Paulo Skaf visita Marília sem propostas concretas para a Região
O pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo, Paulo Skaf (MDB), esteve em Marília para uma série de encontros com lideranças da cidade nesta sexta-feira (20). Ele também aproveitou para visitar outros municípios próximos no mesmo dia.
Apesar da oportunidade, durante uma conversa de aproximadamente 15 minutos na Prefeitura de Marília, o emedebista não falou sobre propostas concretas para a região, apesar de ser incitado pela reportagem do Marília Notícia a expor seus principais planos.
De acordo com ele, a cidade tem os mesmos problemas que o restante do Estado, relacionados a educação e segurança pública.
Sobre educação, Skaf disse que pretende implantar um ensino de qualidade, do nível das escolas do Serviço Social da Indústria (Sesi).
“Quero realizar no Estado o sonho que já realizei quando assumi a presidência do Sesi, de dar a mesma oportunidade que eu e meus filhos tivemos em escola de primeiro mundo”, respondeu.
Skaf está licenciado do cargo de presidente da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e também do Sesi para poder disputar pela terceira vez a principal cadeira no Palácio dos Bandeirantes.
Em diversos momentos ele lembrou que trouxe investimentos em educação e lazer para as cidades da Região por meio das entidades que presidia até recentemente.
Sobre segurança pública, Skaf afirmou de modo genérico que é preciso acabar com o déficit de pessoal nas polícias, investir em inteligência e equipamentos.
Questionado sobre como fazer isso, disse apenas que “se faz, fazendo”. Não explicou detalhes sobre como alcançar sua proposta.
Em relação aos problemas da saúde, o pré-candidato disse que o “Estado é muito ausente” nesse ponto. No entanto, também não foram apresentadas propostas para Marília e região sobre o tema. “O Estado tem que organizar a saúde”, comentou.
Velha política
O pré-candidato também tem criticado o que chama de “velha política”, associada a uma espécie de “toma lá, dá cá” na troca de cargos por apoio político, além de outras práticas obscuras.
As críticas feitas por Skaf levaram a equipe do MN a comentar durante a entrevista coletiva que ele integra um partido muito criticado por seu fisiologismo.
A reportagem também lembrou que Skaf aparece em citações em delações premiadas sobre recebimento de suposto caixa dois e direcionamento de licitação no Sesi. Ele também é alvo de críticas por supostamente utilizar a Fiesp para se autopromover.
O emedebista respondeu que “a imagem dos partidos políticos, de todos é muito ruim”. “A imagem do PSDB é péssima, do PR é péssima, do PP é péssima. A imagem do MDB também não é boa. A imagem de nenhum partido hoje é boa. A sociedade hoje generalizou e na realidade, minha candidatura não é de padrinhos”.
Skaf afirmou ainda que as pessoas não o “identificam como afilhado de ninguém”. “Eu não tenho nenhuma preocupação. Para estar na política você precisa estar em um partido político”.
A respeito das delações premiadas citando supostos crimes, como caixa dois, argumentou que todas as suas doações de campanhas passadas foram “rigorosamente declaradas e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral”.
“Não tenho nenhuma preocupação com isso. Se você perguntar para 5 mil pessoas que me acompanham durante minha vida, você vai saber da minha idoneidade, minha seriedade, Não tenho compromisso com o erro. Nunca tive na minha vida”, completou.
O emedebista e sua assessoria quiseram terminar a conversa com a imprensa após o questionamento do MN, com a alegação de atraso na agenda do pré-candidato, mas diante da insistência dos repórteres locais mais algumas perguntas foram respondidas.
Privatizações/concessões
Uma delas foi outra questão do MN, sobre privatizações, concessões e Parcerias Público-Privado (PPPs). A reportagem quis saber o que ele pretende entregar para a iniciativa empresarial. “Tudo o que for possível”, resumiu.
“Tudo o que a iniciativa privada puder, com mais eficiência que o Estado, com melhor qualidade e com melhor preço para o usuário, não tenho nenhum paradigma”.
No entanto, questionado se pretende privatizar as universidades públicas estaduais, recuou. Marília conta com a Faculdade de Medicina de Marília (Famema) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), ambas sucateadas pelas últimas décadas de governo tucano.
O emedebista garante que tentará reerguer o ensino superior público com as verbas que já são destinadas ao seguimento obrigatoriamente.
“As universidades [estaduais] têm autonomia financeira. Recebem R$ 12 bilhões por ano [USP, Unicamp e Unesp juntas]. Um dinheirão”, diz o pré-candidato. “Respeitando essa autonomia, procurarei estar perto para que essas universidades se resgatem”.
Outro ponto abordado pelo candidato quando a pergunta era sobre concessões à iniciativa privada, foram as rodovias, como era de se esperar.
De acordo com ele, caso eleito, fará “diferente do PSDB”. “[Nos últimos governos o modelo de concessões] recebe uma bolada de dinheiro e quem paga o pato é o usuário que paga durante décadas um pedágio absurdo”.
A ideia é fazer concessões baseadas no menor preço a ser cobrado nos pedágios, de acordo com o pré-candidato.
“Qualquer contrato que termine no meu governo, caso eu seja eleito governador, na renovação só farei concorrência a menor preço, [onde] quem ganha não é quem dá mais para o governo e depois cobra do usuário. Quem ganha é quem oferecer menor custo pelo serviço. Isso vai dar uma economia tremenda e a qualidade do serviço é a mesma, as obrigações de investimento, manutenção são as mesmas”.