimento necessário.
A iniciativa é uma parceira entre a Prefeitura e a Ceil (Central de Ensino e Interpretação de Libras). O secretário Renato Micheletti afirma que esse atendimento chegará a todas as repartições públicas. “A saúde é fundamental e por isso foi priorizada. Havia uma demanda dos próprios usuários das unidades”, disse.
A secretária municipal da Saúde, Kátia Santana, afirma que a acessibilidade é indispensável no SUS (Sistema Único de Saúde). “A universalidade de acesso aos serviços de saúde; a equidade, que parte da premissa de que todo o cidadão é igual e a integralidade de assistência são princípios fundamentais desse Sistema. Não podemos oferecer essas garantias sem comunicação”, disse.
CAPACITAÇÃO DE EQUIPES
Além de instalar os kits de multimídia, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, por meio do Núcleo de Libras, também irá oferecer cursos de capacitação aos servidores para habilitar pessoas para atender os surdos.
As inscrições estão sendo abertas gradativamente, de acordo com a estratégia de cada secretaria municipal. Serão turmas de até 30 servidores, agrupados por área (para que os sinais específicos de cada serviço público sejam ensinados) e a população surda tenha atendimento bilíngue.