Globo emite nota sobre diferença salarial no JN
Depois que o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) e a jornalista Renata Vasconcellos protagonizaram um embate tenso nesta terça-feira, durante sabatina no Jornal Nacional, a TV Globo decidiu se posicionar.
O clímax da entrevista ocorreu quando o presidenciável foi questionado pela jornalista sobre declarações anteriores em que minimizou a importância da desigualdade salarial entre homens e mulheres.
O candidato levantou, então, a questão de Renata supostamente receber menos que William Bonner apesar de ambos serem âncoras do jornal:
“Temos aqui uma senhora e um senhor, não sei ao certo, mas com toda certeza há uma diferença salarial aqui, parece que é muito maior pra ele que para a senhora”. Renata negou que o foco fosse ela:
“Eu poderia até como cidadã e como qualquer cidadão brasileiro fazer questionamentos sobre seus proventos porque o senhor é um funcionário público há 27 anos e eu, como contribuinte, ajudo a pagar o seu salário. O meu salário não diz respeito a ninguém e eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu”. O candidato retrucou que a Globo recebe milhões de propaganda oficial.
Apesar de ambos os jornalistas exercerem a função de apresentadores do jornal, Renata Vasconcellos é editora-executiva e Bonner é editor-chefe, cargos hierarquicamente diferentes.
Questionada pela “Exame”, a emissora declarou que não comenta suas políticas internas salariais, mas garante que elas estão de acordo com a CLT que determina isonomia nas relações de trabalho. Confira o comunicado oficial:
“A Globo está em linha com as melhores práticas de remuneração e valorização dos talentos do mercado. Não comentamos políticas internas, mas podemos afirmar que zelamos pelo cumprimento integral da CLT, que assegura o princípio da isonomia nas relações de trabalho. Além disso, recordamos que lançamos, há dois anos, a plataforma ‘Tudo começa pelo Respeito’ em parceria com UNESCO, UNICEF, UNAIDS, e ONU MULHERES, que atua na mobilização da sociedade para o fortalecimento de uma cultura que não apenas tolere, mas respeite e discuta amplamente os direitos de públicos vulneráveis à discriminação e ao preconceito, reduzindo as desigualdades sociais.”
Fonte: Yahoo